DEU NO IG
O pedido do ministro argentino do Planejamento, Julio De Vido, por mais investimentos da Petrobras no país após a nacionalização da YPF não será atendido pela estatal brasileira. O recado foi dado nesta sexta-feira (25) pela presidente da petrolífera, Maria das Graças Foster. “A previsão de investimentos na Argentina não será maior porque foi feito um pedido de aumento de investimento”, afirmou a executiva.
Segundo Graça Foster, o portfólio de atividades e o cronograma de investimentos estimado em US$ 500 milhões para este ano estão mantidos inalteradamente. “Nós temos um portfólio na Argentina, que interessa à Petrobras. Temos uma relação muito próxima com o país e mantemos os nossos investimentos conforme previsto no nosso plano de negócios”, ressaltou.
A presidente da estatal assegurou assim que não “há justificativa” mudar os aportes projetados. “Os investimentos previstos hoje já estavam previstos há um ano, quando nós aprovamos o Plano de Negócios 2011-2015?, disse.
Sobre o cancelamento de concessão na província de Neuquén pelo governo local, após mais três anos de pesquisas de prospecção por petróleo que consumiram US$ 10 milhões da Petrobras Argentina, Graça Foster afirmou que a empresa tenta resolver o contencioso. “Nós temos uma participação de longos anos na Argentina e esperamos resolver a questão da concessão que nos foi retirada”, indicou.
YPF à moda Petrobras
Pela manhã, durante sabatina por deputado na Comissão de Minas e Energia da Câmara, a presidente da Petrobras evitou comentar as declarações do governo argentino de tomar a estatal brasileira como modelo a ser seguido pela YPF.
A Petrobras Argentina funciona com estrutura similar à mantida no Brasil, com 66% do capital acionário disponível na Bolsa de Valores de Buenos Aires sob o controle da empresa e os 32,8% restantes abertos ao público. No modelo elaborado pelo governo Cristina Kirchner, 51% da YPF foi nacionalizado. A União ficará com 51% da fatia total de ações estatizadas e as províncias (estados) com 49%.
Para Graça Foster, a Petrobras “é apenas uma operadora” no vizinho sul-americano e não pode opinar “o modelo tomado” pelos argentino.
Caminhada para não gastar gasolina
A executiva se reuniu a portas fechadas com o ministro Guido Mantega (Fazenda) no final da tarde desta quarta-feira, após declarar na Câmara que o repasse do aumento do preço do petróleo para a gasolina é inevitável.
Graça Foster chegou à Fazenda andando, vindo do prédio da Petrobras, do outro lado da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e evitou conversar novos comentário sobre a gasolina. Calcula-se que no Planalto, onde Mantega uma longa reunião com a presidenta Dilma Rousseff, a notícia do aumento nos combustíveis não casou bem com o discurso do governo de que a inflação está rigidamente sob controle.