Presidente deu declaração a repórteres após ministro explicar pacote anticrime
TALITA FERNANDES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta sexta-feira (9) que todos os jornalistas estariam presos se “excesso jornalístico desse cadeia”.
“Se o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos agora, tá certo?”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada ao lado do ministro Sergio Moro, da Justiça.
Presidente da República, Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)
A fala do presidente foi acompanhada de aplausos de apoiadores, que o aguardavam na porta da residência oficial da Presidência.
Ele não detalhou a que se referia ao falar em “excesso jornalístico”, mas são constantes em suas falas tom crítico ao trabalho da imprensa.
A declaração foi feita pelo presidente depois de Moro explicar em que consistia o projeto de excludente de ilicitude apresentado por ele ao Congresso.
A proposta faz parte do pacote anticrime, considerado prioridade do Ministério da Justiça, mas que enfrenta resistência dos parlamentares.
Moro estava explicando aos repórteres que o texto tem como objetivo retirar “excessos” de punições em alguns crimes.
Ele citou como exemplo o caso da modelo Ana Hickmann, apresentadora da TV Record que foi atacada por um homem que se dizia seu fã em um hotel em Belo Horizonte, em 2016.
O responsável pelos ataques acabou morto -depois de efetuar disparos- por reação do cunhado da apresentadora. Ele se referia ao fato de o cunhado ter de responder a um processo por ter matado o responsável pelo ataque.
“A proposta [de excludente de ilicitude] que existe no projeto é bastante específica. Esse caso que foi mencionado pelo presidente envolvendo aquela famosa atriz, modelo, é um caso característico. Aquela pessoa não pode ser tratada como assassina, defendeu a família. As pessoas não são máquinas, eventualmente podem ali cometer algum excesso. Não tem nenhuma extravagância nisso”, disse Moro.
À tarde, Bolsonaro postou mensagem de rede social voltando ao tema.
“Queremos tirar o ‘excesso’ do Código Penal, afinal atirar num bandido duas ou mais vezes deve ser motivo de comemoração (sinal que o policial está vivo), e não de condenação. Já os excessos dos jornalistas…”, escreveu.
Moro se reuniu com Bolsonaro no Alvorada em meio a um processo de desgaste, com ofensiva por parte dos Poderes.
O pacote anticrime sofreu novo revés na Câmara na terça (6) e deve ter novas alterações na próxima semana.
O encontro entre ele e o presidente ocorre um dia depois de Bolsonaro ter pedido ao ministro que ele “tenha paciência” com a aprovação da proposta.
Crítico da Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), fez reparos à operação e exaltou a divulgação de mensagens trocadas por membros da força-tarefa, nas quais foi mencionado.
Sem citar nomes, ele reiterou ataques ao ex-juiz e hoje ministro Sergio Moro (Justiça) e a procuradores do Ministério Público Federal.
Gilmar Mendes (Foto: ABr)
“Em relação aos procuradores, vocês têm visto tudo aquilo que se fala: perseguição, combinação. Obter vantagens, oferecer palestras, ganhar dinheiro, monetizar a Lava Jato. Imagine isto”, disse o ministro a jornalistas, nesta sexta-feira (9), em São Paulo.
“Estado de Direito é um modelo em que não há soberanos. Todos estão submetidos à lei. Portanto esse modelo que se desenhou, essa chamada ‘república de Curitiba’, isso não tem abrigo na Constituição.”
“Agora se revela, a despeito do bom trabalho que tenha feito, essa grande fragilidade” da Lava Jato, comentou o ministro, antes de participar de evento da Aasp (Associação dos Advogados de São Paulo).
Um grupo de cerca de dez pessoas fez um protesto em frente ao local da palestra, em um prédio na região da avenida Paulista. Elas gritavam “fora, Gilmar” e diziam que é a população quem paga o salário do magistrado.
Uma participante do ato usava uma capa preta ao estilo do STF. Outros, vestidos de verde e amarelo, manifestavam apoio à Lava Jato e a Moro.
“Vamos encerrar com esse ciclo de falsos heróis”, disse Gilmar aos repórteres. “Vamos reconhecer que as pessoas têm virtudes e defeitos. A democracia convive com isto.” Indagado se fazia referência a Moro ou ao procurador Deltan Dallagnol, falou que não iria “fulanizar o debate”.
