Angelo Roberto com Vitor Hugo Soares e Tuna Espinheira
Imagem do blog Bahia já, do jornalista Tasso Franco.
Texto do jornalista Claudio Leal, publicado no Facebook, no espaço da jornalista Maria Olívia Soares
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Em memória de Ângelo Roberto
Por Claudio Leal:
Dos integrantes do espetáculo de poemas modernos dramatizados “Jogralescas” (1956-1957), no qual despontou a geração de Glauber Rocha, Fernando da Rocha Peres, Paulo Gil Soares e Calasans Neto, entre outros, o artista plástico Ângelo Roberto era o mais predestinado à ética da juventude. Camisa de botão fechada até a metade do peito, ele perseverou numa boêmia cheia de pureza, emanando de suas memórias a poética da amizade e do amor por Marlene, a grande companheira. Soube há pouco de sua morte, em Salvador, aos 79 anos, e lamento a redução de nosso convívio depois de minha mudança para São Paulo. A disponibilidade determinava o cotidiano de Ângelo. Bebíamos no bar O Colón e em outro perto de sua casa, no Horto Florestal, antes de vê-lo substituir o álcool pelo café, numa segunda opção pela juventude. O jornalista Araken Gomes me disse certa vez que a propensão boêmia de Ângelo jamais afetou o seu dom para o desenho: na hora do trabalho, as mãos orientavam com firmeza o bico de pena. Caricaturou quase toda a sua exuberante geração. Era o maior amigo do poeta Fred de Souza Castro, outro em rebeldia contra as almas engravatadas. Numa mesa do Cólon, há mais de dez anos, ao lembrar-se de Glauber Rocha e Carlos Anísio Melhor, o poeta louco e marginal na mais lírica acepção de loucura e marginalidade, Ângelo me perguntou em lágrimas: “O que posso fazer com todos eles? Guardá-los em mim?”. Tuna o transformou em ator de seu filme “O cisne também morre”, uma elegia a Anísio Melhor, por reconhecer no artista plástico o mesmo destino tomado pela poesia. A vida de Ângelo se afirmava no convívio com a família e com amigos como Tuna, Fred, Vitor Hugo Soares, Florisvaldo Mattos, Juarez Paraíso, Ildásio Tavares, Sante Scaldaferri, André Setaro, Sebastião Nery, João Ubaldo Ribeiro, Guerrinha, Joca, Carlito Lima, Milze Soares, sem esquecer os anônimos de todas as noites. O cisne vive.
O artista plástico baiano Ângelo Roberto morreu na manhã deste domingo (28), aos 80 anos. Ele era especialista em ilustrações com bico-de-pena e muitos de seus quadros retratavam cavalos. O corpo dele será cremado nesta segunda-feira (29), às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, em Salvador. A causa da morte não foi divulgada.
A filha do artista, Iana Landim, anunciou a morte dele através de uma postagem no Facebook. Na publicação, Iana se refere ao pai como seu maior ídolo e artista e divulgou ainda um vídeo em homenagem a ele.
Na mesma rede social, amigos e familiares lamentaram a morte do artista. Amigo dele, o jornalista e escritor Vander Prata escreveu uma mensagem: “Amigo, artista, visionário, iluminado, bom de prosa e verso, no rabisco inigualável. Meus sentimentos”. A internauta Idalice Ferreira Maia também postou um recado. “Ele foi um grande amigo no qual jamais esquecerei. (…) Para mim ele terá um justo descanso e certamente jamais será esquecido. Sua luz estará sempre acessa como grande cidadão e homem das artes que foi”, escreveu .
Cavalos e caricaturas
Ângelo nasceu na cidade de Ibicaraí, no sul da Bahia, e ficou conhecido pelo seu misterioso traçado e pelo trabalho como caricaturista em diversos jornais baianos como o Jornal da Bahia, A Tarde, Diário da Bahia e Folha da Bahia. Desenhista desde os sete anos, ele atuou como diretor de criação em agências publicitárias, ator no cinema, produtor de livros, ilustrador para livros, jornais e cartazes de filme. Sua primeira exposição foi realizada quando ele tinha 14 anos, em São Paulo, no VI Congresso dos Escritores Infanto-Juvenis (1952).
(Foto: Iano Andrade/ Divulgação)
Graduado na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Ângelo frequentou antes o Colégio Central, sendo contemporâneo de Glauber Rocha, Calasans Neto e João Carlos Teixeira Gomes. “Há às vezes a impressão de que o artista tem um poder incomum de criar um nobre sentimento entre suas figuras humanas e seus animais. Nos gestos mais sutis das figuras de Ângelo, o sentimento de amor infinito pela liberdade compreende o direito das criaturas de conquistá-la e deixa-la ir e vir, quando quiser. Como a tristeza feita em lágrimas nos olhos das meninas, diante de pássaros engaiolados; ou feita em alegria incontida e fluida no momento de ver outro pássaro alçar vôo e sumir pela janela. Em todos os segmentos que extrai da vida, Ângelo é sublime e sua linguagem não é meramente emocional – é hipnótica”, escreveu o jornalista Gutemberg em seu blog, definindo o trabalho de Ângelo.
