DEU NO BLOG POR ESCRITO
Mesmo a lealdade tem fatores de moderação
Criticamos aqui o fato de o ministro Jaques Wagner não ter se defendido diretamente – pessoalmente, enfaticamente, e não apenas por notas – da suspeita sobre ele lançada de tráfico de influência e recebimento de propina oriunda do escândalo da Petrobras, imputações, aliás, longe de serem provadas.
Agora somos obrigados a criticar o governador Rui Costa por assumir a defesa oral de Wagner, mesmo que em sinal de gratidão, ainda mais que o ex-governador, em tempos outros, recomendou a amigos e aliados eventualmente envolvidos em “malfeitos” que não o procurassem, mas a advogados.
“Qual é o político que não pedia dinheiro – indagou o atual governador, tendo o cuidado de completar: “…às empresas, para cumprir a lei?” Coloca-se, assim, Rui Costa, como um homem público que disputa o poder ratificando fórmulas imorais, não como representante da cidadania disposto a expurgá-las da vida política.
Afirmar, agora, que sempre foi contra essa “metodologia”, como a define Wagner, não torna o governador Rui Costa menos responsável pela sua cômoda utilização em não se sabe quantas eleições. Para reforçar metáfora bíblica citada, segundo ele, pelo ministro, espera-se que Rui se poste, nessa bola dividida, ao lado do trigo, não do joio.
Mendigos oficiais
A propósito, pelas palavras do governador, um bando de esmoleres dirige o Brasil, com toda compaixão pelos deserdados.
Apelo musical
Informa-se que repórteres credenciados no Palácio do Planalto vão cantar na porta do gabinete da Casa Civil: “Ô Jaques Wagner, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver…”
No campo da política brasileira cada vez mais escasso é encontrar o trigo.
O joio, parece, tomou conta de toda a extensão do campo. E certamente é coisa plantada, adubada, irrigada. Possivelmente resultado dos experimentos de alguns laboratórios de desenvolvimento de joio transgênico. Como cresce —e aparece— com uma rapidez estúpida.