DEU NO BLOG POR ESCRITO (DO JORNALISTA LUIS AUGUSTO GOMES)
A muito provável vitória de ACM Neto no pleito que se encerra não significa que tenhamos, já, um candidato definido ao governo do Estado.
O prefeito blefava quando dizia, há poucos meses, não ter certeza de que tentaria a reeleição, mas é ponderadamente sincero sobre 2018, dizendo-o fora do seu foco.
É verdade que designou vice o fiel amigo Bruno Reis, para a eventualidade de deixar a Prefeitura, o que não fará se considerar desaconselhável a empreitada estadual.
A questão central, aliás, é exatamente esta: indo para a disputa, Neto teria, sem contar este resto de mandato, mais um ano e quatro meses no cargo.
Ficando, serão quatro anos fechados, tempo razoável para, à frente de uma máquina que domina, avançar na recuperação da capital baiana e colocar-se como capaz de realizar obra maior ainda.
Portanto, seria preciso muita convicção do prefeito para encarar o risco, ainda que mantivesse indiretamente o controle do municÃpio por mais dois anos, para consolo em caso de derrota.
O quadro real é que 2018 envolve colégio eleitoral amplo e diversificado no interior do Estado, e em Salvador o governador Rui Costa, desta vez, terá para si, pessoalmente, muitos votos pelo trabalho na cidade.
Minha urna inesquecÃvel
Hoje, em idade avançada, constatei, enfim, a inutilidade do voto. Não que não a tivesse imaginado ante o Brasil atual, após 19 eleições e dois plebiscitos de que civicamente participei nos últimos 54 anos.
Mas é porque, desde o raiar da madrugada, para evento esportivo na TV, programei religiosamente os passos do dia, marcando para as 15 horas o exercÃcio obrigatório do voto – daqui a pouco.
A questão é que, a cada uma das variadas tarefas dominicais cumpridas, geralmente de cunho doméstico e incluindo operações externas, esquecia-me do sagrado dever da urna, pensando já desfrutar plenamente do sossego do lar.
É uma diferença muito grande daquele tempo em que a gente pensava que construÃa o futuro. Somos instados a suspeitar que, talvez, muitas gerações não merecessem essa decepção final. Mas eu vou, me lembrei e já estou indo. E digo: não vou votar nulo nem em branco. (LAG)
Voto obrigatório, meu caro LuÃs, é autoritarismo, não combina com democracia.
Por sorte a multa é irrisória!
Certas escolhas não traduzem opção, ao contrário, representam rendição.