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Deu na FOLHA DE S. PAULO , edição impressa deste domingo(4) na coluna de Opinião ( Tendencias/Debates)
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A vitória da democracia
Jaques Wagner
Foi a vitória não do governo, mas da democracia Ao final de 12 dias, à s vésperas do Carnaval, a greve da PolÃcia Militar da Bahia terminou sem choques frontais entre as Forças Armadas e os integrantes de um movimento inconstitucional, amotinados na Assembleia Legislativa
Esse desfecho exprime a prática da polÃtica democrática, com firmeza de posicionamentos e, ao mesmo tempo, o exercÃcio da autoridade
Foi a polÃtica, no sentido da mediação racional, que conferiu consistência ao uso adequado da força pelo Estado para proteger a população, conter a violência dos grevistas e assegurar o restabelecimento da ordem pública.
Por que venceu a democracia? Primeiro, o governo não poderia se render a chantagem dos grevistas que provocaram medo na tentativa de alcançar os seus objetivos. Não enfrentar o movimento, decretado ilegal pela Justiça, seria a negação da autoridade constituÃda pelo povo, a mais legÃtima na democracia.
Por outro lado, a ausência de visão polÃtica, que procurasse superar o conflito a partir do uso exclusivo da força pelo Estado, seria, certamente, antidemocrática.
Na pior das hipóteses, reeditaria fatos dolorosos como o Carandiru ou Eldorado dos
Segundo, os grevistas estavam confundindo liberdade de associação, que aponta o caminho para a solução dos seus problemas, com a liberdade de fazer greve, vetada, por força de lei, a policiais militares.
Nas sociedades democráticas, as liberdades de palavra e reunião são concedidas mesmo aos inimigos mais irredutÃveis. Não é nem nunca foi o caso da PolÃcia Militar da Bahia, com o fluxo da interlocução sempre aberto com o seu comando.
O terceiro aspecto é consequência direta dos dois primeiros -uma greve ilegal e a confusão entre liberdade de associação e direito de greve.
A mediação entre autoridade e grevistas se tornou, portanto, um imperativo. Mediação, em momento algum, significou inércia ou passividade, tibieza ou falta de foco. Tanto que o governo manteve os seus princÃpios, sem recuar de posições fundamentadas em fatos, fosse nas reivindicações salariais, fosse na punição para os lÃderes grevistas. A opinião pública se posicionou contra o movimento, em um ambiente em que a mÃdia trabalhou com liberdade.
Nesse episódio, uma questão fundamental de referência era o significado nacional do movimento.
O ponto essencial encontrava-se na forma como a greve seria enfrentada. Se fora dos preceitos democráticos, tenderia a acender o estopim da revolta. Caso contrário, como ocorreu, dissuadiria movimentos similares como o que estava para eclodir no Rio de Janeiro. O revés da greve na Bahia protegeu o Brasil dos excessos de um corporativismo que afronta aos interesses coletivos.
A sociedade é mais moderna, mais livre e mais assemelhada. Os brasileiros buscam uma vida segura e elegem governos democráticos para participar, não para minar a sua autoridade. Entendem que direito de greve e diálogo são valores universais e que um não pode existir sem o outro, pois o direito de greve é como se fosse o barro da história da democracia.
Não existe respeito ao direito de greve, de um lado, e respeito pela democracia, do outro. Existe, sim, uma coincidência entre direito de greve e democracia. É por isso que existem greves legais e greves inconstitucionais. Esse limite é que assegura o Estado democrático. É a única garantia de respeito à constituição pelos governantes, da liberdade para a sociedade e segurança do cidadão.
JAQUES WAGNER, 61, é governador da Bahia pelo PT
O ponto essencial encontra-se na falta de um planejamento estratégico na área de comunicação, cujo comandante, o senhor secretário Robison Almeida, engenheiro elétrico, não detém as competências necessárias para o exercÃcio do cargo, sendo tão somente um militante do PT. Quando a crise bateu, não havia ninguém da comunicação, um setor estratégico, no comando, não havia sequer canais de diálogo com os grevistas, mas um bate-cabeça da cúpula petista e de partidos aliados na governadoria . E as coisas só não ficaram piores por causa da atuação polÃtica do vice-governador, Otto Alencar, este, sim, um polÃtico extremamente habilidoso. A greve da polÃcia colocou em xeque não somente a propalada competência de Jaques Wagner para fazer negociações, mas todo o comando da área de comunicação do governo que, à s pressas, recorreu aos serviços de uma conhecida consultoria sediada em São Paulo. O resto é conversa furada.
E mais, quem está escrevendo toda a bobagem acima, o faz regiamente pago, tentando, em vão, recuperar a imagem de wagner, que saiu extremamente arranhada do episódio.
Venceu a democracia? Não, diria que falta a este governo baiano, o que o sociólogo britãnico Anthony Giddens chama de democratizar a democracia. Coisa difÃcil numa estrutura onde faltam estratégia e inteligência e as coisas são feitas na base do rolo compressor, sem transparência, sem publicidade, sem eficácia, sem respeito à coisa pública etc. Nada mudou.
Faltou dizer: o texto assinado por Jaques wagner é muito ruim, digo forma e conteúdo.
Rosane. convenhamos, são muito raros os petistas que sabem escrever realmente bem.
a maioria dos que assim o faziam, despongaram do bonde. a exemplo de Chico Oliveira, Hélio Bicudo.
É verdade, Danilo. Mas no PT baiano a coisa é muito pior…
Um governo que não tem competência para contratar um ghost writer, tem competência para governar a Bahia?