
O jornalismo da Bahia e do País – principalmente a imprensa e a comunicaçãode Feira de Santana – sofreu na neste domingo, 9, uma perda pessoal e profissional das mais duras e pesadas do tempo sombrio que atravessamos. Em decorrência de problemas cardiorrespiratórios faleceu no Hospital da Bahia, aos 78 anos, a jornalista Socorro Pitombo, cujo corpo foi sepultado nesta segunda, 10, em Feira , a cidade onde ela nasceu e atuou por décadas com pioneirismo e destaque.
Socorro Pitombo Ela deixa duas filhas, Renata e Lara e um filho, Raphael Pitombo.
A jornalista formada pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia no começo dos anos 7 , estava internada há cerca de 20 dias no Hospital da Bahia, em Salvador, onde passou por cirurgia e morreu na noite de ontem. A notícia divulgada ainda de madrugada nas redes sociais abalou colegas, amigos e admiradores. Seu sepultamento no começo da tarde de ontem, comoveu Feira de Santana, principalmente nas redações dos veículos de comunicação onde ela trabalhou e no ambiente acadêmico da Unevisrsidade Esatadual de Feira de Santana onde ela conviveu por décadas como professora e chefe da assessoria de comunicação da UEFS. Ela deixa três filhos: Renata , Lara e Raphael Pitombo.
Depois de formada na UFBA, Socorro Pitombo iniciou sua brilhante carreira profissional em Salvador, no jornal A Tarde, na histórica redação da Praça Castro Alves, integrando com brilho e talento próprios – além de grande simpatia pessoal e extremo bom humor, uma de suas inúmeras qualidades -, formando em uma equipe pioneira de jovens recém saídos da universidade, mesclada com veteranos da destacados da imprensa local da época. Uma experiência rica em resultados para o então principal jornal do Nordeste, em plena ditedura militar pós-AI-5, da qual faziam parte também este editor do Bahia em Pauta e Margarida, colega de turma. Antes de ingressar em A Tarde, Socorro Pitombo, Edvaldo Esquivel (seu colega, amigo e conterrâneo e este editor do BP, já haviam atuado juntos nos embates contra a ditadura no movimento estudantil acadêmicos.
Profissional de referência
Em seguida, Soccorro Pitombo foi trabalhar em sua amada Feira de Santana, nos anos loucos dos grandes embates políticos estaduais e nacionais liderados pelo deputado Francisco Pinto, de quem a jornalista sempre foi grande amiga . Ao mesmo tempo em que Feira se transformava também em importante polo comercial, industrial, cultural e de serviços, produtor de notícias não apenas para a Política. E Socorro, competente, sempre antenada, séria e corajosa, cresceu junto, na condição de primeira jornalista diplomada a atuar no jornalismo local. Virou referência profissional no setor da comunicação de Feira de Santana.
A colega jornalista Madalena de Jesus lembrou que “por onde passou, durante sua trajetória profissional, Socorro Pitombo deixou marcas indeléveis. Fazia do jornalismo a própria vida, fato que inspirou muitas gerações de comunicadores”.
Ela passou por redações de jornais, que definia como as verdadeiras escolas de jornalismo, e pelas assessorias de comunicação da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da UniFTC, “local onde se destacou no exercício da atividade que amava e, sobretudo, acreditava”, disse Madalena.
No Twitter, o jornalista e secretário de Comunicação de Feira de Santana, Edson Borges, registrou que “Socorro Pitombo foi um exemplo de jornalista, comprometida com a profissão. “Furona”, marcou época na história do fabuloso Jornal da Bahia”.
Em nota, a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) comentou a morte da servidora aposentada da instituição Socorro Pitombo, informando que ela atuou por mais de quatro décadas no setor de comunicação social e que foi por muitos anos jornalista da Uefs, ao atuar no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) e como assessora-chefe da Assessoria de Comunicação (ASCOM) da UEFS.
A instituição de ensino conclui a nota prestando “solidariedade à família, amigos e colegas de profissão da jornalista Socorro Pitombo”, e reiterando o apoio neste “momento de dor e tristeza”.
Socorro era tia do repórter João Pedro Pitombo, jornalista João Pedro Pitombo, que cobre a Bahia e o Nordeste para o jornal Folha de S. Paulo. Se foi Socorro, permanece seu notável exemplo na memória dos que ficam e da sua Feira de Santana. Para sempre. (Vitor Hugo Soare)..