As ruas e avenidas inclinadas de toda a cidade são agora pistas de esqui improvisadas, onde as crianças também usam sacos de plástico para deslizar através da neve com cuidado para não bater em automóveis semiencobertos pela neve ou árvores que caíram com o peso da neve.
As escolas vão estar fechadas na segunda e na terça-feira
Seguindo o conselho das autoridades, os habitantes da cidade estão desde sábado ocupados a limpar a neve acumulada em varandas e janelas, correndo o risco de esta cair na cabeça dos que passavam por baixo, que por vezes se zangavam com a situação.
As escolas vão estar fechadas nesta segunda e na terça-feira e a presidente da comunidade autónoma de Madrid, Isabel Diaz Ayuso, afirmou que vai ser avaliado no início da semana a possibilidade de vários serviços públicos se manterem encerrados mais alguns dias.
O metropolitano é, esta manhã, o único meio de transporte que funciona com uma certa normalidade e o aeroporto internacional Adolfo Suarez deverá continuar encerrado até hoje à tarde.
Os sem-abrigo de Madrid foram convidados a abrigar-se durante a última noite em locais previamente estabelecidos em várias estações de metropolitano.
A maior parte das lojas e supermercados continuam fechados, porque os funcionários têm dificuldade em chegar ao trabalho. A tempestade de neve também dificultou inicialmente o acesso aos hospitais, muito concentrados desde há meses no combate à pandemia de covid-19.
“O silêncio e a ausência total de tráfico rodoviário é o que mais me tem impressionado nas últimas horas”, disse Ramon Segarra, assegurando que nunca tinha vivido uma situação semelhante nos últimos 72 anos em que vive no bairro de Lavapiés, no centro de Madrid.
A maior nevasca que atingiu Madrid desde 1971 deixou 33 litros de neve por metro quadrado em 24 horas.
Os limpa-neves continuam esta manhã o seu trabalho incansável para desobstruir as principais vias de comunicação, antes da chegada de temperaturas negativas, que podem ir até aos -10º Celcius, nos próximos dias, que irão provocar que a neve se converta em gelo, mais difícil de limpar.
Segundo as autoridades regionais, Madrid inicia este domingo uma segunda fase da “muito complexa” tempestade Filomena, na qual o gelo vai dificultar o regresso à normalidade e solicitando a colaboração dos habitantes, a fim de evitar deslocações e ajudar na remoção da neve.
“Caminhos de João”, Chico Lobo e Joãozinho Gomes: parceria de Chico Lobo com o poeta da Amazônia Joãozinho Gomes, é uma toada inspirada em Guimarães Rosa. Enquanto canta os belos versos, Lobo ponteia a viola. (Aquiles Reis, do MPB4, no Jornal do Brasil).
BOM DIA!!!
(Vitor Hugo Soares)
Ei-los:
“O menino caipira de São João Del Rei tocava por lá sua viola de dez cordas, desde a noite até o sol raiar. Saiu para o mundo, a viver e criar. Levava na mala as modas e o seu dedilhar. Carregava no peito o jeitão da terra e o seu linguajar. Dos dedos das mãos seus sons saíram a voar. Tome de cantar e violar. E tome de ser do sol e da lua, do mato e do mar.
A moda “Sertão” (Chico Lobo) abre os trabalhos do novo álbum. Na intro, a viola de Lobo se ajunta ao violão de cordas de aço e deixam no ar o som univitelino de seus instrumentos. O duo vocal de Ruly Ballmant e Chico Lobo mostra a cara. Assim como o baixo e o teclado (Ricardo Gomes), o violão com cordas de aço (Marcelo Sylvah) e a batera (Léo Pires) têm participações marcantes. Sim, pois quase todos são instrumentos inusuais nas cantigas rurais – o que, de cara, mostra uma atual variante instrumental e composicional de Lobo.
“Sagrado em Meu Olhar” (CL) é solada por Drigo Ribeiro que, junto com Lobo, canta em terças. Ouve-se um weisseborn – instrumento de seis cordas como um violão, só que com a caixa na horizontal (no caso, posta no colo de Drigo Ribeiro). Novamente o arranjo reforça a inovada levada da música interiorana.
“Caminhos de João”, parceria de CL com o poeta da Amazônia Joãozinho Gomes, é uma toada inspirada em Guimarães Rosa. Enquanto canta os belos versos, Lobo ponteia a viola.
Numa levada cadenciada, “Sim” (CL) reinventa a esperança de Chico Lobo quanto ao futuro da vida em meio à pandemia. A batera segura as viradas, enquanto a voz de Lobo apresenta seu sonho de reinventar o futuro.