O presidente Jair Bolsonaro voltou a apelar neste sábado (30/01) aos caminhoneiros para que não façam greve na próxima semana. O chefe do Executivo garantiu que tem feito o “possÃvel”, mas que não tem conseguido baixar o preço do dólar e reduzir impostos federais do combustÃvel.
De acordo com o mandatário, a estatal afirmou que o preço do combustÃvel brasileiro é o mais barato entre os BRICS e paÃses do G20. De acordo com a Global Petro Prices, que acompanha a variação de todos os combustÃveis semanalmente, na verdade, o diesel se encontra mais barato em paÃses do G20 como Rússia (BRICS) e Arábia Saudita e em Ãndice semelhante ao dos Estados Unidos, ainda que com um comprometimento relativo ao salário mÃnimo local, em dólar, muito maior do lado brasileiro.
O presidente observou ainda que para baixar o PIS/Cofins no atual cenário, teria que aumentar impostos ou criar novas taxas. “Diz o Castello Branco que a nossa gasolina é uma das mais baixas do BRICS, do G20. Mas são realidades diferentes. Qual a maneira de diminuir o preço? Nós zeramos a CIDE. Temos o PIS/Cofins está em R$ 0,33 por litro do diesel. Para baixar cada centavo eu tenho que conseguir R$ 800 milhões em outro lugar qualquer, ou aumentando imposto ou criando novos impostos. Já falei com o Paulo Guedes para tentar encontrar no Orçamento estes cerca de R$ 26 bilhões que precisamos para zerar o imposto. A Receita apresentou onde eu poderia achar parte desse recurso. É tirar de um santo e cobrir o outro”, ressalta.
ApeloÂ
Bolsonaro repetiu que a categoria pese na balança o momento atual do paÃs em meio à pandemia da covid-19. “A gente apela para os caminhoneiros; eles realmente são o sangue que levam o progresso e todo o movimento dentro do Brasil. Não sou eu que vou perder. O Brasil vai perder, os senhores também. Então, a gente apela pra isso daÃ. Vocês têm razão nas reivindicações”, completou.
ParaÃso
O mandatário emendou que não quer prometer o paraÃso para o setor, mas que busca soluções para os problemas juntamente com ministros da área. “Vamos ver se o TarcÃsio continua trabalhando para buscar soluções para isso. Não é fácil. Não quero prometer o paraÃso para eles, mas todos nós estamos em situação bastante complicada. Temos aà milhões de brasileiros informais que perderam emprego, servidor público está sem reajuste. Outros trabalhadores negociam redução de trabalho. Então a gente apela para os caminhoneiros que não façam a greve mesmo esporadicamente que alguns dizem que vão fazer, vão fechar”.
Por fim, Bolsonaro se disse escravo da legislação e do teto de gastos. “Nós não temos alternativa no momento. Eu sou escravo da legislação. Se não tivesse [que achar compensação] eu zeraria agora os R$ 0,33. Os problemas são enormes então a gente espera que o ministro Bento ao qual está vinculado a Petrobras busque soluções. O próprio Guedes arranje de onde tirar esses R$ 26, 27 bilhões para nós zeramos o PIS/COFINS do óleo diesel, pelo menos”, concluiu.
Aumento no diesel
O aumento no preço do litro do diesel, anunciado na terça-feira (26/1) pela Petrobras, reacendeu a ameaça de greve dos caminhoneiros. Até a semana passada, apenas algumas lideranças confirmavam a adesão e associações e federações diziam se tratar de um grupo minoritário. Com o reajuste do combustÃvel, no entanto, o descontentamento da categoria aumentou e áudios começam a circular nas redes sociais das lideranças, com mensagens cogitando a paralisação.
A estatal informou que o preço médio do diesel passará a ser de R$ 2,12 por litro nas refinarias, refletindo uma aumento médio de R$ 0,09 por litro, elevação de quase 4,5%.