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Por Alan Tiago Alves, G1 BA
Segundo milagre atribuído à Irmã Dulce é reconhecido em decreto e ela será proclamada Santa, diz Vaticano. — Foto: Reprodução/Site da Osid
Um segundo milagre atribuído à Irmã Dulce, conhecida como “O Anjo bom da Bahia”, foi reconhecido por meio de decreto e, com isso, ela será proclamada Santa, informou, na manhã desta terça-feira (14), o site “Vatican News”, canal oficial de comunicação do Vaticano.
Ela será a primeira mulher nascida no Brasil a ser canonizada e será chamada de Santa Dulce dos Pobres, pelas obras de caridade e de assistência prestadas aos mais pobres e necessitados.
O novo milagre reconhecido tem relação com uma pessoa que dormiu cega e acordou enxergando, informou ao G1 a Arquidiocese de Salvador. A informação também foi confirmada pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Ainda não foi divulgado, no entanto, quem foi a pessoa que recebeu a graça, nem de onde ela é e quando o caso aconteceu.
“Com o Decreto autorizado pelo Santo Padre reconhecendo o milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce, a Baeta será proximamente proclamada santa em solene celebração de canonizações”, informou o “Vatican News”.
O primeiro atribuído à Irmã Dulce, que levou à sua beatificação, em 22 de maio de 2011, trata da recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica. [Leia mais detalhes abaixo]
Vaticano anuncia que vai canonizar Irmã Dulce
Hoje é um dia muito especial para mim. Meu irmãozinho ÂNGELO ROBERTO estará lançando seu livro O MISTÉRIO DO ARCO-ÍRIS, no Palacete das Artes, às 18hs. Vai ser uma festa inesquecível. Ele chegará de braços dados com sua querida Marlene Landim, ao lado de Naia, Iana, Ânia e Biu, seus filhos, além de uma porção de netos que lhe adoram. E autografará o livro para centenas de amigos que com certeza se lembram dele todos os dias e que lá estarão desde cedo para esperá-lo.
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Ângelo estará presente mas não será visível por todos. Na verdade, ele comandará a festa montado num cavalo baio, cavalgando dimensões etéreas, de onde inundará o ambiente com seu sorriso perene, sua enorme alegria, sua infinita amizade e seu abraço mais solidário.
Eu também estarei presente, mas não serei visível por todos. Fiquem certos, no entanto, que estarei por ali, apertando a mão e abraçando cada um dos amigos de ângelo, que são também meus amigos, e escutando as suas histórias.
Daqui dessas dimensões portuguesas me alçarei até Salvador; e vai ser tudo como se lá estivesse mesmo, não só em espírito, mas também de corpo presente, de sorriso presente, de felicidade presente.
Tive o prazer e a honra de ler O MISTÉRIO DO ARCO-ÍRIS logo que ele nasceu e de conferir a sua infinita pureza. Digo pureza, antes de beleza, de singeleza e de simplicidade -, além da criatividade formal -, porque Ângelo era a pureza por definição. Farei um brinde com todos os presentes. E embora Ângelo já não bebesse nos últimos tempos, hoje ele vai abrir uma exceção e também brindará conosco.
Como a arquibancada do estádio de Anfield ou a multidão de um show dos Stones, a Feira do Livro de Buenos Aires foi à loucura. Cristina voltou. Ex-presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner lançou o seu livro de memórias, Sinceramente. E o entusiasmo do público explicou por que foram vendidos mais de 250.000 exemplares em pouco mais de uma semana. Não foi um comício nem o anúncio de uma candidatura, mas dá no mesmo. Restam poucas dúvidas após um ato político dessa magnitude. Embora continue guardando suas cartas, Cristina Kirchner estará na corrida pela presidência. E já propõe uma primeira ideia: um “contrato social” para o crescimento econômico.
