DEU NO BLOG POR ESCRITO ( DO JORNALISTA LUIS AUGUSTO GOMES)
2016: o ano que não chegou a existir
“Setembro não tem sentido”, disse João Ubaldo Ribeiro em patriótico titulo de livro que escreveu há uns 50 anos. Mas em Salvador, onde desfilou verve e sabedoria antes de consagrar-se universalmente, o que não faz sentido é 2016.
Tudo gira, na política municipal, em torno de 2018. O prefeito ACM Neto, lídimo protagonista, pensa em que cargo disputará e se disputará, pois tem a hipótese improvável de, reeleito, continuar prefeito ou partir para o governo – ou a presidência.
Pode ser que o governador Rui Costa, outro que não deixa de ter a cabeça voltada para daqui a dois anos, esteja forte a ponto de desencorajar um fracasso e a perda do espaço mais importante do DEM em todo o Brasil.
Não é outra a razão pela qual Rui não mergulhou fundo nessa história, procurando fazer seu trabalho e distanciar-se das querelas. Deu sugestões de nomes e táticas, mas não se comprometeu publicamente.
À senadora Lídice da Mata também não interessava o corrente ano, pelo menos em termos de poder concreto. Queria espaço na tela e, naturalmente, na chapa de 2018. Só assim reeditaria o sacrifício da derrota.
Foi um preço que o governador não pôde pagar, devido à óbvia perspectiva de ter como companheiros o seu secretário Walter Pinheiro e o seu mentor Jaques Wagner, que já sonha com oito anos de prerrogativas.
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Quando a profusão da aspas é necessária
Lídice, que combatia a “pulverização” da “esquerda” e que declinou da indicação, não poderá ficar com um “eventual” postulante do PT. Tem o destino “coerente” de apoiar a deputada Alice Portugal, o “patinho feio” da “antiga aliança”.
Não o fará, contudo, sem volta. Quem sabe ter, nas próximas eleições majoritárias, a garantia do concurso do PCdoB, partido pequeno, porém leal e aguerrido? Será um jeito se ela não sair sozinha à reeleição.