Em entrevista ao jornalista, Ângelo disse que a marca da sua arte era a linha precisa:
“É ela que me fascina, é o ponto de partida de tudo, eu não acredito num pintor que não é desenhista. Atualmente, eu ando querendo fazer pintura, mas estou emaranhado pela linha, e é difícil sair dela”.
Já à revista Terra Magazine, em 2008, ele explicou o motivo de retratar cavalos em sua obra: “Acho o cavalo o bicho mais bonito da Criação. Tem um movimento elegante, as linhas belíssimas. Sempre tive esses desenhos dentro de mim”.
O Estadão questionou o advogado e ex-ministro do TSE Henrique Neves sobre a eventual candidatura de Lula.
Ele respondeu:
“O retrato hoje é de uma situação difícil, mas não incontornável, porque ele tem tempo para, até agosto, conseguir reverter essa decisão [do TRF-4]. É um cenário muito desfavorável, mas não irreversível. Na parte eleitoral, a situação de hoje não importa, o que importa é como estará a situação dele no momento da eleição, se ele vai conseguir ou não uma liminar no STJ ou no STF para anular ou suspender o processo.”
Nada é irreversível enquanto houver Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes no Supremo.
Passaram-se 75 anos do final daquela que foi certamente a maior batalha da Segunda Guerra Mundial, 75 anos desde o momento em que os russos, seus aliados e milhões de pessoas de todo o mundo deram um suspiro de alívio coletivo. Todos vinham acompanhando as informações de Stalingrado com angústia e de forma compulsiva, haviam perdido o ânimo quando parecia que o destino da cidade pendia de um fio, e se alegraram quando chegavam boas notícias. O aterrador e imparável avanço dos Exércitos de Hitler por toda a Europa desde 1939 se deteve. O preço foi a destruição de uma bela cidade à beira do rio Volga.
A caminho da cidade sitiada, em agosto de 1942, o escritor Vasili Grossman, que mais tarde elogiaria a heroica luta pela defesa de Stalingrado, notou repetidamente e com grande tristeza o imenso ônus que recaía sobre as mulheres. Com todos os homens incorporados ao Exército, elas tinham que se virar como podiam. Trabalhavam nas fábricas, dirigiam tratores e criavam os filhos sozinhas. Não tinham ninguém em quem se apoiar. Eram cada vez mais convocadas para cobrir os buracos deixados pelas terríveis perdas do primeiro ano de guerra. Começaram a assumir funções outrora masculinas. A espantosa catástrofe lhes endureceu o coração.
“Hurra, hurra, hurra! Os alemães estão totalmente destruídos, os prisioneiros de guerra partem em longas filas. Dá nojo vê-los. Cheios de muco, esfarrapados, congelados. São a escória!”, escreveu uma jovem de Stalingrado em seu diário em 3 de fevereiro de 1943. Referia-se aos soldados e oficiais do Sexto Exército da Wehrmacht, que haviam se rendido na véspera. Cerca de 100.000 prisioneiros, dos quais só metade sobreviveu. Andavam em fila e tentavam se manter perto dos guardas ou no centro da coluna, para estarem mais ou menos a salvo dos civis. Os alemães capturados ofereciam uma imagem patética: mortos de fome, enregelados e doentes, envoltos em mantas para se aquecer. Os guardas, em vingança pelas atrocidades germânicas, davam um tiro nos que não tivessem força suficiente para andar. E as mulheres, os velhos e as crianças do lugar se postavam no acostamento da estrada para tentar arrancar suas mantas, atirar pedras, empurrá-los, chutá-los e cuspir na sua cara. Depois de meio ano de uma batalha que cobrou mais de um milhão de vidas de soldados e civis, não restava qualquer compaixão.
No Volga, o avanço de Hitler pela Europa foi detido. Custou meio ano de batalha e mais de um milhão de mortos
O objetivo da ofensiva alemã em Stalingrado era interromper as comunicações entre as regiões centrais da União Soviética e o Cáucaso e estabelecer uma cabeça de ponte a partir da qual invadir a região e suas jazidas petrolíferas. O ataque durou de meados de julho até meados de novembro de 1942, e sua interrupção ocorreu a um preço terrível para a URSS. Enquanto os soldados defendiam a cidade, os habitantes e centenas de milhares de refugiados vindos de outras regiões ficaram abandonados à própria sorte. Anna Aratskaya, que morava em Stalingrado, escreveu em 27 de setembro: “Nossa casa queimou, assim como a nossa roupa, que tínhamos enterrado no pátio. Não temos roupa nem sapatos, não temos um teto sob o qual nos refugiar. Quando este pesadelo terminará?”.
