Até que a morte os separe
É o The New York Times, que evidentemente não faz parte da “imprensa golpista”, a afirmar: “Dilma é uma das raras figuras políticas no Brasil a não enfrentar acusações de enriquecimento pessoal ilícito”.
Sendo isso, de certa forma, verdade, pois que até agora nada se descobriu, vê-se que a presidente não deveria ter se candidatado à reeleição. Deixaria essa bomba para explodir na mão de Lula.
Foi um impasse sério na época, tão próxima e, no entanto, tão longínqua. O que antes parecia um passeio eleitoral, ficou duvidoso a partir de junho de 2013, com o início do processo de desgaste da presidente que até hoje não terminou.
Muito se falou, em 2014, no lançamento de Lula para salvar uma situação que poderia estar perdida. Mas o bom senso prevaleceu: não haveria explicação razoável para a substituição, assim como, agora, Lula não pode se desvencilhar de Dilma.
Desaparecido
Se alguém se der ao trabalho de pesquisar a imprensa de janeiro e fevereiro de 2003, constatará que a pergunta que se fazia naquele início de governo era a mesma que hoje é altamente pertinente: cadê Lula?
Caro Luís
Por falar em janeiro de 2003:
Genial a síntese contida na charge de Sponholz
Caro Fontana,
nem sei o que dizer…
É um sentimento geral e natural, pois, afinal (pra ficar na rima), ninguém merecia este final.
Mas eu já fui muito além da síntese. Abraços. Preparo-me, se o sono não me pegar, para assistir à sessão do impeachment.
Relendo-o há pouco, por provocação do Poeta, o artigo em tela, como diria Marcelo Cordeiro, merece um sério reparo.
Na verdade, escrevi-o sob o sentimento que me acompanha desde então, mas não foi feita a pergunta “cadê Lula?” pela imprensa, infelizmente.
Para falar português escorreito, ocorreu-ma ao constatar, como tenho repetido ao longo dos anos, que a primeira notícia emanada do novíssimo governo Lula foi, aos quinze dias do ano da graça de dois mil e três, a reforma da churrasqueira da Granja do Torto. Bastou-ma.