“Terral”, Ednardo: considerada uma das mais belas e completas composições do artista cearense, merecidamente de grande sucesso nos anos 70. Neste começo de janeiro de 2o119, diante da onda de violência e fúria predadora criminosa no Ceará, verifica-se também o sentido visionário da composição. Aqui em extraordinária gravação que reúne Ednardo, Amelinha e Belchior. Demais! Confira!
(Vitor Hugo Soares)
TERRAL
Ednardo
Eu venho das dunas brancas
Onde eu queria ficar
Deitando os olhos cansados
Por onde a vida alcançar
Meu céu é pleno de paz
Sem chaminés ou fumaça
No peito enganos mil
Na Terra é pleno abril
Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
Eu sou da América, sul da América, South America
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
São os olhos do mar, são os olhos do mar
O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
Luzindo na madrugada, braços, corpos suados, na praia falando amor.