Dilma e Lula:diferenças de estilo
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CRÔNICA/DIFERENÇAS
SERÁ QUE DILMA AGUENTA?
Janio Ferreira Soares
Um mês e pouco depois de Dilma Rousseff assumir a presidência, observa-se uma estranha calmaria nas falas de Bonner e Fátima, nas páginas das folhas e nos bares do País, a ponto de meu filho, Juca, 14 anos de games, guitarras e metade-da-vida-vendo-Lula-todo-dia-na-tevê me perguntar se ela já tinha tomado posse.
Depois da confirmação e da tentativa de esclarecimentos (“cada um tem seu estilo, o dela é assim mesmo…”), ele deu de ombros como quem diz: “ela é que sabe”, que apesar de não ter nada a ver, soou mais ou menos parecido com o “Fernando Henrique começou assim”, chantagem das mais rasteiras proferida recentemente pelo deputado federal, Paulinho da Força.
Pensando bem, o quê o nosso inolvidável sindicalista queria? Que uma mulher criada na disciplina paramilitar continuasse por aí interpretando Dilma da Silva, personagem bolada e esculpida pelas experimentadas mãos do publicitário João Santana?
Que de repente ela incorporasse o estilo “caboclo conciliador de todos os credos” que baixava em Lula toda vez que ele se via diante de um agrupamento de pessoas ou de algum pepino? Portanto, nada mais normal que a presidente, fazendo jus à fama pregressa de técnica linha dura, aposente a capa cheia de estrelas – e o cinto de cometas – e retome a identidade da velha Rousseff de guerra que fora aprisionada no baú dos interesses eleitorais, quando nada, para dar um belo susto nos milhares de paulinhos que conspiram por aí.
Até agora o grande barato dessa diferença de estilos entre criador e criatura é observar as feições assustadas dos velhos viciados de sempre, uma vez que todos esperavam tetas ainda mais turbinadas jorrando o doce líquido que os sossega e os sacia. Por conta disso eles estão chorando ameaças e querendo colo. Resta saber se o espírito maternal de Dilma é o daquelas mães que deixam o bebê se esgoelando no berço até parar o dengo e cair na real, ou se ela é daquelas que não aguentam pressão e acordam no meio da noite para dar de mamar “ao fofo do Paulinho da mamãe!”. Segure a onda, presidente.
Janio Ferreira Soares, cronista, é secretário de Cultura e Turismo de Paulo Afonso, na margem baiana do Rio São Francisco
enquanto mequetrefes tipo Paulinho da Força amarga e se esguela, Sarney gorjeia ao pé do ouvido de Dilmão e ganha pacotes e mais pacotes de balas soft