Mil pessoas, convidadas pela autora e pela editora, lotaram a Sala Jorge Luis Borges. Na primeira fila, o prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, a presidenta das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, antigos ministros peronistas, atores e intelectuais próximos do kirchnerismo. Muitos milhares se amontoaram lá fora, sob a chuva. Os cantos começavam na parte exterior e prosseguiam no interior, onde o entusiasmo era contagiante. O ambiente vinha esquentando havia horas e, nos momentos de chuva mais torrencial, antes da apresentação, muitos se refugiaram sob as arquibancadas do parque de exposições (na Rural, além da Feira do Livro, é realizada a feira agropecuária) para entoar a Marcha Peronista. Quando Cristina chegou ao lugar, blindado por quatro anéis de segurança, ecoou o grito coletivo de “Cristina, presidenta”. E, por fim, parou de chover.
A ex-mandatária, acompanhada por María Teresa Carbano, da Fundação El Livro, e por Juan Boido, diretor da editora Sudamericana-Random House, começou falando de sua obra. Que devia ter sido intitulada Néstor e Eu, mas que ficou sendo Sinceramente, o complemento que usa em quase cada frase. Que foi crescendo, além do propósito da autora (ajudada na redação por uma jornalista, coisa que não mencionou). Que respirava honestidade e aspirava apenas a “contribuir para o debate”. Mas as divagações da autora de sucesso duraram muito pouco. Kirchner disse que a crise argentina era gravíssima, que os argentinos eram “muito complexos”, e começou com a política. “Me chamam de populista, nos chamam de choripaneros [pela distribuição de choripán, pão com linguiça, durante os atos]”, disse, recordando o mandato de seu falecido marido e os próprios, “mas geramos milhões de postos de trabalho”.
Após uma referência sentimental às “pessoas humildes e trabalhadoras” que não seguem nenhuma ideologia, proclamou que o país se encontrava “num momento muito especial de sua história”. “Podemos construir algo diferente de tudo”, “precisamos de um contrato social entre todos, com metas concretas e verificáveis”, porque “para conseguir crescimento é preciso um mercado interno forte”. Cristina chegou a propor Donald Trump como modelo, por suas medidas protecionistas para gerar emprego industrial, e lamentou que o presidente Mauricio Macri, que não citou, não “imitasse o que fazem lá”. Seu contrato social deveria se chamar, mais precisamente, Contrato Social da Cidadania Responsável.
Houve evocações a Juan Domingo Perón, aos bons empresários de outra época, aos deficientes empresários de hoje e à sua experiência prática como governante. Só faltava a frase “lanço minha candidatura à presidência da República Argentina”. Essa frase não foi pronunciada no palco. Mas o público, interno e externo, entendeu a mensagem: Cristina volta. E gritou como se a candidatura tivesse sido anunciada. “Voltaremos, voltaremos”, clamavam dentro do pavilhão da Feira, onde foi feita a apresentação, e lá fora, onde a multidão se reuniu para aclamá-la.
Cristina comentou então que estavam na sala Jorge Luis Borges e recordou a palavra com a qual o escritor definiu os peronistas. “Somos incorrigíveis”, afirmou, com um grande sorriso. Acabou em tom emotivo. Disse que decidira apresentar o livro em 9 de maio porque foi num 9 de maio, há 44 anos, que se casou com Néstor Kirchner num cartório de La Plata. As câmeras que transmitiam o ato pela TV (todos os canais o exibiram ao vivo) encontraram entre o público muitos olhos com lágrimas.
No final, Cristina Kirchner se assomou à porta da sala, com capacidade para 1.000 pessoas. E, por cima do muro de madeira que impedia o acesso ao interior, saudou a multidão. De novo explodiu o entusiasmo. Cantaram-se a Marcha Peronista e “sinceramente ocupamos a Rural”, em referência à origem aristocrática do local, que representa os grandes proprietários de terra. A ex-presidenta, ainda não candidata, lidera as pesquisas. Se ainda havia alguma dúvida sobre a emoção que ela gera entre os seguidores, desapareceu nesta Feira do Livro.
