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Claudio Leal
De Brasília (DF)
Os ex-ministros José Gregori, Paulo Sérgio Pinheiro e Paulo Vannuchi fizeram um voo da “Verdade”, na ponte São Paulo-Brasília, na manhã desta terça-feira (13), para se reunirem com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS). Eles vão pressionar o governo e o Congresso a agilizarem a tramitação da Comissão da Verdade, idealizada para investigar as violações dos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.
No aeroporto de Brasília, os três líderes da comissão suprapartidária, que pegaram o mesmo avião da Gol, encontraram-se com Nilmário Miranda, que também participará das reuniões. Às 16h, após as conversas institucionais, os ex-secretários de Direitos Humanos promoverão uma coletiva à imprensa.
Gregori afirma que o objetivo da comitiva é saber os “prognósticos” do encaminhamento do projeto. Ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, ele vincula a Comissão da Verdade à tradição criada pela Lei de Desaparecidos Políticos. Questionado sobre os possíveis entraves dos congressistas do DEM, Gregori avaliou: “Não creio que o DEM tenha alguma objeção de fundo às medidas de direitos humanos. No governo de Fernando Henrique, sempre tivemos o apoio do DEM (à época, PFL) a essas políticas”.
Representante de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), Paulo Sérgio Pinheiro diz que a presença dos ex-ministros em Brasília “mostra a continuidade nos três governos – FHC, Lula e Dilma – do apoio ao projeto”. “Essa comissão já foi criada em 40 outros países. Não tem caráter judicial. Um relatório sobre a ditadura militar será apresentado depois de dois anos”, relata Pinheiro. “A ideia é acelerar o ritmo para evitar a polarização eleitoral”.
Vannuchi, ocupante da secretaria no governo Lula, afirma que o menos importante, no momento, é discutir sobre questões pontuais de aperfeiçoamento do projeto. Os ex-secretários querem evitar que a tramitação dure o tempo habitual de outros projetos encalhados no Congresso, alguns deles por mais de 15 anos, a exemplo da PEC do Trabalho Escravo. “Vamos aproveitar esse consenso para garantir a celeridade”, expõe.
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