Telê: um treinador de verdade
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CRÔNICA/SELEÇÃO
O cochilo dos deuses da bola
Janio Ferreira Soares
Chateados com o desempenho de nossa Seleção e com essa Copa, os deuses apaixonados pelo verdadeiro futebol brasileiro devem ter cochilado durante todo o primeiro tempo de Brasil e Holanda. Só isso para explicar a espetacular enfiada de Felipe Melo para o gol de Robinho, além de outros lampejos que poderiam provocar outra injustiça histórica. Mas aà veio o intervalo e Garrincha, Telê e Didi resolveram que era hora de parar com aquela enganação e começaram a chutar bolas na porta do céu para acordá-los, evitando assim que se repetisse 1994, quando uma Seleção que tinha no miolo Dunga, Mauro Silva, Mazinho e Zinho sagrou-se a melhor do mundo. Ainda bem que deu certo.
Aliás, foi a partir dali que criou-se o mito de que o importante é a vitória a qualquer preço, de preferência com os jogadores comemorando os gols com as mãos erguidas para o céu, como se lá morasse algum fã desse futebolês burocrático. Deveriam era apontar para a grama, pois certamente é embaixo dela que estão os verdadeiros admiradores dos volantes de cabeças raspadas especialistas em botinadas.
Já vi muita gente criticando a Era Dunga, mas até agora não vi nenhum comentário sobre a Era Ricardo Teixeira, principal responsável por tudo que está acontecendo com o nosso futebol. A propósito, vê-lo falando é o melhor laboratório que um ator pode fazer para interpretar um personagem com cara de nojo e desdém, desses que não tem nenhuma consideração pelo próximo. Tipo Marlon Brando no papel de Carlos Imperial.
Tão ou mais poderoso que qualquer Presidente, é ele quem vai comandar a organização da Copa 2014. Tomara que fique apenas com a parte operacional e deixe o espetáculo por conta de um técnico que traga de volta o nosso velho estilo de jogar e, se não for pedir muito, que se vista normalmente.
No mais é torcer para que daqui a quatro anos meus filhos pelo menos chorem por um time que mereça suas lágrimas, independente do resultado. Como aquelas que escorreram pelo meu rosto em 1982, em homenagem a melhor Seleção que eu já vi perder em minha vida.
Janio Ferreira Soares, cronista, é secretário de Cultura e Turismo de Paulo Afonso
É só um jogo
Futebol é só um jogo, em nosso caso, o circo preferido….
CBF é uma entidade privada, embora nossos polÃticos, e sobretudo a mÃdia, esqueçam…
Jogadores são versões modernas dos gladiadores, meio escravos, o tal instituto do “passe” que o confesse…
O que preocupa, e continua singelamente esquecido, é a gigantesca moviventação financeira que envolve esse “esporte”….
Jogadores são comprados, alugados, vendidos, total ou parcialmente, para times estrangeiros, sem que essas operações sejam submetidas à necessária transparência…
O fisco assiste inerte, empresários, quer pessoas fÃsicas, quer pessoas jurÃdicas, transacionam, tendo contas (no caso das pessoas fÃsicas), ou filiais, coligadas, afins, etc, no caso das pessoas jurÃdicas, devidamente constÃtuidas no exterior, no melhor dos casos, agindo como exemplos de desenvoltura empresarial, quando apenas ressuscitam os velhos navios negreiros…
Estranha, embora “esperada”, a situação dos clubes nacionais, esses bravos e generosos fornecedores no mercado internacional, vivem quebrados, enquanto sua mercadoria atinge valores astronômicos lá fora…
Caro Janio, até CPIs sucumbem e emudecem face a este fenômeno de massas.
Enquanto isso, em algum bairro perdido, um menor a mais, troca o chão batido das peladas, por algum contrato, que o tornará meio escravo, mas com o futuro dele, e dos seus, garantido, amém…
Que venha o novo Dunga, afinal precdisamos purgar a culpa, ou seria a mora?