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CRÔNICA/FUTEBOL
Efeito tapetão
Marinaldo Mira
Como era previsto, a Justiça Desportiva confiscou quatro pontos ganhos em campo da Portuguesa, rebaixando o clube paulista para a Série B do Campeonato Brasileiro de 2014. Mesmo levando em conta todos os erros da Lusa, para o torcedor a decisão cheira mesmo a ‘virada de mesa’, já que a Corte Suprema do futebol brasileiro deveria aplicar outra pena, como por exemplo, multa, ou coisa parecida. A punição foi pela escalação irregular do meia Héverton no empate por 0x0 com o Grêmio pela última rodada do Campeonato Série A.
A pergunta que o torcedor faz agora é a seguinte: quem perde com essa decisão, além da Portuguesa?. A resposta é simples! Todos saíram perdendo, inclusive o Fluminense, que estava rebaixado e voltou à Série A. Além disso, aumentou mais ainda a desconfiança do público no esporte mais popular do pais e, à véspera de promover uma Copa do Mundo.
Todos os outros clubes das Séries A e B também perdem, pois seus torcedores estão em dúvida se a próxima partida, a primeira do Campeonato de 2014 e as seguintes terão os resultados mantidos, por esse ou aquele tribunal.
Torcedor questiona o dia e horário do julgamento do jogador envolvido na questão, uma sexta-feira à tarde, com resultado saindo quase à noite. Esse processo não poderia ter sido julgado na segunda-feira seguinte, por exemplo, com o clube tendo a semana inteira para ser comunicado?.
Quem perde mais é a credibilidade do futebol, tão arranhada ultimamente. A TV, que compra direitos para transmitir jogos também sai perdendo, pois o futebol é seu principal produto, para atrair anunciantes de peso. Quando o torcedor deixa de assistir aos jogos, cancela assinaturas ou pacotes promocionais da TV paga, o prejuízo dela é maior ainda.
O futebol não tinha tantas regras, nem tantos julgamentos. Se o jogador comete uma falta violenta, aplicam-se logo dois jogos de suspensão sumariamente e pronto, sem precisar de mobilizar o tribunal com julgamentos.
A magia do futebol está em campo com a bola rolando. E, a Lusa ganhou os quatro pontos lutando, suando a camisa em campo. Perdê-los em um tribunal é, prevalecendo o bom senso, no mínimo injusto. A certeza, como diz o comentarista Tostão, a Lusa não agiu de má fé e nem se beneficiou pelo provável erro.
E, o Fluminense quando entrar em campo, em qualquer estádio, certamente, ouvirá da torcida adversária o tradicional refrão “hão hão, segunda divisão”.
Acostumar e suportar as provocações será difícil, mas tudo tem seu preço!
E, o prejuízo da Lusa, quem pagará ?
Marinaldo Mira é jornalista