Cineasta, cronista e jornalista estava internado Hospital Sírio-Libanês, na região central da cidade, desde dezembro, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Ele morreu na madrugada desta terça (15).
Por g1 SP e TV Globo — São Paulo
Foto de arquivo de 08/04/2016 do cineasta e jornalista Arnaldo Jabor, de 81 anos. — Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo/Arquivo
O cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor, de 81 anos, morreu na madrugada desta terça (15) em São Paulo.
Jabor dirigiu “Eu sei que vou te amar” (1986), indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes. Era colunista de telejornais da TV Globo desde 1991.
Jabor publicou 8 livros de crônica e se considerava melhor escritor do que cineastame
Trajetória
Arnaldo Jabor teve extensa carreira dedicada ao cinema, à literatura e ao jornalismo. No cinema, dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Também era cronista e jornalista.
Formado no ambiente do Cinema Novo, Jabor participou da segunda fase do movimento, um dos maiores do país, conhecido por retratar questões políticas e sociais do Brasil inspirado no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa.
Mesmo antes de se tornar um premiado diretor e roteirista, já mostrava paixão pela sétima arte. Foi também técnico sonoro, assistente de direção e crítico de cinema. Ele se formou pelo curso de cinema do Itamaraty-Unesco em 1964.
Arnaldo Jabor durante entrevista para falar do lançamento de seu livro “Porno Política” em em São Paulo, em agosto de 2006 — Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão Conteúdo/Arquivo
Em 1967, produziu o documentário “Opinião Pública”, seu primeiro longa metragem e uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.
O primeiro longa de ficção que Jabor produziu, roteirizou e dirigiu foi “Pindorama”, em 1970. Ele tinha um excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico. No ano seguinte, foi indicado à Palma de Ouro, o maior prêmio do festival de Cannes, na França.
Sucessos de bilheterias e obras premiadas marcaram a carreira do cineasta. Em 1973, fez um dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: “Toda Nudez Será Castigada”, uma adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues. Por ele, Jabor venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1973.
O filme tem críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes. É a história do envolvimento da prostituta Geni, interpretada pela atriz Darlene Glória, com o viúvo Herculano, personagem de Paulo Porto. O papel deu a Darlene o prêmio Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado. O filme também ganhou um troféu no evento.
Arnaldo Jabor: veja trechos de filmes do cineasta
Nelson Rodrigues seguiu inspirando Jabor. O filme “O Casamento” (1975) foi adaptado de um romance do escritor e faz uma crítica comportamental da sociedade. Ele premiou a atriz Camila Amado com o Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado.
Outro sucesso do roteirista e diretor foi “Tudo Bem” (1978), o início de sua “Trilogia do Apartamento”. O filme investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira que já vivia o fracasso do milagre econômico.
Os protagonistas são Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo. Em atuações consideradas primorosas, eles gravaram em um apartamento de classe média da época. O filme tem um elenco coadjuvante estelar, com Zezé Mota, Stênio Garcia, Fernando Torres, José Dumont, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães, entre outros.
Arnaldo Jabor posa para foto ao lado da filha Carolina no Conjunto Nacional, em São Paulo, em outubro de 2014 — Foto: Iara Morselli/Estadão Conteúdo
“Tudo Bem” venceu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília e deu a Paulo César Pereio o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante na competição. O longa também foi selecionado para ser exibido no Festival de Berlim e na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.
Em 1981, Jabor escreveu e dirigiu o premiado “Eu te amo”, que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema brasileiro. O Industrial falido pelo milagre dos anos 70 conhece uma mulher e a convida para sua casa, onde vivem um intenso romance em meio às crises existenciais. A produção era de Walter Clark e a fotografia, de Murilo Salles.
Cinco ano depois, voltou com outro sucesso de bilheteria e crítica. “Eu Sei que Vou Te Amar”, de 1986, conta a história de um casal em crise, interpretado pelos jovens Fernanda Torres e Thales Pan Chacon. Foi mais um sucesso do cineasta gravado entre quatro paredes em uma casa projetada por Oscar Niemeyer, e deu o prêmio de melhor atriz para Fernanda Torres no Festival de Cannes.
Jornais e livros
Nos anos 1990, Jabor se afastou do cinema por “força das circunstâncias ditadas pelo governo Fernando Collor de Mello, que sucateou a produção cinematográfica nacional”, segundo seu site oficial.
A partir de 1991, ele passou a escrever crônicas para jornais e também a fazer comentários políticos em programas de TV da Globo — “Jornal Nacional”, “Bom Dia Brasil”, “Jornal Hoje”, “Fantástico” — e de rádio na CBN.
No “Jornal da Globo”, dividia os comentários com Paulo Francis e Joelmir Beting. A partir dos anos 2000, assumiu sozinho a coluna.
Nela, abordava temas como cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito.
