DEU NO BLOG POR ESCRITO (DO JORNALISTA LUIS AUGUSTO GOMES)
Pais precisa de mais que um pontapé
A piada deve ocorrer em vários pontos: demitido pela Fifa, o ex-secretário-geral Jérôme Valcke tomou, enfim, seu “pontapé no traseiro”, com que ameaçou, traduzido ou não ao pé da letra, os brasileiros sobre os preparativos para a Copa do Mundo.
Podemos ter nos ferido em nosso orgulho patriótico mais raso com as palavras de Valcke, mas a verdade é que o Brasil precisa de muito mais que isso, diante do pandemônio que se consolida em praticamente todos os setores da vida nacional.
Esta é a hora – apesar de o Legislativo e o Judiciário acharem que não e hajam se recolhido em férias – de aparecerem lideranças inspiradas a apontar os caminhos que o país deve tomar, sempre com base no conceito de que sem traumas não se alterará o quadro.
É preciso que as classes dirigentes se congreguem para prevenir o caos e definam um programa e um cronograma de reformas na política e na economia que transmitam à sociedade um sentimento de segurança quanto à mudança profunda que se mostra necessária.
Para tanto, o país tem, ainda, recursos naturais, capacidade científica e patrimônio intelectual que, devidamente empregados, sob uma estrutura institucional rígida, podem desenvolvê-lo de forma justa, levando-o, no plano mundial, a uma posição compatível com sua imponência geográfica.
A educação verdadeira, não o arremedo, é a ferramenta básica de todo um processo de transformação, como outros povos já provaram, sem desprezar outras de grande importância,. É inútil ficar tapando rombos sociais aqui e ali, pois essa não é, lamentavelmente, tarefa para um só governo.
O que se impõe é começar de baixo, preparar as pessoas e as gerações para a ética, a filosofia, o trabalho – como resultado virão o progresso, a paz e o respeito mútuo dentro da sociedade. Erros e distorções serão a exceção, não a regra, como hoje.
Jérôme Valcke ameaçou chutar o nosso traseiro, o que efetivamente a Fifa concretizou com as descabidas exigências para a Copa do Mundo de 2014.
Mas olha só o chute no traseiro que a presidente Dilma Roussef deu hoje em todos nós e no Brasil. Ela vetou no Plano Plurianual (PPA 2016-2019) a parte que determinava a realização de auditoria da dívida pública com participação de entidades da sociedade civil, no âmbito do Ministério da Fazenda.
Ao vergar a coluna até o chão —diante da banca— ela deu um pontapé no traseiro do país. Pontapé dolorido e prejudicial ao extremo.
Veja:
http://www.gamalivre.com.br/2016/01/escandalo-dilma-veta-realizacao-de.html
O veto prejudica a transparência de gasto que consome mais de 40% do orçamento federal