Desesperança com o poder de Renan
Coisas das mais estapafúrdias do ponto de vista ético-institucional continuam acontecendo no Brasil e ninguém presta muita atenção, embora se diga que o paÃs trava uma luta contra a corrupção na polÃtica e na vida pública em geral.
Por magnÃfico exemplo, a última de Renan Calheiros: na prerrogativa de presidente do Senado, mandou arquivar o pedido de impeachment do ministro do STF Gilmar Mendes apresentado à corte, acusando-o de violações constitucionais e regimentais.
A mais cristalina obviedade sugere que Renan, réu no Supremo Tribunal Federal, não poderia julgar nada que dissesse respeito a Gilmar, seu julgador. Se isso é admitido e aceito abertamente, pouco se pode esperar de bom.
Não entendi bem o comentário. O jornalista sugere que Renan deveria aceitar o pedido de impeachment do ministro?
Quantos pedidos semelhantes já foram deferidos por um presidente do Senado?
Não. Apenas que Renan, sendo réu no Supremo, estaria impedido de decidir sobre causa que envolvesse um membro da corte.
Luis Augusto, é prerrogativa exclusiva do presidente do Senado a abertura ou não de um processo de impeachment sobre um ministro do STF.
Não é uma questão de “suspeição” ou “impedimento”. Apenas Renan, enquanto presidente do Senado, poderia fazer tal ato.