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DEU NO BLOG POLÍTICA HOJE
Por que João Henrique não chorou?
Bárbara Souza
Desde a última segunda-feira (23) a população de Salvador tem assistido, entre incrédula e comovida, às cenas impactantes da demolição das barracas de praia instaladas na Orla da cidade. Até o momento em que essas linhas são escritas, 325 barracas já foram destruídas, numa eficiência que muito nos agradaria se fosse emprestada à operação tapa-buracos, à gestão da segurança pública e ao atendimento nos hospitais públicos. Agora, tudo voltará ao ‘normal’: os escombros serão retirados em três meses. Serão 90 dias para fixar bem a imagem de terra arrasada com vista para o mar.
A rigor, não há nada de errado no fato de o Executivo cumprir com presteza uma determinação da Justiça. Deveria ser sempre assim. Mas não é. Estranha que o seja justamente quando tal determinação tem como saldo inexoráveis prejuízos na economia e no turismo, o desemprego de três mil pessoas e o desespero de outras tantas, que chegaram a cogitar atos extremos, como atear fogo ao próprio corpo.
O drama dos comerciantes atingidos pela decisão judicial, o choro de famílias inteiras, o impacto das imagens da devastação feita pelas escavadeiras, tudo isso provocou grande consternação e levou muita gente às lágrimas. Menos o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, cuja emotividade sempre marcou suas aparições, inclusive na sua campanha à reeleição, em 2007. A sensibilidade de João foi incorporada como algo positivo à imagem do então candidato, que chegou a ter índices de rejeição na casa dos 70%. É fácil entender: como diz a música, “um homem também chora, também deseja colo”.
A pergunta é: por que as estratégias de comunicação para enfrentar a crise de imagem que atinge diretamente o prefeito não incluíram o choro de João? Diante do silêncio do chefe do Executivo municipal sobre o assunto até então, era de se esperar de João – se não uma ação efetiva como a adotada pela prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho – ao menos um gesto simbólico de pesar com o sofrimento dos barraqueiros, com quem João diz estar preocupado. Chorar seria o mínimo. Sobretudo se considerados o apelo das cenas e o histórico lacrimal do prefeito, que se emocionou, por exemplo, com a reinauguração do Palácio do Rio Branco, em junho último.
Na manhã desta quarta-feira (25), o prefeito de Salvador se reuniu com representantes do Patrimônio da União, secretários municipais e estaduais. A reunião terá continuidade à tarde. O objetivo? Discutir soluções para os barraqueiros. Justo agora, que Inês é morta e o leite foi derramado? Só agora, que “a festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou”? E agora, João?
* Bárbara Souza é jornalista e editora-chefe do Política Hoje
Bárbara,
Parabéns pelo belíssimo artigo sobre o nosso omisso e chorão prefeito de Salvador diante da situação dos barraqueiros nesse momento tão delicado.
Ele também se mostrou muito ágil quando resolveu lotear a Paralela… Será que existe algum projeto relâmpago para construções desse tipo na orla e as barracas talvez atrapalhassem?
Cabe a nós eleitores estar atentos aos próximos passos do Sr. João Chorão!
Que agora usa como “escudo” a União.
Esse moço, não tenho dúvidas, é uma tremenda FRAUDE, nunca me enganei, desde seus momentos ‘liminares’.
Engraçado, mas quando surgiu o processo das barracas há cerca de quatro anos, JH disse que as barracas só iriam ao chão se passassempor cima de seu cadáver, incluisive chorou copiosamente em uma das reuniões com os barraqueiros. Durante os três dias de molição, o prefeito sequer apareceu na orla para prestar solidariedade.
Jaqueline,
Agradeço pelo feedback e pelas palavras gentis sobre o artigo. Concordo que temos que ficar atentos aos próximos passos, mas não só do prefeito: de todos os nossos representantes, nas diversas esferas e níveis do Poder.
Um abraço,
Bárbara Souza – Jornalista
Editora-chefe – http://www.politicahoje.com.br
Barbara muito obrigado pela matéria.
João faz de conta! A Maria de Lauro de Freitas demonstrou ter mais capacidade do que o João de Salvador, panaca! N´s barraqueiros já sabíamos que ele poderia interagir atraves do Presidente, o tal L.. de que mesmo? mas o mané João!… foi o ultimo a saber… como disse o Gil na musica…mané, mané joão!….
João ta na hora de se assumir!!!