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dez
02
Posted on 02-12-2019
Luiz Carlos Azedo, no Correio Braziliense (Opinião):Nas entrelinhas: Era uma vez em… Alter do Chão
Filed Under (Artigos) by vitor on 02-12-2019
Luiz Carlos Azedo

DO BLOG DO AZEDO/ CORREIO BRAZILIENSE

 

 

Nas entrelinhas: Era uma vez em… Alter do Chão

“No caso de DiCaprio, Bolsonaro comprou mais uma briga gratuita, que queima o filme do Brasil na opinião pública mundial. É difícil explicar o que se ganha com isso”

Nono filme de Quentin Tarantino, Era uma vez em…Hollywood estreia nesta semana na tevê a cabo brasileira. É o filme com melhor bilheteria do diretor norte-americano no Brasil, com uma dupla de astros de primeiro time contracenando nos papéis principais: Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. Todos os filmes de Tarantino (Cães de aluguel, Pulp fiction, Kill Bill, Bastardos inglórios, Jack Brown, Os oito odiados, Django livre), com antológicas e sutis recriações nos remetem a outros grandes cineastas que o diretor admira, como Martin Scorcese, Francis Ford Copolla, William Friedkin, Peter Bogdanovich, Steven Spielberg, George Lucas e Roman Polanski.

O filme retrata o ambiente da virada dos anos 1960 para 1970, quando o cinema passou por uma mudança radical, com as megaproduções dos grandes estúdios sendo ultrapassadas por filmes mais autorais e baratos, como Sem destino, um road movie americano de 1969, escrito por Peter Fonda, Dennis Hopper e Terry Southern. Produzido pelo primeiro e dirigido pelo segundo, ambos estrelando a película, revelou Jack Nicholson, que roubou a cena. Era o auge do movimento hippie e do “paz e amor”, cuja aura foi abalada pelo famoso caso da Família Manson, uma seita de fanáticos transgressores liderada por Charles Manson, que ordenou a seus seguidores uma série de assassinatos, entre os quais, o da atriz Sharon Tate.

A história de Rick Dalton pode lrender outro Oscar para Leonardo DiCaprio, por sua magnífica atuação. O personagem é protagonista de uma série de faroeste de sucesso na tevê, mas fracassa no cinema. Sobrevive encenando pontas em outras séries na telinha, enquanto busca a grande chance. Tem ao seu lado o amigo e alter ego Cliff Booth, interpretado por Brad Pitt, seu dublê em cenas de perigo e braço direito no dia a dia. Simultaneamente, nasce uma nova estrela em Hollywood: Sharon Tate, no filme O bebê de Rosemary, encenada por Margot Robie. Casada com Roman Polanski, o diretor do filme, a atriz se torna vizinha de Dalton. É um filme sobre os bastidores do cinema e seus protagonistas num momento de revolução dos costumes, com contradições tipicamente norte-americanas.

Tiro no pé

Pois não é que Bolsonaro resolveu comprar uma briga gratuita com Leonardo DiCaprio, acusando-o de financiar queimadas criminosas na Amazônia por meio de doações à WWF, organização governamental que atua na área ambiental. “Agora, o Leonardo DiCaprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia”, disse. Bolsonaro já havia atacado o ator durante live nas redes sociais, na qual o acusava de financiar quatro jovens integrantes da Brigada de Incêndio de Alter do Chão presos, na terça-feira, por suspeita de incêndio criminoso na Área de Proteção Ambiental de Alter do Chão.

