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Bahia em Pauta reproduz em seu principal espaço noticioso e opinativo o texto de Regina Soares, postado originalmente na área de comentários do site blog. Regina, advogada baiana, vive há décadas na Califórnia (EUA) e mora em Belmont , na área da Bahia de San Francisco, de onde colabora com o BP. Uma bela, informativa e comovente homengem a Liz Taylor. Confira (VHS)
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UMA LEGENDA DE OLHAR VIOLETA
Regina Soares
Direto de San Francisco (Califórnia-EUA)
Elizabeth Taylor – Uma legenda, olhar violeta, deusa do cinema holywoodiano dos tempos dourados, mulher extraordinária que viveu intensamente, com grande paixão, humor, lealdade e amor.
Ela chega a Hollywood quando os “estúdios” controlavam a vida do ator e sua imagem, viveu mais romances e casamentos do que poderia ser explicado por qualquer plubicista e viveu o suficiente para dispensar explicações. Ela foi uma grande sobrevivente da indústria cinematográfica e entre as primeiras a alcançar o privilegiado ”status” de celebridade.
Nascida em Londres, já era uma “estrela” aos 12, noiva e divorciada aos 18, uma super estrela aos 19, viuva aos 26. Amada e odiada, mas, nunca ignorada ou ignorou o sofrimento alheio…Seus tormentos a uniu ao público e a seus colegas e aprofundou sua compaixão.
“Eu peço a vocês que procurem no intimo do seu ser, uma prova de que somos a raça humana, que provem que nosso amor é maior que nosso ódio, que nossa compaixão é mais importante do que nossa necessidade de culpar”. Palavras suas ao receber o Oscar especial conferido por sua luta de esclarecimento do AIDS e incentivo a procura da cura.
Jóias, roupas, perfumes, beleza, homens, amores, familia, paixões, “A Perfect Butterfly”!!!!
“I don’t entirely approve of some of the things I have done, or am, or have been. But I’m me. God knows, I’m me,” Taylor foi ela, intensamente! Descanse em paz guerreira!!!
Regina sabe das coisas!!! Lys virou estrela no Céu, linda!!!!
Regina sabe mesmo!!!
Regina sabe muito, e quando o assunto é arte, ela bate um bolão!!!
É Goooooolllllll na certa! Não tem pra ninguém!!!! Sabe tuudoo de cinema, música e tudo o que envolve amor e sentimento.
Menos…….Mariana, menos………vc é suspeita!!!bjs!
Regina querida, perfeita, sua crônica. Parabéns!
Elizabeth Taylor! Assim, com exclamação, no tom que traduzia o êxtase total diante da beleza quase suprema, única, indescritível,capaz de levar-me à idéia de que seu rosto foi esculpido por Deus, como referência da espécie humana feminina, ouvia – e via, menino e já rapaz, a citação do nome de Liz Taylor.
Era um sentir emoção diferente, nas décadas de 1950, 1960 e 1970 do século passado, toda vez que essa mulher – estrela (que, agora, viaja, mansamente, para a Eternidade) surgia nas conversas, nos filmes e nas fotografias, provocando-me uma pergunta sem resposta. Será Elizabeth Taylor ser de outro planeta?
Mais que uma artista, um mito, desses que nos levam a imaginar que, neste mundo de tantos mistérios, algumas pessoas quando morrem retornam para algum lugar no Infinito reservado aos que fizeram a diferença nessa bola de terra e água que gira no espaço sideral.
Liz Taylor, antes da exclamação, ao vê-la exuberantemente linda, provocava-me sensação de felicidade incomum, uma agonia, até, imaginando que,ali, sob a forma de atriz de cinema estivesse escondida uma santa brincalhona que deitou e rolou aqui embaixo só para minimizar o sofrimento da Humanidade.
Por isso, acho,Elizabeth Taylor vive, ainda!
Gilson, você, como ser sensível à beleza, que conheço e sei que é, não podia passar sem notar e sentir a atração que Elizabeth Taylor exibia na vida e na tela.
Eu vejo Elizabeth Taylor como uma versão americana da Italiana Anna Magnani, uma outra diva que viveu como gigante. Mas, à Magnani foi permitido carregar e expor os sinais de uma vida dura em sua cara e corpo. Na Europa, a deterioração da sua beleza física deu lugar e esconderijo para a sexualidade e espiritualidade. Não foi assim com a Taylor, seu atrativo físico amadureceu na mesma medida que ela devorava a própria vida, rapidamente e “com gusto”. Como uma gata no teto quente!!!
Na vida como na tela ela arrebentava de PAIXÃO!!! “era tudo ou nada”. Quem esquece os olhos de fome quando, em “Cat on a Hot Tin Roof”, encarava Paul Newman como se ele fosse o último prato de leito que restava no mundo? Ou quando enfrentava com sagacidade e palavras cortantes o afoito Richard Burton em “Who’s Afraid of Virginia Woool?”
A famosa colunista de “fofocas” da época, lembra que no momento em que Taylor e Burton cruzaram olhares, eles se esqueceram, ou não se importaram, que eram casados com outras pessoas. Durante a polêmica criada após a declaracão do Papa ao chamar “Cleópatra”, de “vagabunda sexual”, Taylor ponderou processar a “Sua Santidade”. Foi gigante e extrapolou os limites com uma força incontida.
São muitas historias, muitas mesmo, pra dar muito pano pra manga e motivo pra recordar…
Uma verdade
Ficamos (eu sei que fiquei) mais órfãos.
Cinéfilo dos anos 60, 70, o que no Brasil inclue produções dos anos 50, e até mesmo 40 (como eram confortáveis os cinemas e tão desligados do ítem “lançamento”), para além da magia dos olhos, sentirei falta daquele sorriso único, sútil, revelador, que poucas puderam estampar.
Aqui, da autoria do poeta Fontana… para seguir-mos sonhado…
Diva
(luiz alfredo motta fontana)
Ontem…
Nos corredores do colégio
sob o olhar de hábitos e freiras
Sonhava ser Audrey
agir como Lauren
despir-se como Rita
sorrir como Elisabeth
Amar como Sofia
Ser livre como Brigitte
Hoje…
No sofá da sala
acorda assustada
tendo ao lado
a angústia do roteiro inacabado.
Realmente os baianos não nascem estreiam, gosto de ver a coragem de muitos em deixarem o seu canto natal para se doarem aos demais. Veja no meu site a linda e inesquecível LIZ TAYLOR que pintei, espero que goste. bjs