Liderança de Otto fica maior sem Geddel
Um primor de competência e independência a entrevista de página concedida pelo senador Otto Alencar (PSD), ontem, a Fernanda Chagas e Osvaldo Lyra, da Tribuna da Bahia.
Falou com naturalidade sobre a vitória eleitoral do seu partido na Bahia, demonstrando algo como um orgulho humilde, e convidou à união em torno do governador Rui Costa, não sem dizer o que incomoda no governo – o tratamento desigual aos aliados.
No plano nacional, foi sereno e verdadeiro na análise sobre a falta de comando do presidente Michel Temer e na avaliação da própria Casa onde é “calouro”, que vota de acordo com quem está no governo e precisa de “mais patriotismo e menos partidarismo”.
Dono de uma vocação política que nem a “aposentadoria” temporária no TCM conseguiu sufocar, Otto, especialmente após o declínio de Geddel Vieira Lima, firma-se como grande liderança estadual, de peso decisivo no jogo político e com espaço no futuro.
Trânsito e liberdade não faltam ao senador
Egresso do carlismo, onde forjou toda a primeira etapa de sua trajetória, e hoje aliado da “esquerda”, Otto é homem de amplo trânsito nas bases municipais dos dois segmentos, o que propicia grande variedade de combinações.
O mesmo pragmatismo e jogo de cintura o senador exibe no quadro nacional, já que foi expressamente liberado pelo presidente do partido, ministro Gilberto Kassab, que ainda lhe deu na Bahia “toda a autonomia para tomar as decisões que melhor convierem”.
O fato de ser “egresso do carlismo” é um dos indícios de como o petismo baiano representa, hoje, uma espécie de neocarlismo na política do estado.
Os métodos são os mesmos!
Só para dizer que concordo “ipsis literis” com o comentário de Daniel.