“O pessoal da ONG, o que eles fizeram? O que é mais fácil? Botar fogo no mato. Tira foto, filma, a ONG faz campanha contra o Brasil, entra em contato com o Leonardo DiCaprio, e o Leonardo DiCaprio doa 500 mil dólares para essa ONG. Uma parte foi para o pessoal que estava tocando fogo, tá certo? Leonardo DiCaprio tá colaborando aí com a queimada na Amazônia, assim não dá”, disse Bolsonaro. O ator negou as acusações, reiterou apoio ao movimento ambientalista, mas negou ter financiado os quatro jovens, cuja prisão foi relaxada pelo próprio juiz que os mandou prender, por falta de provas conclusivas. No comunicado, Di Caprio disse ter orgulho de colaborar com grupos que protegem ecossistemas e saiu por cima: “o povo brasileiro está trabalhando para salvar seu patrimônio natural e cultural”.

Bolsonaro gosta de atirar primeiro e perguntar depois. Tudo indica que tirou suas conclusões de uma coletiva de imprensa do delegado de Polícia Civil do Interior, José Humberto Melo Jr, já afastado do cargo. “Percebemos que a pessoa jurídica deles conseguiu um contrato com a WWF, venderam 40 imagens para a WWF para uso exclusivo por R$ 70 mil, e a WWF conseguiu doações, como a do ator Leonardo DiCaprio, no valor de US$ 500 mil, para auxiliar as ONGs no combate às queimadas na Amazônia”, disse Melo Jr.

A WWF Brasil informou que tem contrato de técnico-financeiro com o Instituto Aquífero Alter do Chão, e que o valor de pouco mais de R$ 70 mil foi destinado à compra de equipamentos para as atividades de combate a incêndios florestais pela Brigada de Alter do Chão. Presidente da República não pode tirar conclusões precipitadas. No caso de DiCaprio, Bolsonaro comprou uma briga gratuita, que queima o filme do Brasil na opinião pública mundial. É difícil explicar o que se ganha com isso. Ademais, como no filme de Tarantino, entramos no túnel do tempo. Revivendo polêmicas dos anos 1960 e 1970 cujos traumas estão sendo resgatados da pior forma possível. Sempre haverá uma parcela da população que sonha com a volta ao passado, porém, essa é uma agenda regressiva de governo, um fator de desagregação nacional.

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dez
02
Posted on 02-12-2019
“Toalha no Chão”, Walter Queiroz: um samba com sotaque, jeito e cara da Bahia para começar a semana no último mês de 2019
Filed Under (Artigos) by vitor on 02-12-2019

“Toalha no Chão”, Walter Queiroz com Pérola Negra: Talento rima com ele, Waltinho Queiroz. Aqui vai mais uma prova cabal, para alegrar o domingo esta composição garimpada com zelo para ouvintes e leitores do BP.

BOM DIA!!!

(Gilson Nogueira)

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dez
02
Posted on 02-12-2019
Talentosa presença: Em visita ao Rio, Juliette Binoche fala de suas raízes brasileiras e das escolhas que faz na premiada carreira
Filed Under (Artigos) by vitor on 02-12-2019

 DO JORNAL ZERO HORA (RS)

Atriz ganhadora do Oscar vai ter relançado um de seus mais importantes filmes, “A Liberdade É Azul”, e tem entre os novos projetos uma parceria com Catherine Deneuve 

William Mansque

 
Eny Miranda / Divulgação
Juliette Binoche em evento realizado na cidade de Niterói (RJ)Eny Miranda / Divulgação

 Convidada para ser a madrinha do aniversário de 30 anos da distribuidora cinematográfica Imovison, a atriz francesa Juliette Binoche visitou o Brasil pela primeira vez neste final de semana. O evento foi realizado no Cinema Reserva Cultural, em Niterói (RJ), na sexta-feira (29). Vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante e do troféu de melhor atriz no Festival de Berlim pelo filme O Paciente Inglês (1996), Juliette, 55 anos,  tem em seu vasto currículo filmes como A Insustentável Leveza do Ser (1988), A Liberdade É Azul (1993), troféu de melhor atriz no Festival de Veneza, Chocolate (2000) e Cópia Fiel (2010), com o qual foi laureada no Festival de Cannes.