Mar Centenera
Ao longo das 594 páginas de Sinceramente, escuta-se Cristina Fernández de Kichner falar. Com um tom oral e coloquial, que recorda o de seus frequentes discursos em rede nacional, a ex-presidenta ataca duramente o seu sucessor, Mauricio Macri, enquanto nega todas as acusações de corrupção contra si e seus filhos. Também conta histórias ligadas a algumas das medidas mais lembradas do kirchnerismo: a estatização da seguridade social e da petroleira YPF, o pagamento da dívida ao FMI e as leis de casamento igualitário e de identidade de gênero, entre outras.
“Se alguém me pedisse uma definição de Mauricio Macri numa só palavra, a única que me ocorreria é: caos. Sim, Mauricio Macri é o caos, e por isso acredito firmemente que é preciso voltar a colocar ordem na Argentina”, escreve Cristina. Muitos leram essas palavras como um novo indício de candidatura presidencial para as eleições de outubro, mas no momento ela ainda não a tornou pública.
O livro é um testemunho significativo de uma líder política que não gosta de dar entrevistas. Entre os poucos erros que reconhece, está a resolução 125, que atribui ao seu então ministro da Economia, Martín Lousteau, hoje aliado de Macri. A medida aumentava as retenções à soja e provocou um grave enfrentamento com o campo. “Os quatro meses de conflito foram fatais, absolutamente destituintes”, afirma a autora.
Em Sinceramente aparece um discurso já conhecido e reiterativo, mas o mais interessante são os detalhes de diálogos com seu marido, o já falecido Néstor Kirchner, e com outros políticos, permitindo que o leitor conheça os bastidores do poder.
Seu olhar sobre Macri é implacável após cada encontro. Já o olhar sobre Jorge Bergoglio é suavizado após a aproximação que houve entre eles quando o cardeal se tornou o papa Francisco. “No primeiro almoço, lembro que conversamos sobre Néstor e eu lhe disse: ‘Sabe o que eu acho que aconteceu entre vocês, Jorge – porque eu lhe digo Jorge, e não Sua Santidade, e ele, obviamente, me chama de Cristina –. No fundo, acredito que a Argentina era um lugar pequeno demais para vocês dois juntos.’ Os homens têm um conceito do exercício da chefatura totalmente diferente de nós, mulheres. Para mim, não é nenhum problema se o outro parece ter mais ou menos poder que eu, se faz o que quero. Qual é o problema?”, diz a autora.
Em tom de campanha, a atual senadora não deixa de comparar seu Governo com o atual e defende medidas polêmicas, como a proibição da compra de dólares – a moeda com a qual os argentinos poupam. “Agora, no Governo de Macri, quantos argentinos e argentinas podem poupar dólares”, questiona a ex-presidenta.
O livro começou a ser vendido há 15 dias e se transformou no maior sucesso editorial da Argentina nos últimos anos, com mais de 250.000 exemplares em circulação.
“Tea For Two”, Doris Day: Um grande aplauso, de pé e com toda a reverência, para a estrela notável dos filmes e das maravilhosas canções, como esta, que viveu lindamente e nos deixa, aos 97 anos, com a dignidade, graça e singeleza que sempre foram marcas de sua existência inteira.
R.I.P.
(Vitor Hugo Soares)
O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta segunda-feira (13) que o prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, exacerbou sua condição de político local e “não fez jus a um regime de liberdade” ao criticar o presidente Jair Bolsonaro e pressioná-lo a desistir de viajar à cidade para ser homenageado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.
Segundo Doria, o prefeito nova-iorquino cometeu um erro na condução política ao fazer avaliações sobre tendências de um presidente da República de outro país.
Com pretensões de se candidatar ao Planalto em 2022, o governador paulista tem alternado postura de alinhamento e distanciamento de Bolsonaro, a depender da gravidade da crise que envolve o presidente.
“Entendo que o prefeito de Nova York exacerbou na sua condição de prefeito ao condenar e fazer manifestações nas redes sociais e na imprensa [contra Bolsonaro]”, afirmou Doria antes de almoço com empresários e investidores em Nova York.