A cidade havia se tornado um “gigantesco campo de ruínas” pelos bombardeios maciços dos alemães, particularmente o de 23 de agosto. Haviam ficado em pé algumas casas com janelas quebradas, algumas paredes ou uma chaminé. Muitos soldados “que nunca mais se levantariam jaziam nos pátios e nas ruas, centenas deles, mesmo milhares, mas ninguém os contava. As pessoas vagavam entre as ruínas em busca de comida ou qualquer coisa que pudesse ser útil”. Vasili Grossman comparou esta cidade espectral com Pompeia, mas com a diferença de que, em meio do caos, restaram almas vivas, centenas de milhares delas. Os civis também lutaram brutalmente em Stalingrado, não pelo seu país, mas pelas suas próprias vidas e pelas de seus filhos.
Lylia Litvyak, piloto da Força Aérea soviética, durante a batalha de Stalingrado.Stock Photo
Sem teto, com as casas destruídas pelas bombas ou pelo fogo, não havia outro remédio a não ser tentar encontrar lugar em um barco para atravessar o rio Volga. Quantos morreram na costa esperando uma oportunidade de cruzá-lo, quantos se afogaram no rio quando suas embarcações foram atingidas por um projétil? Outros preferiram nem tentar. Tornou-se comum viver em buracos escavados na parede de um barranco. Muitos fizeram isso na costa íngreme do Volga, onde testemunharam cenas assustadoras na água. À medida em que avançavam os alemães, até quase chegarem ao rio, as pessoas também tiveram que abandonar esses buracos. Como sobreviveram durante os meses que a batalha durou? Muitos morreram pelas balas de franco-atiradores alemães enquanto tentavam encontrar cereais queimados nos locais destruídos. Outros arriscaram suas vidas para roubá-los do Molino Gerhardt, protegido por soldados soviéticos. “Quando acabou o cereal, comemos lama”, lembrou um sobrevivente.
Talvez o próprio Stalin, ou algum de seus colaboradores, ordenou que fosse proibida a evacuação de civis? Realmente existiu essa ordem ou, como em tantos outros lugares, simplesmente não havia recursos suficientes para evacuar a população porque o rápido avanço dos alemães pegou-os de surpresa? Dizem que havia, sim, uma ordem implícita de Stalin para manter os civis na cidade para que os soldados, muitos dos quais eram locais, lutassem com mais paixão para proteger suas famílias.
A verdade é que muitos soldados haviam sido recrutados na cidade e nos seus arredores pouco antes da batalha ou mesmo assim que ela começou. À medida que os combates se desenvolviam, muitos adolescentes passaram a trabalhar nas fábricas militares e se incorporaram de forma oficial ou extraoficial ao Exército. Entre eles, havia muitas garotas. Embora ainda não tivessem idade para se alistarem, queriam contribuir com a batalha e acelerar o fim do pesadelo. Além disso, o Exército oferecia alguma esperança de melhor alimentação para civis mortos de fome.
ampliar foto‘No Frente do Leste’, fotografia aérea de Stalingrado feita pela Companhia de Propaganda alemã (PK).Orbis PhotoFundación José María Castañé
Durante algumas semanas, Alexadnra Mashkova viu como, toda madrugada às quatro da manhã, jovens recrutas subiam a ladeira até o Volga, atravessavam o barranco em que suas famílias haviam escavado suas casas e desapareciam em direção a Mamáyev Kurgán, uma colina que domina Stalingrado. Pareciam-lhe assustados e muito jovens; na verdade, haviam nascido em 1924 e tinham quase a mesma idade que ela. A maioria nunca voltou, mas alguns foram vistos mais tarde, feridos, voltando a pé ou se arrastando. Pouco a pouco, as adolescentes começaram a ajudar esses soldados machucados, tapando suas feridas ou carregando-os em macas improvisadas até o rio. Alexandra, que tinha 17 anos, juntou-se ao departamento médico de uma unidade militar e cruzou para o outro lado do Volga. Aprendeu com rapidez e brevemente estava pronta para ajudar o cirurgião. No começo, tinha muito medo quando precisava segurar um soldado durante a operação “enquanto lhe amputavam a perna ou abriam o seu braço até o osso”, mas “você se acostuma a tudo”. Muito rapidamente, as jovens enfermeiras comiam, sem se preocupar, na própria sala de operações improvisada. “Tínhamos pedaços de pão no bolso, então limpávamos as mãos de sangue na roupa branca, pegávamos o pão e o colocávamos na boca”.