“Certamente, juiz não pode ser chefe de força-tarefa. Ele não pode se integrar numa força-tarefa, afirmou Gilmar, emendando uma ironia. “Daqui a pouco alguém dirá: ele trabalhou tanto que pode até reivindicar salários na Justiça do Trabalho, acumulou funções.”
Ele reiterou que a situação é “a maior crise que se abateu sobre o aparato judicial no Brasil desde a redemocratização” e que “nada é comparável” às revelações agora feitas. Afirmou, contudo, acreditar que o Brasil “vai sair mais forte disso”.
“Em algum momento, essas pessoas que se envolveram nesses malfeitos terão que prestar contas. Terão que contar o que fizeram mesmo, para que a gente possa, inclusive, no futuro, fazer as devidas correções.”
“Quem, às escondidas, praticou atos indevidos tem que prestar conta deles”, completou.
Para ele, a revelação feita pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (8) sobre o comportamento do então corregedor-geral do Ministério Público Federal, Hindemburgo Chateaubriand Filho, em relação a Deltan, ilustra a conduta problemática de membros da força-tarefa.
“O próprio corregedor, embora não [tenha] cumprido devidamente suas funções, diz: ‘Vocês estão monetizando, vocês estão ganhando dinheiro com a Lava Jato’. E isso obviamente é vedado”, assinalou o magistrado.
“Está escrito na Constituição. Eu não posso usar a função pública para ganhar dinheiro fora daquilo que eu já ganho.” Como mostrou a reportagem, Deltan escreveu a Hindemburgo que a reprimenda seria acatada, mas a contragosto de membros do MPF.
Para Gilmar, o STF poderá ter que se debruçar sobre a validade das mensagens obtidas pelos hackers como provas em processos judiciais. “Isso é um debate que a corte já teve em alguns casos e que certamente será renovado agora.”
Segundo ele, o uso de “uma eventual prova de caráter ilícito” pela defesa de réus como o ex-presidente Lula (PT) “em tese pode ser” reivindicado, mas a validade dependerá de uma análise mais aprofundada.
“Há uma jurisprudência, em alguns casos, em que se diz: a prova, mesmo ilícita, serve para isentar determinada sanção ou inocentar alguém. Isso terá que ser examinado”, disse. “A toda hora vem esse tipo de consideração: ‘Ah, qual será a anulação?’. A mim me parece que o efeito já é deslegitimador dessas sentenças.”
E prosseguiu: “Quando a gente vai para o exterior, as pessoas perguntam: mas como vocês fizeram isso? Vocês que lograram um sistema de combate à corrupção agora estão com a credibilidade do sistema afetada. Como que um juiz sai para integrar um governo que é de oposição àquele que está preso?”.
Citado em conversas de procuradores da Lava Jato reveladas na terça-feira (6), o ministro cobrou de imediato providências da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre o caso e disse ver “um quadro de desmando completo”.
Segundo publicação do jornal El País com base em mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil, procuradores da força-tarefa em Curitiba discutiram coletar dados e informações sobre Gilmar para tentar afastá-lo de processos e até pedir seu impeachment.
Questionado nesta sexta sobre o tema, o integrante do STF afirmou ser necessária uma reforma institucional. “Certamente a procuradora-geral [Raquel Dodge], se for reconduzida, ou um novo procurador-geral vai ter um encontro com o Congresso no sentido da reinstitucionalização.”
Ele sinalizou que a autonomia dos membros pode estar associada aos abusos agora conhecidos. Em alusão ao episódio envolvendo Hindemburgo e Deltan, o ministro disse: “Esse modelo autonomista, em que o corregedor tem constrangimento de fazer correição em relação a um procurador, tem que ser superado. Isso está levando a um modelo de soberanos”.
Gilmar não quis comentar a sucessão na PGR, sob a justificativa de que a indicação cabe ao presidente da República.
Na palestra, para uma plateia de advogados e representantes de classe da categoria, o ministro falou sobre um assunto técnico, a questão da repercussão geral em ações judiciais e a repetição de recursos no STF.
TRANSFERÊNCIA DE LULA
Gilmar comentou também o pedido de transferência do ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba, brecado na quarta-feira (7) pelo STF. “Ali houve coisas estranhas”, disse o magistrado. “O tribunal interpretou que havia sinais de desvios e abusos e, por isso, fez aquela suspensão rápida.”
