DEU NO BLOG POR ESCRITO (DO JORNALISTA LUIS AUGUSTO GOMES)
O bola da vez em sinuca de bico
Não há estimativa de quantos “erros brutais” cometidos no passado o ex-ministro Geddel Vieira Lima terá de abjurar nos próximos tempos.
Para quem ainda não sabe, o presidente do PMDB baiano, candidato majoritário do partido nas duas últimas eleições, pronuncia-se na esteira da revelação de suas conversas com o empresário Léo Pinheiro, da OAS, semelhantes em espírito às mantidas com o mesmo cidadão pelo ex-governador Jaques Wagner.
Geddel, aliás, deu pulo do calibre do ex-aliado Wagner. Como havia se referido a “puta” e “viado” para caracterizar o universo das pessoas que recebia em seus misteres políticos, desculpou-se pelo excesso verbal… e até logo.
Passou, nas “redes sociais”, solenemente, a não ser por argumentos inconsistentes, ao largo da acusação, por exemplo, de ter enviado ao empreiteiro, sobre certa obra no Rio, literalmente, a seguinte mensagem:
“Amigo, aquele assunto da Transolímpica, questão da trava domicilio/notificação da nossa parte tá solucionado. Mandei o pessoal enviar uma minuta e se concessionária der ok, já liberamos os 30 abs”.
Pelo visto, o ex-ministro imiscuiu-se na defesa dos interesses da construtora, pediu dinheiro para “eleições” e até fez considerações sobre concorrências públicas que deveriam ser objeto unicamente das empresas participantes e dos órgãos de regulação.
As alegações de agora dão conta de que Geddel não poderia, ocupasse ou não algum cargo, furtar-se às negociações que se impunham em razão dos elevados interesses do Estado. “Ele é amigo da Bahia, de políticos baianos”, disse, sobre o presidente da OAS, em linguagem imprópria para qualquer tipo de relação institucional.
Geddelianos estão em alerta.
A retaliação é certa, Geddel jamais deveria tornar público, não a referência grosseira à presença de “putas” e “veados” em seu entorno, mas a ousadia em publicitar o codinome “Tia” de Madame Dilma.
Grosseria ou reconhecimento?
Não importa, as patrulhas jamais perdoarão, Geddel é o novo “boi apinharado”.
Geddelianos, atordoados, estudam rotas de fuga.
Caro Luís, a semântica, ela mesma, com seus signos e significados, ainda levará caos à Corte delirante.