Para Juliette, também foi a oportunidade de se conectar com a terra de suas raízes distantes: recentemente, ela revelou que familiares seus viveram no Brasil, no século 19 – no caso, um francês branco que teve filhos com sua escrava, gerando uma descendência que foi levada para a França.

Em entrevista a Zero Hora, concedida em um bistrô de Niterói, Juliette, relatou que se sente em dívida por conta desse vínculo.

– Nós todos temos direitos a nossas escolhas, seja do nosso trabalho ou do que queremos fazer com o nosso corpo. Nenhuma pessoa deveria ser escravizada. Nenhuma pessoa deveria ser usada. Se pudesse, pediria perdão a cada um desses familiares – lamenta.

A estadia de Juliette no Brasil de seus antepassados foi curta: de sexta a domingo. No evento da Imovision, principal distribuidora de filmes franceses no Brasil, a atriz foi o centro das atenções. Escoltada por dois seguranças, exibiu simpatia e uma leveza contagiantes. Nos dias seguintes, saboreou uma típica feijoada e vibrou com o samba na quadra da Mangueira. 

– Gostaria muito de conhecer como são os brasileiros, como eles vivem suas vidas, o interior do país.

A atriz já havia relatado ter alguém que a assusta no Brasil: o presidente Jair Bolsonaro.

– Para mim, um presidente que vem do universo militar já é uma coisa esquisita. Militares e políticos tão próximos… Isso me remete ao Trump. E os dois são amigos. Pelo que eu soube, ele (Bolsonaro) tem sido intolerante ao falar sobre mulheres, negros e índios. Você imagina que, supostamente, um presidente deveria representar todo mundo em seu país. Espero que haja uma virada, uma transformação, e que isso aconteça o mais breve possível.

Um dos planos da Imovision para 2020 é relançar A Liberdade É Azul nos cinemas em versão remasterizada. Dirigido pelo polonês Krzysztof Kieslowski (1941-1996), o longa é o primeiro da Trilogia das Cores (completada por A Igualdade É Branca e A Fraternidade É Vermelha). Na época, Juliette havia sido convidada para participar de Jurassic Park, mas recusou o convite de Steven Spielberg para poder estrelar o filme sobre uma mulher traumatizada em Paris após um trágico acidente em que morrem o marido e a filha. Juliette não se arrepende.

– As atuações, a edição, a música, enfim, tudo é muito exitoso, claro e profundo. Foi uma combinação de talentos para contar a história, trazer a tona suas emoções, mas não qualquer emoção. Inserir a cor preta entre as cenas. Foi maravilhoso entregar uma história que tocou o público – orgulha-se.

Juliette diz ter boas lembranças de trabalhar com Kieslowski, cineasta com fama de “difícil”. Há uma história interessante sobre isso. Na filmagem de  A Liberdade É Azul, atriz fez uma tomada que pensou estar perfeita. O diretor pediu que a cena fosse rodada novamente. A segunda tomada foi considerada aceitável e Juliette perguntou por que ele achou melhor do que a anterior:”Porque você respirou de forma diferente”, recebeu como resposta.

– Apreciei demais a jornada com Kieslowski. Eu nunca sabia o que ia acontecer – resume.

Oscar

Pouco tempo após se destacar em A Liberdade É Azul, Juliette ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo papel da enfermeira Hana em O Paciente Inglês. Segundo a atriz, não houve grandes mudanças na sua carreira após conquistar a estatueta.

– Mudou o olhar que as pessoas tinham sobre mim. “Juliette Binoche, a vencedora do Oscar” era o meu título (risos). Quando voltei para a França, fui uma espécie de rainha por um tempo. E então eles esqueceram a rainha – diverte-se.

Se você sempre atuar em sua zona de conforto ou atuar por motivos como fama e dinheiro, vai ser difícil se sustentar. Mas se você sempre disser sim para a arte, para o desafio, para o risco e procurar se renovar, tudo vem ao seu tempo

JULIETTE BINOCHE

Para Juliette, esses movimentos fazem parte do jogo:

– A vida como atriz pode ter altos e baixos, não se pode levar para o lado pessoal. 