“Não cabe a um prefeito de Nova York fazer avaliações sobre esta ou aquela tendência de um presidente da República. Ele [Bill de Blasio] cometeu um erro, exagerou na sua condução política e não fez jus a um regime de liberdade onde Nova York é seu maior símbolo, a partir da própria Estátua da Liberdade que está na entrada da baía da cidade”.
Desde o mês passado, Blasio trava disputa direta com Bolsonaro, a quem considera racista e homofóbico. O prefeito comemorou a decisão do presidente de não ir a Nova York receber o prêmio de “Pessoa do Ano”, concedido pela câmara de comércio, e chegou a dizer que o líder brasileiro é um “ser humano muito perigoso”.
Bolsonaro cancelou sua viagem a Nova York após o Museu de História Natural de Nova York se recusar a receber o evento e uma série de manifestações -de ativistas e políticos americanos, como Bill de Blasio- pressionarem os patrocinadores a não vincularem suas marcas à imagem do presidente.
Em nota, o Planalto admitiu que o cancelamento se deu após a pressão do prefeito e o governo, às pressas, articulou uma viagem ao Texas para que Bolsonaro tentasse fugir dos protestos e recebesse a homenagem.
Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, porém, ativistas e movimentos ligados às causas LGBT, mulheres, negros e indígenas já preparam manifestações para esta quarta (15) e quinta-feira (16), quando o presidente estará em Dallas.
Em eventos nos EUA, Doria disse que a decisão de não ir a Nova York era do presidente, mas que vê a cidade como um lugar “aberto, da liberdade de expressão e da condição de todos” e que Blasio rompeu esse cenário.
Na manhã desta segunda, o governador visitou a sede do Departamento de Polícia de Nova York e o FBI. Ele afirmou que está desenvolvendo um programa de cooperação entre a polícia americana e as polícias civil e militar de São Paulo nas áreas de tecnologia e inteligência.
Antes de ir ao almoço com empresários, do qual também participaram os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, Doria afirmou que, somente após a aprovação da reforma da Previdência, os investidores terão “mais confiança para abrirem as comportas para investir em São Paulo e no Brasil”.
O projeto enviado pela equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) ao Congresso sofre com a resistência dos parlamentares e com a falta de articulação política do Planalto, que ainda não conseguir montar uma base aliada consistente para aprovar suas medidas consideradas prioritárias.
MARINA DIAS
O ministro Sergio Moro (Justiça) afirmou nesta segunda-feira (13) que não estabeleceu condições para ocupar o cargo no governo de Jair Bolsonaro (PSL). “Não vou receber um convite para ser ministro estabelecendo condição sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar”, disse, durante palestra no Congresso Nacional de Macrocriminalidade e Combate à Corrupção, em Curitiba (PR).
Um dia antes, o presidente disse ter assumido um compromisso com Moro para indicá-lo para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). “Eu fiz um compromisso com ele, porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Eu falei: ‘A primeira vaga que tiver lá [no STF], está à sua disposição'”, disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Bandeirantes.
“A primeira vaga que tiver, eu tenho esse compromisso com Moro, e se Deus quiser nós cumpriremos esse compromisso. Acho que a nação toda vai aplaudir um homem desse perfil lá dentro do STF”, acrescentou o presidente.
O primeiro ministro do Supremo que deve deixar a corte é o decano Celso de Mello, que cumpre 75 anos -a idade de aposentadoria obrigatória- em novembro de 2020. A segunda vaga no STF deve ficar disponível com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
Bolsonaro fez os comentários neste domingo (12) após ser questionado pelos entrevistadores sobre uma fala recente do ex-juiz da Lava Jato, que no final de abril disse ao jornal português Expresso que ir para o STF seria “como ganhar na loteria”.
“Eu vou honrar esse compromisso. Caso ele [Moro] queira ir pra lá [STF], será um grande aliado. Não do governo, mas dos interesses do nosso Brasil dentro do STF”, disse o mandatário.
