DO G1/O GLOBO
Por Marcos Losekann, TV Globo, BrasÃlia
A Ordem dos Advogados do Brasil solicitou nesta semana ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), informações sobre citações a escritórios de advocacia na delação de executivos da JBS.
O pedido foi feito devido à quantidade de citações a escritórios de advocacia na delação do ex-diretor de Relações Institucionais da empresa Ricardo Saud. Ao Ministério Público Federal, Saud disse que a JBS tratou com “mais de cem” escritórios a emissão de notas fiscais falsas.
Segundo o executivo, as notas falstas foram emitidas para esquentar dinheiro de corrupção, utilizado para comprar o apoio de polÃticos e de partidos nas eleições de 2014.
Entre os polÃticos citados no esquema estão o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
“As notas fiscais estão aqui. O Vital do Rêgo não era do Tribunal de Contas da União ainda, era senador da República, da cúpula do PMDB. Dei R$ 6 milhões para ele, que foi pago com notas frias”, afirmou Saud na delação.
“O Jader Barbalho, é, R$ 6 milhões, sendo que aà eles [donos da JBS] doaram depois mais R$ 2milhões, R$ 3 milhões pro Helder Barbalho [filho do senador e atual ministro da Integração Nacional], mas eu entendo aqui que esse R$ 8,98 milhões, o Jader direcionou todo pro filho dele, que era candidato ao governo do Pará”, disse em outro momento.
Nos depoimentos, o executivo citou escritórios de advocacia de várias cidades do paÃs que emitiram notas falsas para lavar dinheiro de corrupção. Saud admitiu aos MPF que, à s vezes, pagava os valores sem ter ideia de quem receberia o dinheiro.
A OAB quer saber se há outros elementos na delação da JBS que envolvam os escritórios e pede para ter acesso a eventuais informações sob sigilo para tomar providências.
“Se nós tivermos algum advogado que tenha agido de forma criminosa, ele responde duplamente. Ele responde internamente na instituição, no contexto ético-disciplinar, porque a Ordem dos Advogados do Brasil quem tem esta função de fiscalização do exercÃcio profissional, e ele responderá também no contexto penal, frente ao Poder Judiciário”, disse o presidente da OAB, Cláudio Lamachia.
O que disseram os polÃticos
O ministro Vital do Rêgo disse que as informações do delator são falsas e que as doações que recebeu da JBS em 2014 estão na prestação de contas da campanha e foram aprovadas pela Justiça.
O ministro Helder Barbalho declarou que não conhece o escritório de advocacia citado na denúncia e que a doação que recebeu da JBS em 3014 foi legal e aprovada pela Justiça.
O defesa do senador Jader Barbalho não vai se pronunciar sobre o assunto.