Entre esses baixos, estão as dificuldades que as atrizes relatam para conseguir bons papéis após os 40 anos.

– Em Hollywood continua sendo difícil conseguir um bom papel mesmo com 25 anos (risos). Há expectativas diferentes da indústria para as atrizes e para os atores. Você precisa desenvolver a si mesma. Acho que não depende da idade, mas sim de como as mulheres são vistas – avalia.

Juliette destaca que para conseguir um bom papel é necessário assumir alguns riscos.

– Se você sempre atuar em sua zona de conforto ou atuar por motivos como fama e dinheiro, vai ser difícil se sustentar. Mas se você sempre disser sim para a arte, para o desafio, para o risco e procurar se renovar, tudo vem ao seu tempo. Esse foi o jeito que experimentei. Eu não me achava especialmente talentosa, mas acho que trabalhei duro. Essa foi a diferença – reflete.

Projetos

3B Productions / Divulgação
Juliette estrela o filme “La Vérité”, ainda sem data de estreia no Brasil, com a atriz Catherine Deneuve 3B Productions / Divulgação

Aos 55 anos, Juliette está cheia de projetos. Um de seus filmes mais recentes, ainda sem previsão de estreia no Brasil, é La Vérité (A Verdade), coprodução entre França e Japão. É um drama sobre relação de desavenças e mágoas entre mãe e filha. O longa é dirigido por Hirokazu Koreeda – vencedor da Palma de Ouro em Cannes no ano passado com Assunto de Família. Para a atriz, o cineasta japonês é um verdadeiro escritor.

– Me remete ao Anton Tchékhov (dramaturgo e escritor russo, 1860–1904). Ele vê as pessoas tanto pelo lado sombrio quanto pelas suas partes iluminadas. Proporciona para cada um diferentes ângulos do que podemos ser. Nunca impõe nada, ele simplesmente te convida para o seu mundo. Ele continua escrevendo entre as cenas, escreve sequências novas, o que eu adoro. Muda as cenas toda manhã (risos). Eles nos deixa trabalhar tranquilamente – descreve.

Juliette vive a filha e sua mãe é interpretada pela lendária atriz francesa Catherine Deneuve. 

– Eu a assistia a seus filmes desde criança. Eu estou vivendo um belo conto de fadas atuando com essa atriz!. No final, nos tornamos próximas. Ela é uma mulher forte, mas também muito carinhosa. Faz o trabalho ficar mais fácil – diz.

Com outros dois longas previstos para 2020, Juliette brinca:

– Meu próximo projeto é não fazer nada (risos). Eu estava há dois meses em férias porque nunca tive férias de verdade. Me sentia culpada por isso. E quando se tem filhos (Juliette é mãe de Raphaël, 26, e Hana, 19), esqueça as férias, é um outro trabalho (risos). É preciso cozinhar, entretê-los,  limpá-los. Quando eles crescem, essa fase passa e você pensa: “Ok, agora tenho tempo livre!”.

* O repórter iajou a convite da distribuidora Imovision

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dez
02
Posted on 02-12-2019
SimoneTebet (CCJ do Senado) diz na Folha: “O pacote anticrime de Sergio Moro é necessário”
Filed Under (Artigos) by vitor on 02-12-2019
 
 Do blog O Antagonista

Tebet: “O pacote anticrime de Sergio Moro é necessário”

Simone Tebet, presidente da CCJ do Senado, disse à Folha que o governo de Jair Bolsonaro precisa deixar de lado a pauta de costumes se quiser avançar com a agenda econômica e de segurança.

“O pacote anticrime do ministro Sergio Moro [Justiça] é necessário. Diria que 80% do projeto que o ministro apresentou ao Congresso é positivo.

Se entregarmos 70% do que está sendo colocado ali, teremos conseguido um grande avanço no combate à corrupção, ao crime organizado.

