Não ouvi porque pifou o som do computador. Mas cantei baixinho meus versos preferidos: “…é como a gota/ de orvalho/ numa pétala de flor/brilha tranquila/depois de leve oscila/e cai como uma lágrima de amor”. Imortal e sempre tocante.

Esta música foi composta, junta com “Frevo” e “O nosso amor”, para filme Orphée Noir, mais tarde Orfée Negro, e que no Brasil recebeu o título de “Orfeu do carnaval”.
Na ocasião da produção do filme, não foram boas as relações de Tom e Vinicius com o diretor Marcel Camus. Durante as filmagens o francês pedia novas cancões à dupla. Só que a esta altura Vinicius estava trabalhando na embaixada brasileira do Uruguai, e tudo foi feito por telefone entre o Rio e Montevidéu. Muitas vezes, o francês não gostava de letra e propunha alterações. Foi o que aconteceu com “A Felicidade”. Vinicius mexeu várias vezes, mas Marcel Camus não gostava de nada. Até que o poeta se irritou e disse que não mudaria uma vírgula sequer. (Trecho do livro – História de Canções – Tom Jobim, de Wagner Homem & Luiz Roberto Oliveira.)