DEU NO BLOG POR ESCRITO (DO JORNALISTA LUIS AUGUSTO GOMES)
Serviço incompleto pode fazer Dilma candidata
Está coberto de razão o ex-governador Jaques Wagner quando diz que “não foi um julgamento, foi uma eleição indireta fantasiada de julgamento de impeachment”.
Mas ele apenas com constata uma situação que estava desenhada havia muito tempo e – é importante que se diga – foi possível graças a erros e crimes do PT, do governo e da ex-presidente Dilma.
A estranhar no comportamento dos chamados “golpistas” apenas um insuspeitado sentimentalismo que não os levou a fazer o serviço completo, deixando a presidente livre para, quem sabe, alçar-se a um cargo eletivo daqui a dois anos.
“Eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer”, disse Dilma, talvez deixando preocupados alguns dos que a “perdoaram”.
Mais um caso para o Supremo
Há ainda controvérsias a superar. Primeiro, o provável recurso ao Supremo Tribunal Federal para que a pena de suspensão de direitos seja aplicada conjuntamente com a cassação.
Isso vale para todos os casos de perda de mandato e, especialmente, valeu para o ex-presidente Fernando Collor, que protestou.
Caso o STF não mude as coisas, há ainda a arguição da Lei da Ficha Limpa, já que a ex-presidente foi condenada por um órgão colegiado – o Senado transformado em tribunal.
Gabarito de prova da OAB de 2009 considerou “errado” separar impeachment e inabilitação:
http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/cultura/gabarito-de-prova-da-oab-de-2009-considerou-errado-separar-impeachment-e-inabilitacao/
Exegese lusitana!
A interpretação das leis, ciência adstrita ao operadores do direito, tem regras, ritos, princípios, que a norteiam. No caso em testilha, este incrível fatiamento de norma constitucional, ao que parece, tem origem, num singelo jantar em terras lusitanas, flagrado pelo repórter Gerson Camarotti, que teve como convivas, Dona Dilma, o tal Cardozo, e, pasmem, o Ministro Lewandowski, este, agora, apresentado como um exegeta audaz, para dizer o mínimo.
Aqui e ali, muito timidamente, surgem notas, tentando iluminar este estranho fenômeno prenhe de atentados à lógica. Encontros havidos entre Lewandowski e Katia Abreu, entremeado com encontros entre o ministro e Renan, sempre Renan, este monumento à governabilidade.
Lewandowski, o filho dileto da amiga da mulher, leia-se a titular Marisa, de Lula, o “namorado” de Rose, assina assim o final de sua biografia, deste ato parte agora para a tranquila aposentadoria com toda a pompa e circunstância.
Será lembrado, pelo bem ou pelo mal, como aquela sombria figura que inaugurou a “exegese gourmet”, em que a lógica cede espaço e importância para algum vinho selecionado dá região d e Évora. O direito, como dizem alguns, é dinâmico, e em certos casos, ousadamente malandro.
A pergunta que não quer calar:
As outras 10, vetustas togas, pedirão desculpas à nação?
Dúvida bolivariana:
Lewandowski é um togado maduro ou um Maduro togado?
Uma lição da história:
Unindo-se, Renan a Lewandowski, toda lógica cabe numa mão grande!
Quesito para a perícia criminal:
Kátia Abreu serviu de “mula” deste tráfico de influência?
Se desta vez a Constituição Federal for ultrajada, dado a seriedade de se fazer o impeachment de um presidente, podemos afirmar que qualquer proposição poderá revogar partes dos artigos da Constituição. É o fim da Constituição!
Valeu a dúvida bolivariana. Por Escrito aproveitá-la-á.