“Que me desculpem as outras cidades, mas o carnaval de verdade só se vive em Salvador. Não dá para comparar com nenhum outro, do Brasil e do mundo”, afirma no camarote municipal Isaac Edington, presidente da empresa pública Saltur e o coordenador dos festejos: “Foram programadas mais de mil horas de música”, diz. A prefeitura da quarta maior cidade do país gastou 50 milhões de reais para organizar as festas, para as quais calcula receber 770.000 turistas e reunir por volta de dois milhões de pessoas nas ruas. As autoridades mobilizaram 25.000 policiais militares para garantir a segurança. A festa começou na quarta-feira com a abertura da Casa do Carnaval, “o primeiro museu do Brasil, e do mundo, dedicado a essa festa”, de acordo com o prefeito, Antônio Carlos Magalhães Neto. “Por mais um ano, a Bahia terá o melhor carnaval do mundo”, diz Magalhães. Esses são alguns dos principais pontos da festa.
1. A rua
ampliar fotoPerformance carnavalesca nas ruas do Pelourinho (Salvador).John W. BanaganGetty
A região da Barra é um dos epicentros da festa. pela avenida Oceânica desfilam — por dia a partir das 13h — charangas, blocos e trios elétricos. Essa última formação foi criada na Bahia em 1951 pelos músicos Dodô e Osmar, aos quais se uniu Temístocles Aragão, que usaram um carro Ford de 1929. Armandinho, filho de Osmar, também desfila nesse carnaval com seu próprio trio por ele nomeado de Circuito do Centro, que também recebe o sobrenome de seu pai e vai da praça de Campo Grande à de Castro Alves. Tanto na Barra como no Centro ocorrem desfiles diariamente.
2. Os ‘blocos’
O Ilê Alyê mantém vivo o legado afro-americano do país através da música. No sábado cruzou a cidade partindo do bairro de Curuzú, o de maior população negra. Também existem blocos LGTBIQ como o Mascarados e o Crocodilo (sai no domingo às 18h45; e na segunda-feira às 19h), que desfila acompanhado de Daniela Mercury.
ampliar fotoUm bloco desfilando no carnaval de Salvador.Per-Andre HoffmannAge fotostock
3. Beco Da Off
Na Rua Dias d’ Ávila, 33, se concentra toda a atividade LGTBIQ. DJ todos os dias, purpurina, bailes, caipirinhas e cervejas, onde o ritmo não para desde o primeiro dia.
4. Camarotes
Um dos aspectos da festa mais criticados por alguns, que acham que significa elitizar o que sempre foi uma festa popular. A maioria está ao lado da praia, do Farol da Barra a Ondina. Existem de todos os tipos, classe e preço: a entrada de um dia oscila entre 150 e 4.000 reais. Nos camarotes de luxo, além de comida e bebida há um salão de beleza onde você pode cortar o cabelo, fazer a barba e fazer as unhas. Um dos mais interessantes é o de Gilberto Gil, onde nunca deixa de tocar música. O preço da entrada custa a partir de 1.890 reais.
5. Pelourinho
O coração histórico de Salvador não só conta com seu próprio programa de carnaval, como é o melhor lugar para se fantasiar e pintar o corpo de tinta branca, costume que tem sua origem na maquiagem utilizada pelo grupo de percussão Timbalada em suas apresentações, criado por Carlinhos Brown na favela do Candeal.
Membros do bloco Filhos de Gandhy durante o carnaval de Salvador.Keren SuGetty
6. Casa do Carnaval
Em pleno Pelourinho, na Casa do Frontispício, a Casa do Carnaval acaba de abrir suas portas. Nesse espaço cultural é narrada a história do Carnaval, são exibidos trajes míticos, alguns dos melhores trios elétricos são lembrados e são enfatizadas as influências africanas da festa. Também se pode aprender a dançar samba, guiado por uma série de vídeos para não perder o ritmo.
7. Carnaval náutico
Em frente ao Solar do Unhão, antigo armazém portuário que atualmente é o MAM (Museu de Arte Moderna), se realiza no domingo o Carnaval Náutico. É a primeira edição dessa curiosa proposta que leva o ambiente festivo ao oceano. O plano consiste em embarcar (50 reais) e aproveitar a música e o baile no convés.
Nesse ano a sessão dedicada à música eletrônica teve um cuidado especial, com estrelas nacionais como o DJ NVD e o DJ Alok que tocará na Barra na terça às 17h.
