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O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato se entregou à Justiça italiana nesta quinta-feira (12/2).
Segundo fontes policiais, as autoridades já estavam monitorando os passos do condenado no Mensalão para que ele não fugisse novamente.
A Corte de Cassação de Roma autorizou nesta quinta-feira (12) a extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
Condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do Mensalão, o brasileiro fugiu para a Itália há um ano e cinco meses com um passaporte falso. Agora, cabe ao ministro da Justiça, Andrea Orlando, decidir se acata ou não a decisão judicial. Assim que o Ministério for notificado oficialmente, o paÃs terá 20 dias para tomar a decisão.
Segundo os juÃzes que analisaram o caso, “existem” no Brasil todas as condições para garantir a segurança de Pizzolato em um presÃdio. O argumento da falta de respeito aos direitos humanos nas prisões brasileiras foi o utilizado pela defesa para pedir que o ex-diretor continuasse a morar na Itália.
A reversão da decisão do Tribunal de Bolonha foi uma vitória do governo brasileiro. Em setembro de 2013, os magistrados haviam negado a extradição por concordarem com a defesa – de que o paÃs não teria como garantir a integridade fÃsica do condenado.
Horas após a decisão da Corte, Pizzolato se entregou à Justiça italiana, em uma ação coordenada pela Interpol. De acordo com fontes policiais, o ex-diretor do BB estava sendo monitorado há alguns dias para evitar uma nova possÃvel fuga.
Entenda o caso
De acordo com a sentença do Mensalão, Pizzolato autorizou a transferência de R$ 73 milhões do fundo Visanet (administrado pelo Banco do Brasil) para as agências de publicidade de Marcos Valério, operador do esquema de pagamentos ilegais a parlamentares da base aliada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Condenado, ele fugiu do paÃs usando a identidade de um irmão morto para chegar à Itália, fazendo uso da dupla cidadania.
Pizzolato alegava que gostaria de passar por um novo julgamento “que não fosse polÃtico” no paÃs. “Por não vislumbrar a mÃnima chance de ter um julgamento afastado de motivações polÃtico eleitorais, com nÃtido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legÃtimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal que não se submete à s imposições da mÃdia empresarial, como está consagrado no Tratado de extradição Brasil e Itália”, disse, em carta divulgada na ocasião.
Foragido da Justiça, ele teve seu nome incluÃdo na lista de pessoas procuradas pela PolÃcia Internacional (Interpol). Em fevereiro de 2014, ele foi preso em Maranello, onde estava escondido na casa de um sobrinho, sob acusações de falsidade ideológica.
Caso Battisti
Durante o julgamento ocorrido nesta quarta-feira (11), os advogados de Pizzolato usaram o “caso Battisti” para pedir que o ex-diretor ficasse na Itália. No final da década passada, Roma pediu a repatriação do ex-ativista Cesare Battisti, condenado em sua terra natal à prisão perpétua por associação subversiva e quatro assassinatos cometidos nos anos 1970.
O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a autorizar a extradição em 2009, mas, no último dia do seu segundo mandato, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva decidiu, por decreto, não mandá-lo embora. Atualmente, Battisti vive em liberdade no Brasil.