Na palestra aos advogados, ele ironizou a tentativa de transferência e disse que parlamentares enxergaram no caso oportunismo político.
“Na quarta-feira, por vicissitudes que não vale a pena agora discutir, se decide, talvez para que não houvesse conversa no final de semana tratando de Intercept ou coisa do tipo, se decidiu transferir o presidente Lula […]. E em pouco tempo o tribunal estava cercado por parlamentares, de todos os partidos.”
Na saída, indagado por jornalistas, voltou ao tópico: “Vocês não veem o Supremo Tribunal Federal dar resposta tão célere como foi nesse caso. Em questão de horas, o tribunal fez aquela reunião especial e deliberou sobre o tema, porque entendeu que de fato se estava diante de uma decisão de forte teor político e que tinha repercussões negativas, talvez inclusive sobre a própria paz social“.
Patrick Wood Crusius, o homem branco de 21 anos que matou 22 pessoas e feriu mais de 20 outras no sábado passado em El Paso (Texas), confessou que o alvo de seu brutal ataque perpetrado com um fuzil de assalto AK-47 eram os mexicanos. Crusius não ofereceu resistência à polícia quando foi detido depois do massacre no hipermercado Walmart e abriu mão de seu direito ao silêncio, segundo notícias publicadas nesta sexta-feira com base em documentos judiciais obtidos pela imprensa local. Desde então, vem colaborando com os investigadores. Adrián García, detetive da polícia local, afirmou no domingo em depoimento ao juiz que o jovem se entregou imediatamente ao ser abordado. “Sou o agressor”, disse aos agentes, segundo o relato de García.
Em sua confissão, Crusius, acusado de múltiplos homicídios de primeiro grau (doloso e premeditado), confirmou que tinha ido de carro da sua casa num subúrbio de Allen, a poucos quilômetros de Dallas (Texas), até El Paso, um percurso que leva aproximadamente 10 horas. Antes do banho de sangue, a polícia acredita que Crusius publicou na Internet um manifesto que falava de uma “invasão hispânica do Texas” e propunha: “Se pudermos nos desfazer de suficientes pessoas, nossa forma de vida pode ser mais sustentável”. O texto promove a teoria supremacista branca conhecida como “a grande substituição”, em alusão a um suposto plano das elites europeias de substituir a população branca do continente por imigrantes do norte da África e Oriente Médio.
As autoridades estão investigando o mais mortífero ataque à comunidade latina na história moderna dos Estados Unidos como um ataque terrorista doméstico e estão avaliando tratar o caso como um possível crime de ódio. Muitas das vítimas tinham sobrenome latino, e oito eram mexicanas. A fronteira que une El Paso (83% de população hispânica) à mexicana Ciudad Juárez é considerada uma única região metropolitana, binacional e bilíngue, de quase três milhões de habitantes.
O massacre — que ocorreu horas antes de outra chacina indiscriminada em Dayton (Ohio), com nove mortos — abriu um debate sobre a retórica divisionista do presidente Donald Trump. Seus adversários o recriminam por afirmar constantemente que os imigrantes que cruzam a fronteira mexicana são criminosos e por falar em uma “invasão”. Alguns pré-candidatos democratas inclusive chegaram a afirmar que o republicano é um supremacista branco. Mas Trump não se dá por aludido. “Acredito que minha retórica una as pessoas”, disse na manhã de quinta-feira, antes de visitar El Paso, onde não se deixou ver pelas ruas.
Em sua mensagem à nação depois das duas matanças que causaram 31 mortos em menos de 14 horas, o presidente condenou nesta segunda-feira o “racismo” e o “supremacismo branco” e disse que “o ódio não tem lugar nos EUA”. Além disso, fez um apelo à unidade. Mas suas mensagens pelo Twitter antes e depois não foram diferentes do seu estilo habitual: atacar o oponente.
Um dos alvos de Trump foi o pré-candidato democrata Beto O’Rourke, oriundo de El Paso, que se transformou no porta-voz da dor dos cidadãos. “Beto, nome falso para indicar origem hispânica [sic], O’Rourke, que está envergonhado por minha última visita ao grande Estado do Texas, onde o esmaguei, e está agora ainda mais envergonhado com as pesquisas que lhe dão 1% dos votos nas primárias democratas, deveria respeitar as vítimas e as forças de segurança e se calar!”, tuitou o mandatário na terça-feira. O’Rourke respondeu que “22 pessoas morreram na minha cidade por um ato de terror inspirado por seu racismo. El Paso não se calará, e eu tampouco”.
