OPINIÃO
Palavras ao vento, Almas ao relento
Maria Aparecida Torneros
Seriam os debates dos candidatos polÃticos a cargos eletivos um apanhado geral de palavras ao vento? Dilma e Aécio tem protagonizado uma sucessão de promessas e ofensas de baixo nÃvel que em nada contribuem para a maturidade polÃtica acional. É o que eu sinto.
Repentinamente cada um deles tira do bolso ou da cartola uma fórmula mágica que resolverá todos os dramas sociais dos brasileiros. Vi um deles falar em pagar uma bolsa em espécie ao estudante de ensino médio e pensei. Mas não seria o óbvio oferecer bons colégios com professores e estruturas dignas dentro de um modelo em que estudar voltasse a representar sonho de boa formação e promessa de vida produtiva numa sociedade organizada?
A candidata à reeleição se coloca como repetidora de nomes marketeiros e tome de falar em programas que dão certo e precisam ser ampliados e melhorados. Mas eles falam pra quem? Para segmentos vários. Os Brasis que os escutam estão vivendo em aparentes guetos. Comunidades periféricas ou condomÃnios de luxo? Almejam estes eleitores desiguais as mesmas coisas? Quanto aos podres de cada um em que proporção esmiuçar passados comprometedores os ajuda a cabalar votos ou estampar caráter de mau exemplo para nossos jovens de um modo geral? Será que prometer é tudo nessa hora? Será que o indeciso decide vendo o beija mão teatral do candidato Aécio agradecendo a ex candidata Marina que antes ele estranhou ou até humilhou em busca do seu segundo lugar no primeiro turno?
O fato é que as pesquisas ouvem milhares e os resultados do empate técnico sugerem a divisão da torcida de um ringue pugilista. Nem parece que está em jogo o futuro de um paÃs imenso e desigual. Querem e tentam discursar para massas que seus assessores dimensionarm como influenciáveis e de pouca memória.
O voto passa a ser o soco que lhes dará a faixa presidencial almejada um cinturão troglodita de campeão peso pesado, e a luta sangrenta deixará sequelas pois os problemas para a governabilidade começarão exatamente quando o perdedor ou perdedora pleitear a revanche.
A revanche costuma ser preparada durante quatro anos enquanto o público de todas as plateias sobrevive com seus dramas cotidianos. Uns com falta de tudo básico e outros com falta de vergonha pois se conseguem tirar alguma vantagem da contenda devem pensar que se danem os infelizes das periferias se nós mantemos status? Talvez não seja assim. Quem sabe a Pátria seja livre e a escolha Perfeita?
Mais duas lutas ou debates e golpes certeiros definirão a contenda.
Lamentável que o Brasil se preste a isto que estamos vendo. A loucura da sede de poder ou o idealismo da solução dos problemas nacionais?
Um misto de briga de rua ou um necessidade de atuação urgente da Turma do deixa disso.
Que se acalmem os ânimos. Que prevaleça o bom senso. Que se restabeleça o respeito. Que se traga para o debate questões realmente pertinentes às angústias da população em geral. O resto é com a lei e a justiça que deveria estar atenta para rastrear julgar e punir.
Será que is justos de toga também dão canetadas aos ventos?
Bem se estamos perdidos façam licitações de GPS em todas as esferas. MunicÃpios Estados e Governo Federal, poderes Legislativo e Judiciário e ainda a MÃdia em geral, por piedade de nossa gente humilde, corrijam os caminhos e mudem o rumo dessa prosa.
As cidadãs e cidadãos brasileiros merecem e esperam.
Cida Torneros, jornalista e escritora, mora no Rio de Janeiro. Editora do Blog da Mulher Necessária, onde o texto foi publicado originalmente.
Segundo análises de especialistas o novo Congresso Nacional eleito para iniciar legislação em 2015 houve um retrocesso na representatividade sindical e um peso maior para os eleitos dos grupos chamado empresariado, evangélicos e ruralistas. O chefe do Executivo que se eleger, Dilma ou Aécio terão que equilibrar este volume de representatividade que indica a chamada linha conservadora para os próximos quatro anos no Poder Legislativo. Nos próximos debates os candidatos poderiam dizer o que pensam sobre este desafio. Bom domingo.