A motorista Angelina Kolobushhenko pensou que havia enganado a morte quando a febre tifoide a afastou do 1077º Regimento Antiaéreo, formado quase exclusivamente por mulheres, a maioria adolescentes. Depois de disparar contra os aviões que bombardeavam Stalingrado, as jovens deviam mirar os canhões contra os carros de combate que haviam conseguido chegar à fábrica de tratores da cidade. Quase todas morreram, inclusive as encarregadas pelos telefones, as cozinheiras e as enfermeiras. Poucas sobreviveram.
Quando se curou, Angelina foi enviada para outro regimento antiaéreo. Tinha aparência frágil depois da doença, feia e esquelética. As outras garotas a desprezavam e se negaram a dormir na mesma vala que ela. Diziam que podia contagiá-las. No entanto, duas semanas depois, estava totalmente recuperada, recebeu um novo uniforme e, como não havia nenhum veículo disponível para ela, começou a treinar para manejar as armas propriamente ditas. Sentiu-se muito orgulhosa quando a sua unidade, a 5ª Bateria, derrubou um avião alemão. As jovens correram para a planície para buscar a tripulação da aeronave, encontraram-nos e os prenderam. Os três alemães eram muito jovens, um alto e de rosto arrogante e outro menor e mais agradável, mas Angelina lembrou especialmente do terceiro, que tinha queimaduras terríveis e dores insuportáveis quando foi encontrado. Nunca esqueceu seus grandes olhos azuis, cheios de sofrimento.
ampliar fotoSoldado mortos, enterrados na neve em Stalingrado.Arkadii ShaikhetJosé María Castañé Collection
As motoristas do frente, toda hora andando para cima e para baixo, viam e ouviam muitas coisas. Em novembro, começou a parecer que a situação estava mudando. Havia cada vez mais prisioneiros alemães, e Angelina sentia pena tanto deles quanto dos que viu morrer de frio. Ela e suas camaradas tinham botas novas de feltro e casacos de pele de cordeiro. Sentiam pena dos prisioneiros alemães, com seus casacos finos e estranhos sapatos de palha por cima das botas, nem um pouco preparados para o bruto inverno russo. Quando foi anunciado que havia um grande grupo de soldados alemães cercados, Angelina entendeu que não sobreviveriam por muito tempo, com suas roupas de verão, quase sem comida, na cidade destruída ou na estepe, sem lugar para se refugiar, nem madeira para fazer fogo.
Duas contemporâneas de Angelina, as pilotos de combate Lilya Litvyak e Katya Budanova, voavam com seu regimento para impedir que os alemães arremessassem provisões para as tropas sitiadas. As duas haviam pilotado aviões esportivos e haviam sido instrutoras de voo antes da guerra, mas aprenderam mais em seus 10 meses de exército do que em toda a carreira anterior. Outro piloto lembra a reação do comandante do regimento quando chegaram quatro mulheres com suas tripulações. “Me dói ver uma mulher lutando na guerra. Me dói e me dá vergonha. Como é possível que nós, os homens, não tenhamos conseguido evitar que fizessem um trabalho tão pouco feminino?”. As jovens tiveram que demonstrar suas habilidades e comprometimento. Klava Nechaeva, de 23 anos, morreu em sua primeira missão, depois de convencer seu chefe a deixá-la participar da batalha. As duas corajosas mulheres desafiaram a morte com várias missões no inferno de Stalingrado e sobrevieram àquele inverno, mas ambas caíram em agosto de 1943.
Dizem que Stalin deu a ordem de não evacuar os civis para que os soldados lutassem para proteger suas famílias.
Quando a batalha de Stalingrado chegou ao fim, centenas de milhares de mulheres haviam se alistado ao Exército. O país havia perdido tantos homens que as autoridades não tiveram outra alternativa que não fosse utilizar mulheres em todas as funções militares. Não existem dados concretos sobre as mulheres que serviram, de modo que os cálculos variam muito, desde meio milhão a quase um milhão. O fronte se transferiu e as jovens que continuavam vivas e com boa saúde foram com ele. Muitas das mulheres que entrevistei continuaram lutando até o final da guerra e estiveram em Berlim para comemorar a vitória (muitos soldados estavam convencidos de que Berlim deveria ficar em ruínas como os alemães haviam deixado Stalingrado). Continuaram presenciando a morte e a dor e perdendo suas camaradas. Mas nunca voltaram a viver uma situação tão desesperadora quanto a de Stalingrado, nunca voltaram a sentir que estavam sendo esfaqueadas tão profundamente que poderiam perder a guerra.
Lyuba Vinogradova é autora de As Bruxas da Noite e Anjos Vingadores (ambos pela editora Pasado & Presente). Os testemunhos citados neste artigo são de entrevistas realizadas pela própria autora e do projeto ‘Iremember. Lembranças de veteranos da Segunda Guerra Mundial’.