OSAKA, JAPÃO (FOLHAPRESS) – Integrante da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o G20, o ministro Augusto Heleno (GSI) disse que ninguém tem moral para criticar a polÃtica ambiental do Brasil.Â
“A polÃtica de meio ambiente é totalmente injusta ao Brasil. O Brasil é um dos paÃses que mais preserva meio ambiente no mundo. Quem tem moral para falar da preservação de meio ambiente do Brasil?
“Este paÃses que criticam? Vão procurar a sua turma”, disse o ministro em Osaka, à véspera do inÃcio do encontro que reúne lÃderes das 20 maiores economias.Â
O ministro disse “não ter nenhuma dúvida” de que existe uma estratégia de outros paÃses em pedir que o Brasil preserve seu ambiente para que eles possam fazer a exploração no futuro.Â
“Eu não tenho nenhuma dúvida, eu nunca tive nenhuma dúvida. Estratégia de preservar o meio ambiente do Brasil para mais tarde eles explorarem. Está cheio de ONG por trás deles, ONG sabidamente a serviço de governos estrangeiros. Vocês têm que ler mais um pouco sobre isso, viu? Vocês estão muito mal informados”, disse a jornalistas na porta do hotel em que a comitiva de Bolsonaro está hospedada na cidade japonesa.Â
O debate ambiental estará presente no encontro do G20, que começa nesta sexta (28).
LÃderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã, Angela Merkel, questionaram posicionamentos do Brasil.Â
Macron disse que poderá não assinar um acordo entre a União Europeia e o Mercosul se o governo Bolsonaro deixar o acordo de Paris, que traz uma série de medidas sobre a condição climática.Â
Questionado sobre o acordo, Heleno disse que “isso já foi dito”.
“Pode ou não [sair do acordo], se for perguntado. Não está na pauta do G20 isso”.
O acordo comercial entre os blocos latino-americano e europeu está em discussão neste momento em Bruxelas, para onde viajou o chanceler brasileiro Ernesto Araújo.
Merkel disse estar muito preocupada com a preservação da Amazônia e que aproveitaria o G20 para “ter uma conversa clara” com Bolsonaro.
Ao chegar ao Japão, Bolsonaro disse que não aceitará advertências de outros paÃses após ser questionado sobre a declaração da chanceler alemã.
“Eles [alemães] têm a aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores que vieram aqui para serem advertidos por outros paÃses. Não, a situação aqui é de respeito para com o Brasil. Não aceitaremos tratamento como no passado de alguns casos de chefes de estado que estiveram aqui”, disse, sem exemplificar a quem se referia.Â
Heleno diz que a polÃtica ambiental não vai mudar, mas que o paÃs tem que buscar uma postura em que “nós possamos aproveitar as nossas riquezas sem prejudicar o meio ambiente, é o famoso desenvolvimento sustentável”, disse.
“O que não pode é paÃs dar palpite no Brasil. A gente não dá palpite em ninguém, por que que a gente não dá palpite no meio ambiente da Alemanha? Quais são as florestas que o europeu preservou? Veja que tinha de floresta no inÃcio do século e o que tem hoje. Veja o que o Brasil tinha de floresta e tem hoje”, disse.
O ministro questionou a existência de ONGs que atuam na área e, questionado se o governo pretende controlá-las, disse que é muito difÃcil. “É muito difÃcil. Agora, que tem que limitar a atuação dessas ONGs, tem”.