DO PORTAL TERRA BRASIL
Na novela “Velho Chico”, começaram a ser exibidas nesta segunda-feira (26), as cenas gravadas com o recurso da câmera subjetiva após a morte de Domingos Montagner. Com isso, os colegas de elenco do ator, encontrado morto em Canindé de São Francisco, Sergipe, se dirigiam ao equipamento quando conversavam com Santo.
E a novidade comoveu os internautas e tornou o nome do personagem de Domingos o assunto mais comentado no Twitter. Muitos destacaram a emoção de Camila Pitanga, que estava com o artista em seus últimos momentos de vida. “O rosto da Camila Pitanga ao falar com o Santo dói o coração”, escreveu uma. “Tem como não se emocionar? Que mulher forte essa Camila Pitanga. Tem meu eterno respeito!!! Santo tá contigo, Terê. Acredite!”, exclamou outra. “Santo vive no olhar de Camila Pitanga”, opinou ainda outro.
Outros internautas estranharam o novo recurso. ” Ao mesmo tempo, também é estranho ver o “olhar” do Santo presente na cena sem fala. E aà fica forte a presença e ausência dele”, indicou uma. “Câmara sendo o olhar de Santo foi estranho e melancólico”, afirmou outra telespectadora. “Tô vendo essas cenas do pessoal olhando pra câmera como se ele fosse o Santo e, nossa, que aflição, gente”, afirmou mais um mencionando o personagem, cujo nome será dado ao filho de Miguel (Gabriel Leone) em mais uma homenagem a Domingos Montagner.
Escolhido para ser o substituto de Domingos Montagner na série “Carcereiros”, prevista para estrear em 2017, Rodrigo Lombardi falou sobre o convite em suas redes sociais neste domingo (25).”Essa semana recebi um convite. Melhor… Essa semana fui promovido. Melhor… Essa semana fui honrado com esse convite. A incumbência de substituir (se é que a palavra se aplica nesse caso) meu amigo ‘Mingo’ na série ‘Carcereiros’… Vou me jogar de cabeça! Como tento fazer sempre! Mas dessa vez, prefiro imaginar um salto, um voo, como num trapézio ou maca russa, ou mesmo qualquer um desses paralelos que traçamos em muitas das nossas conversas, mano véi…Sem rede! Sempre! Dói ainda”, escreveu em parte da legenda.
(Por Marilise Gomes )
A arte tem seus mistérios, o recurso usado homenageia, pelo estranhamento e delicadeza uma presença constante na novela, a inspiração generosa em Gabriel Garcia Marques, Dona Encarnação, em genial interpretação de Selma Egrei, poderia figurar, sem pejo algum, em 100 anos de solidão! A câmera travestida de ator, não faria papel menor!
Acrescente-se, que o recurso, por singeleza e acerto, tem também um cadinho de Antonioni!
Luiz Fontana:
Perfeito, poeta! Tem tudo isse que você assinala e mais os cantos, encantos e mistérios do Rio São Francisco pairando sobre coisas e pessoas: personagens e ambiente. O onÃrico e o real juntos e inseparáveis, afinal é do rio da minha aldeia que se trata. Um marco da dramaturgia das novelas no Brasil.Forte abraço ribeirinho.
Caro Vitor, desculpe-me chegar atrasada ao assunto, mas justamente porque me deixou intrigada o empréstimo tomado do realismo fantástico, recurso narrativo criado pela literatura sulamericana no século passado erevelador de grandes vultos como Gabriel Garcia Marquez e já utilizado em telenovelas da mesma rede Globo por se não me engano Dias Gomes, gostaria de saber se a região do São Francisco possui mesmo essas lendas e crendices mostradas pelo diretor da novela.
Prezada Lúcia Jacobina,
Segundo o jornalista Tasso Franco, citando livro de Wilson Wilson Lins, em seu blog http://www.bahiaja.com.br/politica/noticia/2016/09/26/lobisomem-de-serrinha-homenageia-montagner-e-revela-causos-da-bomba,95092,0.html, o Rio São Francisco tem, sim, muitas lendas.
O Médio São Francisco(Uma sociedade de pastores e guerreiros). Ensaio. 1ª edição , Ed. Oxumaré, Salvador, 1952; 2ª edição. Livraria Progresso Editora, Salvador, 1960.Wilson Lins.
Os Cabras do Coronel – Romance, Edições GRD, Rio de Janeiro, 1964.
O Reduto- Romance, Livraria Martins Editora,S.A., São Paulo, 1965.
Remanso da Valentia- Romance, Livraria Martins Editora, S.A., São Paulo, 1967. (junto aos dois anteriores, formam uma trilogia sobre a vida nos sertões baianos do São Francisco, na época do Coronelismo). Wilson Lins.
Fonte:Wikipedia