Teremos conseguido garantir que a segurança pública exerça seu papel sem partir para extremos de impedir a ampla defesa, o contraditório e o direito de ir e vir.”

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dez
02
Posted on 02-12-2019
O Antagonista (VÍDEO): Moro ovacionado com público de pé em show de Roberto Carlos
Filed Under (Artigos) by vitor on 02-12-2019

DO BLOG O ANTAGONISTA

(VÍDEO): Moro ovacionado com público de pé em show de Roberto Carlos

Sergio Moro foi ovacionado ontem em um show de Roberto Carlos.

“É um privilégio receber nessa plateia um cara que eu realmente admiro e respeito por tudo que ele tem feito por nós, pelo nosso país. Tô falando de Sergio Moro”, disse o cantor.

Clique abaixo para assistir ao vídeo:

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dez
02
Posted on 02-12-2019
Sinal amarelo: Autoridade bancária europeia alerta sobre o risco de Brasil, México e Turquia
Filed Under (Artigos) by vitor on 02-12-2019

DO EL PAÍS

A exposição de instituições bancárias a esses países está “altamente correlacionada” ao crescimento econômico global, devido às tensões comerciais e as mudanças nas taxas de juros do dólar

 Íñigo de Barrón

 
Madri
Jose Manuel Campa, presidente da Autoridade Bancária Europeia, no Parlamento europeu. EPA/OLIVIER HOSLET
Jose Manuel Campa, presidente da Autoridade Bancária Europeia, no Parlamento europeu. EPA/OLIVIER HOSLET

A Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), fechou o exame das 131 principais entidades que controla. Concluiu que a baixa rentabilidade continua sendo o problema do setor (está em 7% com o objetivo de 10%) e pede corte de gastos.

Em relação ao sistema bancário espanhol, a EBA alertou sobre a exposição a economias emergentes como a Turquia, o Brasil e o México, que podem ser especialmente vulneráveis às tensões comerciais e mudanças nas taxas de juros do dólar. Ainda que a EBA, presidida por José Manuel Campa, ex-diretor do Santander, não os mencione, o aviso é principalmente para o Santander e o BBVA. Cada uma dessas entidades está em dois dos três países mencionados. Além desses dois bancos, somente o Sabadell está no México, mas com uma presença menor.

Em seu último exercício de transparência, a EBA disse que, no fechamento de junho, a exposição dos bancos da área do euro a economias emergentes chegava a 1,24 trilhão de euros (5,8 trilhões de reais), 4,7% a mais do que um ano atrás, sendo especialmente elevadas as exposições à China (231 bilhões de euros – 1 trilhão de reais), Brasil (204 bilhões – 951 bilhões de reais) e México (196 bilhões – 914 bilhões de reais). Desse valor, quase 70% é concentrado pelos bancos espanhóis (471 bilhões – 2,2 trilhões de reais) e britânicos (375 bilhões de euros – 1,75 trilhão de reais). Os bancos britânicos estão especialmente expostos à China e à Índia.

Como lembrou a Autoridade Europeia, a exposição a esses países está “altamente correlacionada” ao crescimento econômico global, de modo que os eventos que podem afetar a economia mundial, como as tensões comerciais e as mudanças nas taxas de juros do dólar, “fazem com que essas exposições sejam particularmente vulneráveis”.

Kutxabank primeiro, Santander último

Em relação ao setor na Espanha, a EBA detalha o quociente de capital de máxima qualidade (CET1 fully loaded no jargão financeiro), em que destaca o Kutxabank com um índice de solvência de 16,10%. É o quinto ano consecutivo que o banco basco consegue essa posição, que contrasta com a baixa rentabilidade apresentada pela entidade.

O Kutxabank afirmou ter melhorado seus riscos soberanos e de crédito “o que reflete a solidez do modelo de negócio do Kutxabank e consolida sua posição dentro do dentro do sistema financeiro”, diz a entidade bancária dona do BBK, Kutxa e Vital.