9. Costa Itapuã
Essa antiga vila de pescadores (Itapuã significa a pedra que ronca, pelo som feito pelo Atlântico ao se chocar contra essa zona rochosa) permanece alheia ao carnaval e é o local perfeito para descansar um pouco da festa, tomar um banho de mar e praticar surfe na Praia Stella Maris.
10. Rio Vermelho
É a área de agito por excelência de Salvador. Se depois das festas de rua você quiser mais, esse é o lugar para ir. O bar Santa Maria, Pinta e Niña (Largo de Santana s/n), que tem seu nome das três caravelas com as quais Colombo chegou à América, convida a continuar a noite enquanto a discoteca XYZ (rua João Gomes, 249) anima a aproveitá-la até o amanhecer. Se você duvida, com dizem os baianos, o melhor é fluir com o Carnaval; deixar se levar pelos acontecimentos.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, confundiu a letra de uma música do cantor baiano Léo Santana com apoio ao seu partido.
Em postagem numa rede social no último sábado (10), Gleisi afirmou que o cantor estava reconhecendo a boa administração do governo da Bahia ao cantar um de seus sucessos, a música Vai dar PT, durante o desfile de seu trio elétrico no circuito do Campo Grande.
A presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores), a senadora Gleisi Hoffmann (PR) – Marlene Bergamo/Folhapress
A música, contudo, não faz referência ao Partido dos Trabalhadores: a sigla PT, na canção de Léo Santana, significa perda total.
Em postagem nesta segunda-feira (12), Gleisi justificou a gafe: A música em si, assim como na poesia, pode ter diferentes interpretações! Brincamos, assim como nossa militância, de associar este trecho a sigla do nosso partido. Perda Total o povo já tem vivido com a série de desmontes promovidos pelo governo que vocês apoiam.
APOIO A LULA
Esta não é a primeira gafe de Glesi Hoffmann nas redes sociais. Há um mês, a senadora divulgou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido homenageado pela torcida do clube alemão Bayern de Munique. Mas na faixa onde Gleisi leu “Forza Lula” estava, na verdade, “Forza Luca”.
Luca é o nome de um torcedor italiano que se feriu e chegou a entrar em coma após uma confusão entre torcidas de dois times italianos, em novembro. Desde então, faixas desejando força a Luca Fanesi se espalharam por estádios mundo afora.
A imagem em questão mostrava o “c” de Luca parcialmente escondido pelo braço de um torcedor, o que faz com que a letra se assemelhe a um “l”.
A Folha de S. Paulo decidiu deixar de publicar conteúdo na sua página do Facebook e, com o anúncio na última semana, o jornal aproveitou para criticar a falta de soluções da rede social para combater a divulgação de notícias falsas. O maior jornal do Brasil, com quase seis milhões de seguidores no Facebook, afirmou que a decisão da rede social de priorizar o conteúdo que publicam amigos e familiares frente aos veículos de comunicação promove a propagação de informação falsa. “Isso reforça a tendência do usuário a consumir cada vez mais conteúdo com o qual tem afinidade, favorecendo a criação de bolhas de opiniões e convicções e a propagação das fake news”, disse o jornal ao anunciar que não alimentaria mais seu perfil.
Em entrevista ao EL PAÍS, o diretor da Folha, Sérgio Dávila, disse que há levantamentos que mostram como a mudança do algoritmo do Facebook, que determina o que veremos mais nos nossos muros, aumentou o alcance das notícias falsas em detrimento do jornalismo profissional. “Faz sentido: fake news são mais apelativas e sensacionalistas, tendem a ser mais compartilhadas que as notícias verdadeiras, em geral menos estridentes. Como o novo algoritmo favorece o compartilhamento pessoal, as fake news ganham.”
A decisão do jornal não é apenas editorial, mas também política. “A Folha acha que conteúdo de qualidade tem de ser remunerado; que o usuário deveria ser exposto a opiniões contraditórias; que o noticiário deveria seguir os parâmetros do jornalismo profissional antes de ser divulgado”, explicou Dávila, para concluir: “O Facebook parece não levar em conta nada disso”.
A rede social, no entanto, garante, por meio de um porta-voz, que “está tomando uma série de medidas para garantir que as noticias que as pessoas veem no Facebook sejam informativas e de alta qualidade”.
O presidente da Escola de Samba, porém, não estava muito disposto a brincar.
Ele atacou Marcelo Crivella pelo corte dos recursos da prefeitura falida ao desfile do Sambódromo:
“Ele menosprezou o maior espetáculo da terra. Ele desvalorizou o maior espetáculo da cidade de que ele é prefeito. O carnaval vem sendo desrespeitado. É o maior carnaval do mundo e o prefeito nem aqui vem “.