Ao eminente jurista e desembargador Nilson Castelo Branco.
A nomeação do jurista baiano e Subprocurador da República Antônio Augusto Brandão de Aras ou Augusto Aras (60 anos), para chefiar a Procuradoria Geral da República, deixou de constituir uma consistente especulação para se afirmar como possibilidade concreta, em razão de três encontros, fora da agenda oficial, que manteve com o Presidente Bolsonaro, os dois últimos após a divulgação da lista tríplice, apresentada ao Chefe do Executivo pela ANPR, em 05 de julho, onde constam os nomes dos procuradores Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul, segundo a ordem de votação. Até o momento, o Presidente não deu sinais de preferência por qualquer dos três, a quem, ainda, não recebeu. É improvável que indique membros de listas, segundo tem reiteradamente declarado, ideologicamente comprometidos com a estrutura de poder que prometeu desmontar, em sua campanha eleitoral. A atual procuradora, Raquel Dodge, não pleiteia, embora se disponha, declaradamente, a cumprir mais um termo. Nascido em Salvador, Augusto Aras é filho de Roque Aras, nome dotado de respeitável biografia como advogado, político e cidadão estadista. Roque Aras foi vereador em Feira de Santana, deputado estadual e Federal pela Bahia. Jurista consagrado como uma das maiores autoridades em Direito Eleitoral, Augusto Aras é Mestre em Direito Econômico, pela Universidade Federal da Bahia, e Doutor em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Integra o Ministério Público Federal desde 1987. Autor de obra jurídica densa, consolidada em livros, artigos e conferências, Aras ensina Direito Eleitoral e Direito Privado na Universidade de Brasília. Uma vez concretizada a ascensão de Aras a tão elevado posto, a Bahia, finalmente, reemerge para assegurar presença no mais alto escalão da estrutura jurisdicional do País, de que tem estado ausente desde a aposentadoria de Aliomar Baleeiro, como Ministro do STF, no já remoto ano de 1975. Ilmar Galvão, também ministro da Suprema Corte até 2003, não conta porque, apenas, nasceu em Jaguaquara, mas fez carreira fora da Bahia, com cujos interesses nunca demonstrou identidade patente. Do ponto de vista político, com a indicação de Aras, o Presidente Bolsonaro começa a desmontar a versão eleitoreira de que não gosta dos nordestinos por lhe terem atribuído a menor percentagem de votos em sua histórica vitória nas eleições de 2018. A repercussão na Bahia será ainda mais marcante, tendo em vista que o Governador Rui Costa, conquanto negue, já assumiu a condição de candidato das oposições. Rui é um dos raros nomes ilesos na enxurrada dos incessantes escândalos que enodoam a reputação dos petistas que estiveram por tantos anos no poder. Em face da atmosfera maniqueísta de secessão político-afetiva que o País respira, a tarefa do Procurador Geral se afigura como das mais difíceis, algo parecido com o caminhar sobre um fio de navalha, sem se cortar, sobretudo pela fase de baixa credibilidade que atravessam as maiores instituições da República, avultando, entre elas, o Supremo Tribunal Federal, em que alguns dos seus membros são acusados de atuar como se advogados fossem de interesses menores. A posição topográfica que o Procurador Geral ocupa nas sessões de julgamento do Excelso Pretório é, por si mesma, reveladora do papel exponencial que exerce, atuando como representante dos direitos difusos da sociedade, em contrapeso às posições dos ministros da mais Alta Corte. Já não será sem tempo que a Bahia restaurará parte do seu combalido prestígio nacional, com Augusto Aras comandando a palavra para opinar sobre os mais relevantes temas de interesse Republicano.
Joaci Góes, escritor, é presidente da Academia de Letras da Bahia, ex-diretor da Tribuna da Bahia. Texto publicado originalmente nesta quinta-feira, 8, na TB.