O Santander ocupa a última posição por capital, de acordo com a EBA, com 11,06%. Fontes do banco presidido por Ana Botín dizem que seu modelo de negócio varejista e muito diversificado “nos permite operar com níveis mais baixos de capital já que o modelo traz estabilidade e previsibilidade nos resultados”. Também dizem que, em hipotéticos cenários de crises econômicas, são a entidade “que destrói menos capital”.

A EBA conclui que “os índices de solvência dos bancos da UE se mantiveram estáveis, enquanto o índice de morosidade se contraiu ainda mais. Em meio à baixa rentabilidade, é essencial uma gestão proativa dos gastos operacionais”.

Conforme esses dados, o capital de máxima categoria médio aumentou no conjunto dos bancos europeus de 14,3% em junho de 2018 a 14,4% em junho passado, últimos balanços analisados pela autoridade bancária. Fixando a análise em junho, os bancos espanhóis estão nas últimas colocações, com um quociente CET1 fully loaded de 11,46%, ligeiramente inferior ao valor de 11,57% acumulado com os balanços fechados do exercício 2018, ainda que tenha melhorado em relação ao 11,38% anotado em 2017.

Em uma margem mais próxima à espanhola, ainda que em melhor posição, estão os sistemas bancários da Bulgária (11,99%), Estônia (12,11%), Itália (12,52%), Portugal (12,77%) e Grécia (12,84%). A situação mais confortável é a dos bancos da Islândia (20,86%), Luxemburgo (20,36%), Malta (18,67%) e Eslovênia (18,43%). Em uma posição intermediária e mais próxima à média do Velho Continente estão por sua vez os sistemas bancários da França (14,56%), Reino Unido (14,38%) e Alemanha (13,97%).

A rentabilidade cai a 7%

A Autoridade assinala que a rentabilidade sobre recursos próprios para a média dos bancos europeus “diminuiu levemente de 7,2% de 2018 a 7% em 2019. O que se espera é que o deteriorado entorno macroeconômico junto com as taxas de juros e a intensa concorrência não só dos bancos, como também das empresas de tecnologia financeira (FinTech) e outros atores financeiros, pressionem mais a rentabilidade bancária”. A EBA define essa situação como “um entorno desafiante”, e afirma que “a racionalização dos gastos operacionais é provavelmente a principal área para melhorar a rentabilidade”.

Mas há mais dificuldades aos bancos. De acordo com a EBA, o aumento dos casos de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo têm alto risco operacional. Os ataques cibernéticos e as violações de dados representam preocupações importantes aos bancos. Além disso, a ocorrência de escândalos de lavagem de dinheiro pode envolver os custos legais e de reputação, conclui a Autoridade Bancária Europeia.

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dez
02
Posted on 02-12-2019
CHARGE DO DIA
Filed Under (Artigos) by vitor on 02-12-2019



 

 Cellus, NO PORTAL

 

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dez
02
Posted on 02-12-2019
Tragédia de madrugada no Pancadão em São Paulo: Nove pessoas morrem pisoteadas em tumulto após ação da PM durante baile funk em Paraisópolis
Filed Under (Artigos) by vitor on 02-12-2019

Outras sete pessoas ficaram feridas na comunidade que tem 100 mil habitantes e é a 2ª maior da cidade. Houve confusão e correria com a chegada da PM ao local; evento tinha cerca de 5 mil pessoas, segundo a polícia. Na noite deste domingo houve protesto pacífico em Paraisópolis contra a violência policial e em homenagem aos mortos.

Por Robinson Cerântula, César Tralli e Bárbara Muniz Vieira, TV Globo e G1 SP

     Nove pessoas morrem pisoteadas após tumulto em baile funk em Paraisópolis, SP

Nove pessoas, sendo uma mulher e oito homens, morreram pisoteadas durante um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada deste domingo (1º), depois de uma perseguição policial seguida de tiros, segundo a Polícia Civil. Outras sete pessoas ficaram feridas.

