Um ser precioso. Desde a pÃlula do homem até anticoncepcionais sub cutâneos. Pioneirissimo nos estudos de AIDS.
Numa entrevista ao vivo, ele falava do comportamento dos vÃrus e explicava que a doença Ãa parar de matar porque os virus não queriam morrer, desaparecer – e cada ser humano que morria, matava com ele bilhões de vÃrus. Eu retruquei: “Professor, do jeito que o senhor fala parece que o vÃrus pensa…”. Ele de pronto: “Não, mas a natureza biológica pensa por ele!”. Assim mesmo, com exclamação no fim. Era a forma peculiar que ele tinha de explicar a ciência.
Em 1985 ou 86, um amigo prestes a casar me conta que andava com dores no órgão sexual. Hummm… Peço socorro a Elsimar, (essa foi só uma das tantas e tantas vezes) achando que ele Ãa indicar algum colega. Nada, mandou que eu levasse meu amigo até ele. Lá fomos. Rua Chile. Entramos numa sala pequena, meio apertada, lotada de mulheres. Grávidissimas. Era um atendimento gratuito que Elsimar dava num edifÃcio ali… A cena está na minha memória como um quadro feliniano. Todo mundo paralisou olhando pro meu amigo, e eu, gaiata, apresentei Paulo: “Nem se preocupem, ele está passando muito bem…”. Depois da gargalhada geral veio Elsimar. Tratou a gente como filhos, alunos, amigos queridos. Como fazia com todos. Viver dava prazer a ele. Gente dava prazer a ele.
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Perdemos um homem raro.
Fique bem Professor. O Senhor fará falta.