“Here Comes the Sun (Abbey Road), The Beatles:A imagem dos garotos de Liverpool atravessando a faixa de trânsito da londrina Abbey Road criou uma das capas de disco mais conhecidas da história da música do mundo. Nesta quinta-feira, 8 de agosto, centenas de pessoas se reuniram no local para comemorar o 50º aniversário do dia em que os Beatles foram fotografados no local, que se tornou um dos pontos mais visitados do planeta. Bahia em Pauta escolheu uma das canções mais expressivas do disco (todo perfeito) para festejar a data. Vai dedicada ao maestro Tom Tavares, que conhece e ama a música da turma de Liverpool como ninguém que este editor conheça.
Ministro acatou pedido da Rede Sustentabilidade para que qualquer investigação contra o jornalista fosse suspensa
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu uma liminar para impedir que o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, seja alvo de qualquer tipo de investigação por autoridades públicas em razão de ter tido acesso e noticiado informações publicadas pelo veículo que trabalha.
O Intercept Brasil tem noticiado, desde o início de junho, reportagens que atribuem supostos diálogos travados pelo ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da força-tarefa da operação em que discutiriam a atuação.
Recentemente, o próprio Mendes foi alvo de reportagens em que procuradores supostamente discutem o impeachment do ministro do Supremo, um crítico da Lava Jato.
Mendes disse na decisão que a atividade jornalística tem proteção prevista na Constituição e não pode ser “vilipendiada por atos investigativos dirigidos ao jornalista no exercício regular da sua profissão”.
“É corolário imediato da liberdade de expressão o direito de obter, produzir e divulgar fatos e notícias por quaisquer meios. O sigilo constitucional da fonte jornalística (art. 5º, inciso XIV, da CF) impossibilita que o Estado utilize medidas coercivas para constranger a atuação profissional e devassar a forma de recepção e transmissão daquilo que é trazido a conhecimento público”, disse Mendes.
Imagem criou uma das capas de disco mais conhecidas da história da música
Paul Sandle
Centenas de pessoas se reuniram junto à faixa de pedestres mais famosa do mundo na Abbey Road, nesta quinta-feira (8), para comemorar o 50º aniversário do dia em que os Beatles foram fotografados no local, criando uma das capas de disco mais conhecidas da história da música e uma imagem imitada por fãs incontáveis desde então.
A foto de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr cruzando a faixa de pedestres de Abbey Road foi tirada diante dos estúdios de gravação da EMI onde estes registraram o álbum homônimo em 1969.
Aniversário de 50 anos da foto dos Beatles em Abbey Road 08/08/2019 REUTERS/Henry Nicholls
Foto: Reuters
O fotógrafo escocês Iain Macmillan só tirou seis fotos do grupo no local, e a quinta foi usada para a capa do 11º disco da banda, lançado no dia 26 de setembro de 1969.
A foto mostra Lennon de terno branco na dianteira do grupo. Ringo está de terno preto, Paul está descalço e segurando um cigarro e Harrison veste jeans azul. Um Fusca aparece estacionado ao fundo.
O Fusca voltou à posição nesta quinta-feira enquanto o tráfego era lento nas ruas movimentadas enquanto dezenas de fãs desfilavam pela faixa preta e branca para tirar fotos como lembrança.
“Abbey Road”, que foi escolhido pelos leitores da revista Rolling Stone como o melhor disco dos Beatles em 2009, foi o único dos álbuns originais britânicos do grupo a não estampar nem o nome da banda nem o título na capa.
O disco foi o último a ser gravado por todos os quatro membros da banda juntos, e tem faixas compostas por cada um deles, como “Come Together”, de Lennon, “Here Comes the Sun”, de Harrison, “Maxwell’s Silver Hammer”, de Paul, e “Octopus’s Garden”, de Ringo.
Menos de um ano depois de “Abbey Road” ser lançado, a banda de rock que mais vendeu discos se separou, encerrando uma revolução musical de uma década que transformou os anos 1960 e lançou as fundações da cultura popular moderna.
Os estúdios, que mais tarde foram rebatizados de Abbey Road, e a faixa de pedestres receberam o status de proteção governamental em 2010.
Algumas pessoas acreditavam que McCartney tinha um cigarro na mão direita, apesar de ser canhoto, o que provaria que a pessoa na fotografia era um impostor. Também viam outras mensagens ocultas na imagem, por ele ser o único com a perna direita à frente, ao contrário de seus companheiros.