Ainda de acordo com a polícia, agentes do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) realizavam uma Operação Pancadão na comunidade – a segunda maior da cidade, com 100 mil habitantes – quando foram alvo de tiros disparados por dois homens em uma motocicleta. A dupla teria fugido em direção ao baile funk ainda atirando, o que provocou tumulto entre os frequentadores do evento, que tinha cerca de 5 mil pessoas.

No entanto, a mãe de uma adolescente de 17 anos que estava no local e que foi agredida com uma garrafa disse que os policiais fizeram uma emboscada para as pessoas que estavam no baile.

A jovem ferida durante a confusão descreveu o momento em que foi atingida. “Eu não sei o que aconteceu, só vi correria, e várias viaturas fecharam a gente. Minha amiga caiu, e eu abaixei pra ajudá-la”, afirmou.

“Quando me levantei, um policial me deu uma garrafada na cabeça. Os policiais falaram que era para colocar a mão na cabeça.”

 
Jovem de 17 anos afirma ter sido agredida com uma garrafa por um PM em Paraisópolis, SP

Jovem de 17 anos afirma ter sido agredida com uma garrafa por um PM em Paraisópolis, SP

Segundo a polícia, equipes da Força Tática, ao chegarem para apoiar a ação em Paraisópolis, levaram pedradas e garrafadas. Os policiais, então, teriam respondido com munições químicas para dispersão. Ainda de acordo com informações da polícia, alguém no meio da multidão disparou um tiro, e houve correria.

 

Durante a confusão, pessoas foram pisoteadas. Elas foram levadas em estado grave ao Pronto Socorro do Campo Limpo. Duas viaturas da PM foram depredadas. O delegado Emiliano da Silva Neto, do 89º DP, afirmou que todas as vítimas morreram pisoteadas e que ninguém foi vítima de disparos (leia mais abaixo).

O governador João Doria (PSDB) lamentou as mortes e pediu “apuração rigorosa” do episódio. O Ouvidor das Polícias, Benedito Mariano, afirmou que “a PM precisa mudar protocolo”.

A diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, afirmou em entrevista à Globo News que a polícia tem de prestar contas do que ocorreu “sem medo de assumir um erro caso tenha havido”.

Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram a ação da PM em Paraisópolis na madrugada deste domingo. Assista abaixo:

 
Vídeo mostra ação da PM em baile funk em Paraisópolis

Vídeo mostra ação da PM em baile funk em Paraisópolis

 

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a Operação Pancadão tem sido periodicamente realizada em toda a capital “para garantir o direito de ir e vir do cidadão e impedir a perturbação do sossego, fiscalizando a emissão ruídos proveniente de veículos”.

Dados de Paraisópolis

  • 2ª maior favela de São Paulo e 5ª maior do Brasil
  • 10 quilômetros quadrados de área
  • 100 mil habitantes
  • 21 mil domicílios
  • 12 mil moradores analfabetos ou semianalfabetos
  • 31% da população é composta por jovens de 15 a 29 anos, portanto mais vulneráveis à carência de emprego e oportunidades
  • 42% das famílias têm mulheres como responsáveis
  • Renda média de 87% dos chefes de família é de até 3 salários mínimos
  • 21% da população que tem emprego atua no comércio local
  • Aproximadamente 10 mil comércios locais
  • Grande crescimento nos últimos anos
  • Grandes empresas ingressando no mercado local
  • 12 escolas públicas (estaduais e municipais), uma Escola Técnica Estadual (Etec), um Centro Educacional Unificado (CEU), três unidades básicas de saúde (UBS) e uma unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA)

Adolescente foi agredida por policiais, diz mãe

A mãe da adolescente de 17 anos ferida no baile funk diz que a filha foi agredida por policiais.

