A Seleção que se preparava para a Copa do Mundo, no México, iria aplicar quatro a zero no Bahia, em uma tarde de domingo, na Imortal Fonte Nova de todos os gols de placa feitos pelo Deus do Futebol. Até hoje, Ele Não Engole essa idéia de chamá-la de Arena Fonte Nova, como se história fosse papel higiênico usado em direção ao lixo.
Wilson Simonal, defronte à Torcida do Vitória, deu-me um autógrafo que, até hoje, procuro nos meus arquivos de ontem. Lembro-me, com nitidez, a risada do fabuloso Simona, naquele dia em que Edú,Tostão, Jairzinho e Pelé, atletas de ouro do futebol brasileiro, que havia entrevistado, para a Resenha de França, na véspera, em um bate bola, de “reconhecimento do gramado”, iriam meter quatro a zero no Primeiro Campeão Brasileiro de Futebol. Os dentes alvos do negão em uma risada panorâmica pareciam refletir a luz do sol.
Guardei sua assinatura como um troféu. Até ontem, remexendo na saudade impressa, tentava encontrá-la, para colocar em um quadro, como fiz com a de Dick. Entreguei os pontos! O inesperado não me fez uma surpresa. Provocou-me uma lágrima: Seo Gilson, aquele saco grandão, cheio de papel, nós jogamos fora! O caminhão levou!” , gritou a secretária. Fiquei calado, Chorei, por dentro, como agora, ao ouvir, na Internet, o cantor que fez a diferença na Música Brasileira, pelo modo de cantar e por sua voz inimitável.
O destino, esse bicho misterioso, fez sacanagem com um dos maiores artistas que o País do Futebol pariu. E eu fiquei, assim, meio sem voz, até o dia em que um amigo das antigas falou-me: “Toca o barco, irmão,nós iremos encontrar o velho Simona no Céu!” Tomara que demore, respondi. Ah, antes que esqueça, Arena é o cacete!
Gilson Nogueiraé jornalista, colaborador da primeira hora do Bahia em Pauta