DEU NO BLOG O ANTAGONISTA
Motoqueiro de Dilma cai de novo
O agora ex-ministro Carlos Gabas, que já havia caído na Operação Pixuleco II, voltou a figurar na Lava Jato. Ele aparece trocando mensagens com Léo Pinheiro, da OAS.
Segundo o Estadão, Gabas recebeu pedido de Léo para agilizar a assinatura de um aditivo e o pagamento de parcelas da obra do BRT Sul do Distrito Federal, obra tocada no governo de Agnelo Queiroz.
Em 27 de outubro de 2014, duas semanas antes de ser preso, Pinheiro enviou mensagem a Gabas citando José Lunguinho Filho, diretor da OAS Defesa. “Amigo, não deu para o Lunguinho lhe ver. Abaixo a nossa agonia”, escreveu o empreiteiro, citando “as pendências”.
“Contrato: – Solicitar ao GDF (Casa Civil e Secretaria de Transportes) a aprovação do 7.º Termo Aditivo e a respectiva reprogramação (R$ 60 MM), junto a CEF. – Última medição recebida foi referente ao mês de Junho/14. Saldo financeiro do contrato após este recebimento = R$ 90 MM – Recursos: empenhar e pagar – R$ 30 MM da fonte 100 do GDF (contra partida) desbloquear e pagar – R$ 60 MM do convênio de empréstimo, junto a CEF. Grande abraço, Léo.”
Cinco horas depois, Gabas respondeu. “Ok, Cuido daqui”.
Ah, se desenterrassem os esqueletos das obras do BRT Sul de Brasília! O primeiro foi a troca de sistema de transporte para aquelas rotas. Os projetos das Linhas 2 e 3 do Metrô de Brasília, que teriam trens de superfície, foram abandonados para se optar por um modelo de BRT (inicialmente anunciado como VLP —Veículo Leve sobre Pneus), um sistema que já na época da decisão era apontado como ultrapassado em mais de 15 anos.
Falou alto os interesses dos lobistas dos metalúrgicos do ABC paulista, e das montadoras de carros (Alô, MPs das montadoras). E foi forte o lobby das empresas de ônibus encastelado, governo após governo, no próprio Palácio do Buriti, a sede do governo de Brasília.
Obra orçada inicialmente em R$532 milhões teve aditivos em cima de aditivos, e hoje bate quase no primeiro bilhão de reais. E ainda está inacabada. Poucas são as estações em funcionamento. O sistema é um caos, deixando insatisfeitos os passageiros.
Os veículos que rodariam no BRT eram anunciados, quando da “compra” da ideia do sistema, com a capacidade de 330 passageiros. À medida que as obras se arrastavam, essa capacidade caiu para 270, depois 230. Seis meses antes de entrar em operação o governo do DF anunciava que os veículos maiores teriam capacidade para 200 passageiros. Os menores 160. Hoje temos umas porcarias, inclusive com motor na frente e junto ao motorista, quando deveriam ter motor na traseira. Os maiores, simples ônibus articulados, têm lotação máxima de 130 passageiros, com apenas cerca de 42 sentados. Os demais passageiros vão balançando pra lá e pra cá. Os veículos menores são iguais aos que rodam pelas cidades brasileiras.
Se era para ser tão leves os veículos, para que se gastou tanto em piso reforçado de concreto? Se eles rodam hoje no Plano Piloto de Brasília (a parte central da cidade) em asfalto comum, para que os milhões e milhões gastos no restante da estrada?
É muito lobby!