É preciso estar totalmente descolado da realidade para achar que a intervenção federal no Rio já começou a produzir uma “sensação de segurança”. Ou então Temer fumou, e ainda por cima tragou.
Cresceu o número de homicídios e de assaltos. Policiais militares seguem morrendo em troca de tiros com bandidos. Não há um só dia sem barulho de armamento pesado nos morros e fora deles. E sem que o tráfego seja interrompido em alguma via importante da cidade.
O que de fato aumentou foi a sensação de insegurança. Poucos cariocas ainda se arriscam a sair de casa à noite sem necessidade.
Quanto ao pedido para que o PMDB defenda a obra do governo: alguma obra que mereça ser defendida até existe. Mas quem está disposto a arriscar-se à perda de votos em defesa de um governo tão impopular?
Grudou em Temer o rótulo de o mais rejeitado presidente da República desde tempos imemoriais. E somente a História poderá ser mais tolerante com ele – se for.

(Antonio Lucena/VEJA)