Jogo duro na Convenção
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DEU NO IG (ÚLTIMO SEGUNDO)
Confirmado hoje como o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, o ex-governador de São Paulo José Serra deu uma nova linha ao seu discurso e subiu o tom em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma fala entusiasmada durante a convenção nacional do PSDB, em Salvador, Serra lembrou o escândalo do mensalão, atacou a gestão de recursos públicos, a política externa do governo e o corporativismo na administração federal.
O tucano continuou evitando citar diretamente o nome de Lula, como fez desde o início do período de pré-campanha. Mas, dessa vez, chegou bem mais perto do ataque direto ao presidente, ao compará-lo ao absolutista francês Luís XIV, a quem é atribuída a frase “O Estado sou eu”. “O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou pra trás há mais de 300 anos. Luís XIV achava que o estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses assim”, afirmou.
O tema do Estado forte causou polêmica em fevereiro deste ano, quando o PT preparava diretrizes do programa de governo da ex-ministra Dilma Rousseff, rival de Serra na corrida presidencial. Após o vazamento do texto, que seria apresentado no 4º Congresso Nacional, tanto Dilma quanto Lula decidiram endossar a tese do fortalecimento do Estado.
Os ataques de Serra, entretanto, não se limitaram a esse tema. O tucano agradeceu a indicação para disputar o Planalto, defendeu a liberdade de imprensa e voltou a criticar Lula ao falar sobre o relacionamento com comandantes de regimes ditatoriais. “Não fica bem elogiar continuamente ditadores de todo o planeta só porque esses ditadores são aliados do atual governo”, disse o ex-governador.
Serra também condenou a presença de sindicalistas no atual governo. “Acredito na liberdade de organização social, que trabalhadores e setores da sociedade se agrupem para defender interesses legítimos, não para que suas entidades sirvam como correia de transmissão de esquemas de poder”, disse. “Organizações pelegas e sustentadas com dinheiro público devem ser vistas como são de fato: anomalias”, completou.
Serra voltou a declarar que não tem “patotas corporativas”. Ao falar sobre a importância do Congresso, provocou mais uma vez: “O que o Congresso não pode ser é uma arena de mensalões, compra de voto e silêncios”, disse, numa referência à maior crise política vivida pelo governo Lula, em 2005.
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