Nesta segunda-feira, Moro disse que, no convite que recebeu no ano passado para largar a magistratura e assumir uma vaga no primeiro escalão do governo, houve sim uma convergência de pautas entre ele e Bolsonaro, com o intuito de combater o crime organizado, a corrupção e os crimes mais violentos, o que o levou a aceitar o cargo.
“Além disso, ele [presidente] me deu carta branca para eu poder construir o ministério. Convidar as pessoas nas quais eu confiava para realizar esse trabalho”, disse. Moro também ressaltou que é preciso “preservar o legado da Lava Jato”.
No final de fevereiro, um episódio lançou dúvidas se Moro de fato contava com carta branca do Palácio do Planalto nos assuntos do ministério.
O ex-juiz foi obrigado a recuar da indicação da especialista em segurança pública Ilona Szabó como membro suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. O veto a Szabó, cuja nomeação para o órgão consultivo havia sido publicada no dia anterior, ocorreu após uma onda de críticas de aliados de Bolsonaro nas redes sociais e por pressão do próprio presidente.
Nesta segunda-feira, mais cedo, em entrevista à rádio Jovem Pan do Paraná, Moro se disse “honrado” com a fala do presidente. “Mas, assim, não tem a vaga no momento. E quando surgir a vaga o presidente vai avaliar se manterá o convite, e eu vou avaliar se aceitarei o convite, se for feito, evidentemente. Então não é uma coisa que hoje se encontra na minha mente. Meu trabalho hoje é desempenhar minhas funções dentro do ministério.”
Questionado pela emissora se tem vontade de assumir uma cadeira no STF, Moro disse que é natural que qualquer juiz tenha essa pretensão.
“Tenho um histórico na magistratura. Seria algo que qualquer juiz evidentemente gostaria de assumir. Seria um ápice na carreira como juiz. Mas, como eu disse, o foco é o trabalho no Ministério da Justiça e Segurança Pública, e eu estou fazendo exatamente o que eu me comprometi com o presidente”, disse.
No domingo, ao revelar o acordo feito com o ex-juiz da Lava Jato, Bolsonaro ressaltou que, mesmo indicado, Moro terá que se submeter ao crivo do Congresso antes de assumir uma cadeira na corte.
“Obviamente ele teria que passar por uma sabatina no Senado. Eu sei que não lhe falta competência para ser aprovado lá, mas é uma sabatina técnico-política”, concluiu o presidente.
Sergio Moro foi anunciado ministro da Justiça em 1º de novembro do ano passado, poucos dias depois da vitória do atual presidente no segundo turno das eleições presidenciais.
Quando comunicou seu embarque no governo, Moro disse ter aceitado o convite de Bolsonaro “com certo pesar” por ter de “abandonar 22 anos de magistratura”.
“No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior”, disse o ex-juiz à época.
Moro assumiu um ministério turbinado, fruto da fusão da pasta da Justiça com a da Segurança Pública.
Além disso, o ministro tomou posse como o integrante mais conhecido da equipe de Bolsonaro, fruto dos anos de exposição como o juiz da Lava Jato responsável, entre outras medidas, pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex de Guarujá (SP).
Pesquisa Datafolha realizada no início de abril apontou Moro como o ministro mais popular e mais bem avaliado do governo Bolsonaro.
No entanto, o status de superministro e a popularidade não se traduziram, até o momento, em vitórias políticas para o ex-juiz da Lava Jato.
Pelo contrário, ele já foi obrigado a recuar de uma nomeação e sofreu derrotas no Legislativo.
A mais recente delas ocorreu na semana passada, quando a comissão especial do Congresso que analisa a medida provisória da reforma administrativa retirou o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da alçada do Ministério da Justiça.
Contra a vontade de Moro, deputados e senadores decidiram que o conselho de inteligência financeira que investiga operações suspeitas deverá ficar subordinado ao Ministério da Economia, como ocorre desde 1998.
“Não pedi que o Coaf viesse ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Minha conversa foi entre mim e o presidente, ele ofereceu que [o Coaf] fosse ao ministério, nunca havia pensado nisso”, disse Moro nesta segunda-feira.
