Victor de Athayde:vítima da violência
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Pavor
Graça Azevedo
Acabo de ver na TV Bandeirantes que o pedófilo e assassino Galiza foi colocado em regime aberto por uma juíza de Lauro de Freitas, na calada da noite. Este meliante matou e incendiou o jovem Lucas Terra após tê-lo sodomizado. É pastor da poderosa indústria de dinheiro chamada Universal. Talvez isso explique a agilidade da progressão da pena.
Um pedófilo sempre será um perigo porque não há cura para este tipo de perversão. E uma juíza o coloca em regime semiaberto o que abre uma grande possibilidade de que repita o crime de pedofilia. Na cadeia ele tinha, teoricamente, bom comportamento. Claro, não há aí crianças, é mais fácil.
Há seis anos escrevi neste site sobre a impunidade. Infelizmente vejo que os meus pesadelos se tornam realidade. Quando percebo que a justiça está mais preocupada em “se livrar” do preso que puní-lo ou reabilitá-lo, fico temerosa que o próximo a ser liberado seja o assassino Abelha e seus cúmplices que mataram de forma cruel o meu filho Vitor. E que eu seja a próxima vítima, conforme ameaça feita por ele e familiares.
Quando penso na luta que os pais de Lucas, Carlos e Marion, travaram por longos anos para que a justiça cumprisse o seu papel, imagino com que dor receberam a notícia da liberação parcial do algoz do seu menino. Daqui envio a minha irrestrita solidariedade.
Espero, mais uma vez, que o nosso País pense que os humanos direitos querem ter seus direitos humanos respeitados.
Os gestores públicos, ao longo da história, sem distinção partidária, se encarregaram de tornar o Brasil um mundo terrivelmente insalubre para se viver.
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus…” — RUI testemunhou o poder se agigantando nas mãos dos maus. A sensação que se tem hoje é que os poderes desde então não pararam de se agigantar nas mãos dos maus, até ser completamente dominado por essas mãos ordinárias.— Até quando iremos assistir passivamente a este tipo de vandalismo oficial?
Cara Graça Azevedo, quem te fala é outra mãe, por acaso ligada a este blog por laços afetivos e sanguíneos, mas, principalmente MÃE. Fiquei tocada com seu depoimento aqui e ali, vc não esconde essa dor que atormenta e rouba o seu sossego e que é o que lhe resta da separação do seu filho. Uma dor assim somente a portadora sabe o peso, porém me arrisco a trazer um pouco de alento, um afago sequer, já que, como mãe sei que os filhos são continuações nossas que, mesmo que amputadas, seguem latejando… Ver um filho tentando encontrar-se num mundo em que ele não encontra reflexo, navegando contra a maré na solidão do mundo que ele próprio constrói e se fecha cada vez mais como única forma de sustentação, também atormenta, e esse é meu caso. Eles nascem e nos dão tanta alegria, tudo que a gente quer é “que cresçam e sejam felizes e saudáveis”, sem pensar que tantas outras influências, genéticas e a própria caminhada na vida, vão fazer desse ser um outro que te vai ensinar o verdadeiro sentido do amor incondicional.
Te abraço, com muito carinho, e ofereço meu colo, ombro, palavras, força para seguir-mos, na medida do possível, com alegria, deixando que nossos filhos sejam a fonte de ensinamento para que foram procriados…
Regina
O Chico, que eu e você admiramos, cantou assim para uma mãe como nós…
Graça, muito obrigado pela solidariedade, você também é uma mãe guerreira.
Para Regina.
Estava com dificuldades de conexão e a resposta demorou por isso. Só quero dizer que esta familia Soares é uma fonte de bondades na minha vida. Você me tocou profundamente com o seu texto e com a música (que é, como tudo que Chico faz, maravilhosa)que nos diz tanto. Obrigada, mãe coragem, como tantas outras que vamos encontrando pelas nossas caminhadas. Grande abraço a mais uma irmã Soares!