E, além disso, só ele estava descalço, entre outros elementos que alimentavam a teoria de que o músico havia morrido e tinha sido substituído por um sósia.
– Peregrinação –
Abbey Road Studios fica em St. John’s Wood, uma parte residencial rica do noroeste de Londres.
Construído em 1829, era originalmente uma casa de nove cômodos antes de ser transformado no primeiro estúdio de gravação do mundo, em 1931.
Inicialmente foi usado para gravações de música clássicas, mas acabou se abrindo para o jazz, grandes bandas e, eventualmente, o rock.
Quase 190 das 210 músicas dos Beatles foram gravadas no local. A casa de McCartney em Londres fica bem na esquina do endereço célebre.
O lugar atrai beatlemaníacos de todo o mundo desde então, com inúmeros fãs sendo fotografados enquanto atravessam a faixa para reproduzir a imagem imortalizada.
O cruzamento também é continuamente transmitido ao vivo pelo site do estúdio.
O estúdio, normalmente fechado ao público, desistiu de tentar dissuadir os visitantes de rabiscar grafites no muro branco do jardim e agora incentiva as manifestações.
A faixa de pedestres ganhou status de monumento histórico inglês em 2010.
Rogério Marinho, durante lançamento de projeto do governo, afirmou hoje que os governadores do Nordeste têm influência na reinclusão de estados e municípios na reforma da Previdência.
O secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia disse que, caso o Senado aprove as novas regras previdenciárias para os estados, o governo continuará a defender o tema.
“Acho que mais importante que o próprio governo é o papel que os governadores precisarão fazer junto às bancadas. Eu acredito que os governadores do Nordeste, caso realmente tenham interesse que a coisa ande, vão conversar com os deputados. Vários publicamente disseram que tinham algumas dificuldade com o projeto, então certamente se quiserem que entrem [estados e municípios], vão ter que rever posições. A bola está com os governadores.”
Presidente diz que também lamenta derrotas do ministro no pacote anticrime no Congresso
TALITA FERNANDES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira (8) que lamenta a derrota sofrida pelo ministro Sergio Moro (Justiça) no Congresso, mas que ele “não julga mais ninguém” e que com isso, não pode decidir as coisas de forma unilateral.
“O ministro Moro é da Justiça, mas ele não tem poder de… não julga mais ninguém. Então, temos que, entendo a angústia dele em querer que o projeto dele vá para a frente, entendo, mas nós temos que combater, diminuir o desemprego, fazer o Brasil andar, abrir o nosso comércio.”
Bolsonaro e Moro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
Ele afirmou que derrotas são “parte do jogo” e disse que o pacote anticrime, considerado prioridade para Moro, não é visto com urgência pelo governo.
“O Moro está vindo de um meio onde ele decidia com uma caneta na mão. Agora, não temos como decidir de forma unilateral. E temos que governar o Brasil. O que que eu sempre falei para todos os ministros? Eu quero que o Brasil dê certo.”
A declaração ocorre depois de o pacote anticrime de Moro ter sofrido nova derrota na Câmara.
Os deputados rejeitaram na terça-feira (6) a inclusão no texto final do projeto o chamado “plea bargain” que era planejado pelo ministro -tipo de solução negociada entre o Ministério Público, o acusado de um crime e o juiz.
Em julho, a Casa já havia imposto uma derrota ao ministro de Bolsonaro ao rejeitar a possibilidade de prisão em segunda instância, que era prevista no pacote.
Moro foi escolhido para chefiar a Justiça depois de se destacar como juiz da Lava Jato em Curitiba.
Bolsonaro disse que lamenta a derrota sofrida pelo ministro, mas que não pode pressionar o Congresso a votar o texto por não ser a prioridade do governo.
“Tem que conversar com o Moro, né? Teve alguma reação do Parlamento e você não pode causar turbulência. Lamento, mas tem que dar uma segurada. Eu não quero pressionar isso aí e atrapalhar, tumultuar lá. Tantas outras propostas não enviamos para não atrapalhar a Previdência”, afirmou.
Para o presidente, as mudanças feitas no projeto do ministro da Justiça pelos deputados são “parte do jogo”.
“É natural. Fiquei 28 anos lá dentro. Olha, ‘se a proposta for para frente eu não voto a Previdência’. É o jogo. Tem que saber jogar”, afirmou.