Moro também enfrenta tramitação lenta no Congresso do seu pacote de endurecimento de penas e de combate ao crime organizado, conhecido como projeto anticrime.
Se confirmada a indicação de Moro para o STF no final do ano que vem, o ex-juiz da Lava Jato não será o primeiro ministro da Justiça a trocar a pasta pelo Supremo.
O caso mais recente é o de Alexandre de Moraes, que foi ministro da Justiça do ex-presidente Michel Temer por pouco mais de oito meses. Ele ocupou a vaga de Teori Zavascki, que morreu em janeiro de 2017.
Outros casos após a promulgação da Constituição em 1988 são dos ex-ministros do STF Paulo Brossard, Maurício Corrêa e Nelson Jobim, que chefiaram a pasta da Justiça nos governos José Sarney, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, respectivamente.
RECUOS E DERROTAS DE MORO
Perda do Coaf
Criado em 1998, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) é um órgão de inteligência financeira que investiga operações suspeitas. Ao assumir a Presidência, Bolsonaro tirou o Coaf do Ministério da Economia (antiga Fazenda) e o colocou na pasta de Moro, a Justiça. O ex-juiz acabou derrotado depois que a comissão especial do Congresso que analisa a reestruturação administrativa devolveu o Coaf à Economia.
Pacote anticrime parado
Principal iniciativa de Moro no ministério, proposta pouco avançou no Congresso, em meio a atritos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que disse que projeto era “copia e cola” e Moro, um “funcionário de Bolsonaro” depois de o ex-juiz cobrar agilidade na tramitação do pacote.
Decreto das armas
Seu primeiro revés foi ainda em janeiro. O ministro tentou se desvincular da autoria da ideia de flexibilizar a posse de armas, dizendo nos bastidores estar apenas cumprindo ordens do presidente. Teve sua sugestão ignorada de limitar o registro por pessoa a duas armas -o decreto fixou o número em quatro.
Laranjas
No caso do escândalo de candidaturas de laranjas, enquanto Moro deu declarações evasivas, dizendo que a PF iria investigar se “houvesse necessidade” e que não sabia se havia consistência nas denúncias, Bolsonaro determinou dias depois, de forma enfática, a abertura de investigações para apurar o esquema.
Caixa dois
Por ordem do Palácio do Planalto, a proposta de criminalização do caixa dois, elaborada pelo ministro da Justiça, vai tramitar separadamente do restante do projeto anticrime.
Ilona Szabó
Moro teve de demitir a especialista em segurança pública por determinação do presidente, após repercussão negativa da nomeação. Ilona Szabó já se disse contrária ao afrouxamento das regras de acesso a armas e criticou a ideia de ampliação do direito à legítima defesa que está no projeto do ministro.
KATNA BARAN
A cantora e atriz Doris Day, estrela de dezenas de filmes dos anos cinquenta e sessenta, morreu nesta segunda-feira aos 97 anos, segundo a agência AP. A cantora participou de filmes como Ama-me ou Esquece-me, Confidências à Meia-Noite (pelo qual recebeu sua única indicação como atriz ao Oscar) e Um Pijamas para Dois, e trabalhou com cineastas como Michael Curtiz e Alfred Hitchcock, ao mesmo tempo em que se tornava também um ícone na música e na televisão. Seu site oficial destaca, entre outras coisas, que encarnou por excelência a imagem da “vizinha do lado” em Hollywood.
Nascida em Cincinnati, Ohio, em 3 de abril de 1922, como Doris Mary Ann von Kappelhoff, atuou em 39 filmes, de acordo com seu site. A página considera que Ama-me ou Esquece-me, Ardida como Pimenta e Confidencias à Meia-Noite são seus filmes mais amados pelo público. “Ao mesmo tempo, uma série de excelentes discos gravados entre 1956 e 1968 expandiu sua popularidade”, recorda o site.Seu pai era professor de música e organista e, na infância, Day mostrou uma inclinação pela música e a dança. Iniciou muito jovem uma turnê em uma companhia de dança, mas sua promissora carreira de bailarina foi interrompida por um acidente de carro em que fraturou a perna direita. De volta a Cincinnati, fez aulas de canto. Barnie Rapp, diretor da orquestra para a qual trabalhava quando tinha 15 anos, sugeriu que mudasse de nome e adotasse Day porque ele achava o nome dela longo e pouco comercial.
