Leio no espaço da jornalista OlÃvia Soares, no Facebook: “Um samba genial (Diplomacia, postado domingo, 5) de seu Oscar da Penha, nosso eterno Batatinha, que nesta data celebraria 94 primaveras. Tive a honra de ser sua vizinha no bairro da Saúde (Salvador) por muitos anos. Saravá! #Batatinha.”
Saravá! Esta também é uma das boas recordações que guardo da minha juventude, no bairro da Saúde, Rua do Jenipapeiro, 42. Batatinha , sempre elegante e cordial, passando na frente de minha casa, para chegar à Baixa dos Sapateiros, a caminho do Terreiro de Jesus, no centro histórico, geralmente a Cantina da Lua, de Clarindo Silva, parada quase obrigatória de sambistas e de boêmios.
Recordo também das noites de boêmia e música que atravessamos, na Cidade da Bahia, principalmente ao lado do cineasta, amigo irmão também saudoso, Tuna Espinheira ( e sua Yarinha, de voz incrÃvel nos saraus), quando fazia o documentário sobre Oscar da Penha.
Mas o samba genial que escolho para começar esta terça-feira de saudades no Bahia em Pauta, é “Arrogância”, da notável parceria de Batata com o poeta e letrista Jairo Simões , de tantos sambas e marchas de grandes carnavais em Salvador. Jairo Simões, intelectual e acadêmico da maior grandeza e ser humano excepcional. Meu professor de Economia PolÃtica, na Faculdade de Direito da UFBA, depois querido e admirado amigo do peito e companheiro de grandes lutas democráticas contra a ditadura – e os arrogantes de então – e pela qualificação e valorização profissional, quando ele, ao lado de Joacy Góes, dirigia a Tribuna da Bahia. E eu, sob o comando de Florisvaldo Mattos, atuava na redação da sucursal do Jornal do Brasil.Â
O resto é com a música.”Som na caixa, maestro”, como diz OlÃvia. Viva Batatinha! Viva Jairo Simões!!!
(Vitor Hugo Soares)
Salve o samba baiano
Salve
VHS
A Bahia pródiga, generosa, tempera o samba com requinte
Que
Batatinha
Gordurinha
Tantos outros
Dão o tom nessa magia
Já arrogância
Muito além de gato-mestre
É rechearem a beleza de Salvador
Com personagens tão distantes do povo baiano
Como se regurgita deste tal Segundo Sol.
Ali não tem morada pro Batatinha
Fontana
Verdade, Poeta. Na Cidade da Bahia do Segundo Sol, a poesia de Batatinha e Jairo Simões estariam ao relento. Mas ainda assim, nas noites de boemia achariam o abrigo de um bar e umBalcão do Fontana, carregado de preciosidades, e seriam grandes. Imensos os dois. TimTim!!!