Uma catarse de alegria e chão desvendado por pés que andam e pulam sem parar, atrás de uma imensa caixa de som que eleva o poder da música. Em cima dessa definição chamada trio elétrico, versos, acordes e batidas ampliam a euforia de quem está embaixo. O folião entra naquela onda sonora e se inebria com passos e danças que surgem sem ensaios – é o corpo que pede e responde aos apelos.
Essa emoção eu vivi na experiência de pular atrás do trio elétrico de Luiz Caldas, no Carnaval de Salvador, trajeto Barra-Ondina.
Depois de alguns anos sem ir àquele circuito da folia, decidi arriscar a volta até o lugar “serenado” pelas águas do mar e abençoado pelo Farol e o Cristo. Há algum tempo resistia ao corredor que havia se transformado numa vitrine de televisões e camarotes. Mas, era preciso conferir de perto o que se propagava como o “novo” carnaval sem cordas da Bahia, em um dos mais efusivos locais da folia.
As companhias é bem verdade valeram muito mais. No carnaval, a energia do folião do lado tem que vibrar igual a sua senão não presta. A combinação existiu, portanto, a alegria eclodiu, aconteceu! Mas Luiz Caldas ajudou demais. Foi fácil se contagiar com o seu repertório.
Com Visão do Cíclope (Quero ver toda a massa cantando reggae
sem se importar com a coisa que me carregue), Luiz explodiu a multidão que o acompanhava. Era gente demais, gente que reconhece aquele que muitos resumem apenas, como pai do Axé Music, mas que representa muito mais para a deusa música.
Clássicos do Carnaval, de Moraes Moreira, Armandinho, Jerônimo, entre os próprios de sua conhecida carreira receberam o brilho dos solos de sua guitarra. Assim, Luiz contagiou a massa, ferveu o chão, fez a alegria do folião pipoca, como se diriam nas definições clichês da festa. Assim nos fez amar aquela noite de Carnaval.
Já tinha noção sobre o seu talento e afinco musical, mas só pude ter certeza neste Carnaval ao pular junto a sua pipoca.
Entre aqueles que ainda não o conhecem ouso o convite. Como amante da música, vocacionado, aprendiz diário de novos arranjos, Luiz não faz marketing, mas abriu um portal na internet, onde disponibiliza música gratuita, com a intenção de lançar um álbum por mês.
Já são 64 discos, 700 músicas gravadas e 25 milhões de downloads, numa prova de que a sua vida musical foi muito além de um “Fricote”.
SENSACIONAL!!!!!!!
Passamos o carnaval fora a nossa gente, mas nos sentimos abraçadas com este texto, como se estivéssemos aí! Lilian, uma excelente jornalista que nos proporciona sempre momentos de enorme emoção!
Obrigada e um beijo ao Luiz Caldas e a esta grande profissional Lilian Machado!
Lindo texto, com uma explosão de sentimentos! E me trouxe lembranças eternizadas na minha vida, com ele e sua família musicalizada. Talentos não lhe faltam, a, elevar a musicalidade da Bahia! Parabéns ? Lilian por mais uma matéria valiosa! Deus é contigo…Deus no comando.,.
Tive o privilégio de compartilhar desse momento. Simplesmente inesquecível!