Depois de cantar na orquestra de Rapp, participou de várias outras até que em 1945 se juntou a Les Brown and His Orchestra, com a qual gravou Sentimental Journey, canção de enorme sucesso por refletir o pensamento dos soldados que voltavam do seu destino na Europa ou no Pacífico. Casou-se em 1941 com o trombonista Al Jorden, com quem teve um filho, o produtor musical Terry Melcher, falecido em 2004.
Depois de ela gravar uma segunda canção com Les Brown, a Columbia Records assinou contrato com Doris Day em 1947. Seu trabalho na rádio com Bob Hope e mais tarde com Frank Sinatra propiciaram um segundo divórcio, do músico George Weidler, com quem foi casada de 1946 a 1949. Uma deslumbrante interpretação de Embraceable You em 1947 fez de Doris Day uma atriz, estreando naquele ano com Curtiz em Romance em Alto-Mar. Assinou com a Warner Brothers um contrato para mais filmes, que durou até 1954, quando seu marido e agente desde 1951, Marty Melcher, decidiu não renová-lo. Melcher morreu em 1968.
Em 1956 rodou O Homem Que Sabia Demais, dirigido por Hitchcock. Sua Que será, será? (Whatever will be, will be) interpretada por ela mesma no filme ganhou o Oscar de melhor canção e foi um grande sucesso quando gravou em disco tornando-se uma das suas canções mais emblemáticas, embora Doris Day reconhecesse depois que num primeiro momento a música não lhe agradou. Por seu papel em Confidencias à Meia-Noite, ganhou um Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Em 1968 rodou seu último filme, Tem Um Homem na Cama da Mamãe, e começou seu programa de televisão, The Doris Day Show, que permaneceu no ar até 1973 e com o qual pôde solucionar seus problemas financeiros.
Entre 1976 e 1979, foi casada com Barry Comden – seu quarto marido. Um problema nas costas afastou-a dos palcos até 1983, quando gravou para a televisão a série Nostalgia. Antes, em 1976, publicou um livro autobiográfico que causou escândalo porque revelava aspectos desconhecidos de sua vida amorosa, que não correspondiam à imagem forjada pelos personagens de seus filmes.
A atriz e cantora recebeu em 2004 a Medalha da Liberdade, da Casa Branca, por suas realizações artísticas e frenética atividade em defesa dos animais: presidiu várias entidades beneficentes e criou hospitais e creches para animais de estimação. Além disso, com o seu único filho, Terry Melcher, administrou um luxuoso hotel, no mais puro estilo kitsch. Desde seu afastamento do cinema em 1968, rejeitou aparecer em eventos relacionados com Hollywood como também sua presença estelar em filmes.
Em 2011, com 89 anos, produziu seu 29º álbum musical, My Heart. Morava em Carmel (Califórnia). Em 2014, em seu aniversário de 92 anos, cumprimentou seus seguidores de sua casa e também apareceu em público alguns dias mais tarde, em um ato de sua fundação em defesa dos animais. Foi a última vez que foi vista em público.
Espiridião Amin, que lidera no Senado o bloco formado por PP, MDB e PRB, disse a O Antagonista esperar que, nos plenários, deputados e senadores devolvam o Coaf ao Ministério da Justiça.
O resultado da MP da reforma da administrativa em relação a esse ponto na comissão mista “é um resultado forjado, não é um espelho do Parlamento”, ponderou Amin.
“Todos conhecem a morfologia dos votos. Por que alguém vai ser contra o Coaf ficar no Ministério da Justiça, que promete aperfeiçoar o órgão? Ora, é uma queda de braço confessável. Não estão negando a eficiência disso, estão propagando um temor.”