Do G1 SE
Todas as 17 praias do litoral sergipano, uma soma de 197 quilômetros, que foram atingidas pelas manchas de óleo em algum momento desde o dia 24 de setembro, apresentaram reincidência da substância após serem limpas por equipes comandadas pela Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). Segundo o órgão, só na capital, 231 toneladas do resÃduo já foram recolhidos até a manhã desta terça-feira (15).
Praia dos Artistas, em Aracaju, nesta terça-feira (15), com novas manchas de óleo — Foto: Reprodução/TV Sergipe
“Em maior ou menor proporção, todas as praias do nosso litoral apresentaram novamente as manchas”, disse o diretor-presidente do órgão, Gilvan Dias.
Nesta segunda-feira (14), foram registradas novas manchas nas praias da Coroa do Meio, Artistas, Atalaia, Aruana, Refúgio e Viral, em Aracaju, além de Pacatuba, Pirambu, Jatobá, Porto, Atalaia Nova e Praia da Costa, no litoral Norte.
O processo de limpeza para retirada permanece sendo feito diariamente em todo o litoral. O material recolhido é enviado para uma unidade da Petrobras em Carmópolis.
A análise da água, também feita periodicamente pela Adema, atesta a balneabilidade das praias, mas a recomendação aos banhistas é evitar o contato com as manchas.
No dia 14 de outubro, mancha de óleo apareceu novamente na Praia dos Artistas, que já havia sido limpa — Foto: Igor Reis/Arquivo
Praias sergipanas
Litoral Norte
Litoral Sul
No dia 5 de outubro, o estado de Sergipe decretou situação de emergência, que foi reconhecida pelo governo federal nesta segunda-feira (14) e publicada nesta terça-feira (15) no Diário Oficial da União (DOU). Os municÃpios são: Aracaju, Barra dos Coqueiros, Brejo Grande, Estância, Itaporanga D`Ajuda, Pacatuba e Pirambu.
A substância já toma 166 localidades de nove estados nordestinos. O desastre já atingiu ao menos 12 unidades de conservação do paÃs, incluindo a Reserva Biológica de Santa Isabel, no municÃpio sergipano de Pirambu, que abriga a área prioritária de desova de tartarugas marinhas. Além disso, desde o inÃcio de outubro, a soltura das tartarugas está suspensa em Sergipe. A situação também afeta o turismo e as comunidades pesqueiras.
A Justiça Federal em Sergipe determinou que a União proteja, em 48 horas, medidas de proteção aos rios de Sergipe contra o avanço das manchas. A decisão se baseia em um pedido do Ministério Público Federal em Sergipe (MPF-SE), que diz que a União deve se responsabilizar pela instalação das barreiras nos rios São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vaza Barris e Real. Devido à emergência do caso, a Justiça dispensou o Governo Federal de fazer licitação para comprar os equipamentos. A multa, em caso de descumprimento, é de R$ 100 mil por dia.
O prazo encerrará nesta quarta-feira (16), já que a Advocacia-Geral da União foi notificada na segunda-feira (14).
No último sábado (12), o estado instalou barreiras de contenção no Rio Vaza-Barris, ao custo de R$ 7 mil por dia, até que a situação seja resolvida.
Ainda na segunda, o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, disse que irá cumprir a determinação, mas afirmou que as barreiras não seriam eficientes para a contenção. Nesta terça-feira, o diretor-presidente da Adema rebateu a alegação.