Nelson Mota: MPB para rir e pensar
Maria Aparecida Torneros
Já passava da meia noite deste sábado, 4 de julho, quando no jornal da Globo, Nelson Mota apresentou sua crônica sobre o bom humor na música brasileira.
Rica de pesquisa e de imagens de época, a fala do expert Nelsinho abordou desde o primeiro samba gravado “pelo telefone”, passando pelas gozacoes sociais do genial Noel Rosa, chegando à alegria juvenil dos Mamonas assassinas.
Quando o próprio chefe da polÃcia, pelo telefone, manda avisar que na Carioca tem uma roleta para se jogar, o bom humor e a crÃtica apontaram o caminho possÃvel na arte de compor e cantar, rindo de si mesmo e dos dramas da vida.
Com Noel, ele lembrou seus temas recorrentes, o célebre Palpite infeliz. Mostrou Carmen Miranda que interpretava letras engraçadas feitas especialmente para ela.
Atravessando o tempo, o cronista, que tem faro e sabe das coisas, lembrou que “a gente somos inutil” virou hino da campanha das Diretas Já.
Nelson homenageou o hilário Bezerra da Silva, imbatÃvel na certeza de provocar em nós, risadas e mais risadas.
Claro que não faltou a menção do satÃrico Juca Chaves, que batizou Juscelino como presidente Bossa Nova, e sempre compôs suas músicas inteligentes brincando com os governos e a polÃtica.
Chico Buarque, no tempo da ditadura militar, era um brincalhão que driblava a censura e sua obra tem um lado engraçado independente.
A crônica do Nelsinho indicou que o espÃrito bem humorado na música popular ajuda e muito. A imagem do Chico cantando chame o ladrão ” tem tudo a ver com o momento. Afinal, ninguém é de ferro e em época de crise, chamemos a alegria de viver, rindo, porque rir ainda é o melhor remédio, e pra completar:tristeza não paga dÃvidas. Valeu, Nelsinho!
Cida Torneros é jornalista e escritora. Mora no Rio de Janeiro, onde edita o Blog da Cida
Não esqueça a escova, o sabonete e o violão!