CRÔNICA/DESPEDIDA
O Parceiro
Gilson Nogueira
Os blocos de nuvens avermelhadas parecem refletir   o fogo do maçarico do maior artista plástico do Brasil e um dos maiores do mundo, no seu atelier, lá no Alto de Ondina, onde fui, com o seu amigo Alfredinho, também artista, mostrar alguns guaches que havia produzido para um salão de arte moderna em BrasÃlia, no inÃcio dos anos 70. As nuvens de fim de tarde dão-lhe adeus em meu nome e preparam a passagem dele para a Eternidade. Anunciam, penso, sob os olhares de admiração dos anjos, sua chegada no Infinito, silenciosamente. Logo mais, vai haver a Primeira Vernissage do Firmamento, sob o PatrocÃnio de Deus. Mário Cravo Júnior, assim, por extenso, como pede o cronista que teve o privilégio de conhece-lo pelas ruas da Cidade da Bahia, vendo, nele, mais que um escultor, pintor, professor, intelectual… uma estrela em carne e osso, estará nos olhando lá do alto e agradecendo as homenagens à sua partida e inspirando os que ficaram a valorizar, cada vez mais, os homens e mulheres que, através da arte, escreveram e escrevem a sÃntese da paz. Arte é a paz, sob qualquer ângulo, forma, perspectiva e material que dê-lhe sentido, vida.