Valha-me qualquer Deus, em tempos de presidente apoiador de tortura, que é preciso gritar que as ” maricas” somos todas, de todos os gêneros, roubadas descaradamente por políticos profissionais e elites hipócritas que nos manipulam para crer que estamos não só abaixo da linha do Equador. Esses farsantes e até assassinos, são coniventes com a morte dos sonhos de muitas gerações. Mas, não passarão. A bem da verdade, começam a desesperar por pressentir que nos uniremos para salvar nossas peles curtidas por sóis de luminosidade ofuscante que nos cegam até em nome das divindades.
O discurso do opressor, da porrada, bomba e totalitarismo será escoado no próprio esgoto, embora milhares de vidas de brasileiros tenham sido ceifadas no cerne deste extremismo insano.
Nossa história é maior. Nosso povo miscigenado mais desperto, nossa gente brasileira tem sentido na carne o quanto essas criaturas de mal presságio já nos vilipendiaram por séculos.
Gosto de perceber que o gigante espreguiça. Sairá finalmente despertado do sono onde esteve adormecido e até dopado por teorias que interessavan aos poucos detentores de poderes de dentro e de fora.
Está chegando a hora da retomada de nossas forças de ” Maricas” que somos maioria, que somos chefes de famílias, que abraçamos com orgulho nossas diferenças de gênero, religiões ou raças, porque temos algo que essa gente que pensava deter o comando, vê finalmente que a força sem pólvora está do nosso lado.
O lado dos valores que não racharam . Que seriam incapazes de tripudiar irmãos em nome de discrininar ideologias ou sacrificar gerações futuras.
A luta é grande. Mas nossa capacidade de existir é maior.
Somos as Mariazinhas, Maricotas, Marias, com falos ou sem eles, de saias ou calças, porém com um fator preponderante: temos dignidade que tropas ou armamentos sofisticados, os tais ” tiros , porradas e bombas,” jamais exterminarao. Porque somos sementes. Matem- nos e ressurgiremos. Como Marielle, como Zumbi, como dom Helder, como Brizola, como milhares que lutaram por nós e tinham orgulho de serem as ” Maricas” da vez.
A fala deste Jair Messias é podre. Fede a cadáveres vítimas de escravidão , tortura r covid 19.
Traduz a pior face do extremismo totalitário e populista, além de oportunista e criminoso.
Cadeia pra essa gente é pouco. Há de haver algo mais eficaz ou punitivo na proporção que merecem.
Nós, do país das ” Maricas” vamos mostrar pra ele e seus fanáticos seguidores que as Marias das periferias podem tudo. Até derruba-los quando menos esperarem.
Cida Torneros é escritora e professora de Comunicação, mora no Rio de Janeiro e é amiga do peito e colaboradora da primeira hora do Bahia em Pauta.