“[Minha filha] levou uma garrafada na cabeça [que partiu] de um policial. Deram [com] um cassetete nas costas dela. Ela está lúcida e aguardando a tomografia”, disse afirmou. “Quando eu a vi, não a reconheci. Ela estava com o rosto deformado e perdeu muito sangue. Estava em choque.”

 

A mãe continuou: “É uma rua com duas ou três saídas. Eles [policiais] fecharam e coagiram. Atiraram com arma de fogo – não só com bala de borracha. Bateram com cassetete, fora [o uso de] spray de pimenta. Eles [os frequentadores do baile funk] estavam só curtindo”.

“Os policiais fecharam a rua. Teve corre-corre, pisoteamento de adolescente. Gás de pimenta, bala de borracha, e ainda estavam agredindo pessoas. Foi um policial que tacou garrafa de vidro na minha filha.”

 

Adolescente levou golpe de cassetete durante ação da polícia em baile funk — Foto: Arquivo pessoal Adolescente levou golpe de cassetete durante ação da polícia em baile funk — Foto: Arquivo pessoal

Adolescente levou golpe de cassetete durante ação da polícia em baile funk — Foto: Arquivo pessoal

 

Em novembro, uma jovem perdeu a visão de um dos olhos ao ser atingida por uma bala de borracha da polícia na dispersão de um baile funk na Zona Leste de São Paulo.

‘Muito tiro’

Um jovem de 18 anos que não é morador de Paraisópolis, mas que costuma frequentar os bailes, disse que viu muitos adolescentes passando mal e desmaiando por causa das bombas de gás atiradas pela polícia durante o baile funk da madrugada deste domingo.

“Chegaram atirando em todo mundo. A gente estava no baile e primeiro veio a bomba. Começaram a cair as pessoas, passando mal, e a desmaiar, sendo pisoteadas. Ficamos encurralados. Não tinha para aonde correr, para aonde ir. Muita gente caindo já morta, a polícia atirou. Muitas pessoas tentavam salvar a própria vida. Vi muito sangue e escutei bastante barulho de tiro”, disse o jovem.

A mãe dele afirmou: “Foi meio tenso, a polícia queria saber se meu filho estava no baile funk. É uma guerra ao pobre. Se fosse nos Jardins [bairro de classe alta de SP], a coisa seria nem diferente. Até a forma da polícia abordar é diferente. O problema não é o funk, é a cultura da periferia, é o lazer”.

 
 

Paraisópolis, maior favela de São Paulo, é vizinha do bairro do Morumbi, na zona oeste de São Paulo — Foto: Felipe Souza/BBC Brasil Paraisópolis, maior favela de São Paulo, é vizinha do bairro do Morumbi, na zona oeste de São Paulo — Foto: Felipe Souza/BBC Brasil

Paraisópolis, maior favela de São Paulo, é vizinha do bairro do Morumbi, na zona oeste de São Paulo — Foto: Felipe Souza/BBC Brasil

Delegado disse que ninguém foi vítima de disparos

O delegado Emiliano da Silva Neto, do 89º DP, afirmou que nenhuma das mortes ocorridas no baile funk foi causada por tiro.

“Policiais militares pararam duas pessoas em uma moto. Eles entraram onde estava ocorrendo a festa e continuaram atirando nos policiais. Em decorrência desse tiroteio, houve um efeito manada, teve uma viela com escadaria, e as pessoas pisotearam umas nas outras”, disse.

“Nove morreram. Todas elas estão com graves lesões de pisoteio, não tem nada de perfuração ou alguém atingido por projétil de arma de fogo.”

Governador pediu apuração ‘rigorosa’

 

O governador João Doria pediu “apuração rigorosa” do episódio.

“Lamento profundamente as mortes ocorridas no baile funk em Paraisópolis nesta noite. Determinei ao Secretário de Segurança Pública, General Campos, apuração rigorosa dos fatos para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio”, escreveu Doria, no Twitter.

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