DEU NO POR ESCRITO (BLOG DO JORNALISTA LUIS AUGUSTO GOMES)

Na tentativa de confundir a opinião pública, dois sofismas gosta de usar o governismo quando trata do escândalo da Petrobras e das manifestações populares contra a presidente Dilma, que têm forte vínculo, justamente, com as revelações da Operação Lava-Jato.
O primeiro é dizer que “a Petrobras não pode ser atingida por atos de seus dirigentes”, como se alguém estivesse querendo levar a estatal ao banco dos réus, julgá-la e puni-la, provavelmente com a privatização a preço de banana.
O que a nação realmente deseja – e assim está sendo verbalizado pelo Ministério Público e pela Justiça Federal – é que sejam apuradas as ilegalidades e responsabilizados seus autores. Nada mais meridiano em países democráticos e civilizados.
Por outro lado, refutar a mobilização nas ruas e nas redes sociais com o argumento de que “a ninguém interessa a ditadura” ultrapassa a fronteira do primarismo, porque não há no Brasil a menor possibilidade de solução política fora da Constituição.
Transformar meras opiniões de lunáticos, saudosistas e analfabetos políticos na perspectiva real de tomada do poder por um golpe militar é fingir não compreender a conjuntura, que não comporta tal “saída” para um país continental, aberto e com 200 milhões de habitantes.