O cineasta Arnaldo Jabor é visto acompanhado do ator Thales Pan Chacon, do diretor da Photo Lauro Escorel e da atriz Fernanda Torres para a apresentação de seu filme “Parle-Moi D’Amour”, em maio de 1986 durante o Festival Internacional de Cinema de Cannes — Foto: AFP
Nesse tempo, também se dedicou à literatura, com a publicação de oito livros de crônicas. O primeiro deles, “Os canibais estão na sala de jantar”, foi lançado em 1993. Já os dois últimos, “Amor é prosa”, de 2004, e “Pornopolítica” (2006), se tornaram best-sellers.
Em 2010, voltou a filmar depois de 24 anos afastado de uma de suas maiores paixões. Assinou roteiro e direção de “A Suprema Felicidade”, contando a história de Paulo (Jayme Matarazzo), um adolescente que precisa lidar com as frustrações do pai (Dan Stulbach) e se aproxima do avô (Marco Nanini).
Nem a pandemia parou Arnaldo Jabor – longe da redação, gravava as colunas em casa. Graças ao avanço da vacinação, conseguiu voltar pra redação da TV Globo, em São Paulo.
O último comentário foi no dia 18 de novembro, quando comentou sobre as suspeitas de interferência no Enem.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta segunda-feira (14/2) sobre sua viagem à Rússia na noite de hoje. O chefe do Executivo justificou que a visita é de cunho comercial. A declaração ocorreu durante conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. Apesar de aconselhado a remarcar a viagem, Bolsonaro manteve seu posicionamento de ir.
“Tem a viagem à Rússia. Sabemos do momento difícil que existe naquela região. Temos negócios com eles, comerciais. Em grande parte nosso agronegócio depende dos fertilizantes deles. Temos assuntos para tratar sobre defesa, sobre energia. Muita coisa para tratar. E o Brasil é um país soberano. Vamos torcer pela paz lá, que dê tudo certo”, apontou. “A gente quer a paz, mas você tem que entender que todo mundo é ser humano aí. Vamos torcer para que dê certo. Dependendo de uma palavra minha, o mundo teria paz”, concluiu.
Agenda
O chefe do Executivo deve encontrar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em ao menos duas ocasiões: numa reunião bilateral e durante um almoço. A viagem ocorre após o secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, alertar que as tropas russas devem invadir a Ucrânia “a qualquer momento”. A escalada nas tensões entre as potências se elevou no último dia 10, quando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu que os americanos residentes na Ucrânia deixassem o país.
“Goodbye for now”, Jean Pierre Rampal: da extraordinária trilha musical do premiado filme Reds, um cult do anos 80 quando ainda era belo e romântico sonhar com a Russia e Moscou era a cidade dos sonhos dos jovens e intelectuais . Recordemos com emoção neste apaixonantes e eternos acordes de Rampal. Viva!
João Doria acredita que, se Moro desistisse da disputa, ele herdaria seu eleitorado. É um erro duplo: Moro não vai desistir e, se desistisse, Doria continuaria zerado.
A Terceira Via está fazendo de tudo para perder em outubro. Ainda bem que quem decide é o eleitor, que poderá impedir esse desastre
Novo site oficial do Sistema Valores a Receber, do Banco Central, entrou no ar na madrugada desta segunda-feira (14/2). Confira dicas para não cair em golpes
CB
Correio Braziliense
(crédito: Reprodução/valoresareceber.bcb.gov.br/)
O Banco Central liberou, desde a madrugada desta segunda-feira (14/2), a consulta ao novo site oficial do Sistema Valores a Receber, pelo qual qualquer cidadão brasileiro incluso no sistema bancário poderá identificar e resgatar o dinheiro esquecido no banco. Para saber se tem algum dinheiro a receber, é preciso informar o número do CPF ou do CNPJ, no caso de pessoas jurídicas, e a data de nascimento.
Segundo o Banco Central, os clientes precisam do CPF, no caso das pessoas físicas, e do CNPJ, no caso das empresas, para consultar a existência de recursos para saque
A página vai informar uma data para consultar os valores e solicitar o saque – anote a data
Use seu login gov.br para acessar o sistema. Se você ainda não tiver login Gov.br, faça seu cadastro gratuito no site ou pelo App Gov.br (Google Play e App Store). Você vai precisar de um cadastro Gov.br nível prata ou ouro para consultar e solicitar os recursos na data e período agendados ou na repescagem. Não será possível acessar o sistema com login Registrato
Após o acesso, consulte o valor e solicite a transferência
Beneficiários
Atualmente, cerca de 28 milhões de pessoas físicas e jurídicas têm dinheiro para resgatar nessa primeira etapa de devolução de valores. O SVR deve devolver até R$ 8 bilhões para pessoas e empresas que encerraram contas-correntes ou poupanças com saldo disponível, desde 2001.
O valor também inclui tarifas e parcelas de operações de crédito cobradas indevidamente, cotas de capital e rateio de sobras líquidas de cooperativas de crédito e recursos não procurados de grupos de consórcio que foram encerrados.