Festa da AMAB , com Lewandowski, na Associação Comercial da Bahia
DEU NO BLOG POR ESCRITO ( DO JORNALISTA LUIS AUGUSTO GOMES )
Nas barbas da República
Foi Darci Ribeiro, no retorno do exílio, diante da realidade que constatou no país, quem usou na política, pela primeira vez, a expressão que era comum na hora dos deveres escolares da infância: “Vamos passar o Brasil a limpo”.
Por causas diversas, isso não foi possível, apesar do esforço, até a morte, dele e de outros compatriotas honestos e conscientes nas elites dirigentes que ainda tínhamos em grande quantidade.
O regime democrático mostrou-se incapaz de desatar o nó que garroteou a nação, aprofundando, apesar dos avanços, vícios antigos, prosperados durante a ditadura que pretendia erradicá-los.
A frase do ilustre e saudoso antropólogo vulgarizou-se na boca dos políticos que passaram a dominar a cena nacional, assim como outras expressões de palavras vazias, como “agenda positiva” e “reforma política”.
Hoje, mesmo diante da grave situação que atravessamos, com a falência dos serviços públicos, a generalização da corrupção e a crise social, temos de engolir manobras claramente consumadas com o fim de postergar mudanças e neutralizar a reação da sociedade.
Nesse sentido, a designação do ministro Dias Toffoli para presidir o julgamento da Operação Lava-Jato não é tão grave por ter sido ele advogado do PT quanto pela visita que fez à presidente Dilma no dia seguinte à indicação.
Exemplo desses, partido da alta cúpula do poder nacional, é que dá lógica ao juiz do caso Eike Batista sair de Porsche por aí, levando na mala dólares, euros e reais.
A mesma lógica de vereadores e prefeitos que, dentro da suposta reforma de moralização da política, querem dois anos de mandato gratuito.
A propósito, dispomos, modernamente, de entidades representativas de vereadores e magistrados atuando como sindicatos fossem.
Os políticos, não para discutir princípios e metas em benefício da população, mas como continuar engordando os próprios interesses, desde o acréscimo de recursos públicos a seus projetos à violação mais conveniente da legislação.
Os doutos juízes, concursados, de nível universitário, não almejam, no convívio corporativo que praticam, medidas para dar eficiência à prestação jurisdicional, e sim a proteção de salários e benesses e a luta pela ocupação do poder dentro das instituições, além da presença nas colunas sociais.
Não há esperança concreta a se alimentar sobre o futuro quando, nas barbas da República, os dignitários que manejam os cordéis das possíveis soluções não optam pela clareza e seriedade de objetivos, preferindo o exercício do subterfúgio e a ciência da dissimulação.
Forum Rui Barbosa:templo da justiça na Bahia
====================================================
Negócios, negócios, justiça à parte
Em artigo no site Bahia em Pauta, do qual é o editor, o jornalista Vítor Hugo Soares assim resumiu a escolha do local para a festa pela passagem dos 50 anos da Associação dos Magistrados da Bahia, em parágrafo que inspirou o texto acima:
“Na cidade do Fórum Rui Barbosa – templo jurídico maior, solene, tradicional e marcante das cerimônias da magistratura local e nacional –, o ato da Amab, no entanto, foi realizado no prédio da Associação Comercial da Bahia, histórica sede da primeira corporação de homens de negócio criada no país”.