=================================================
Mulheres, não percam o fôlego!
Aparecida Torneros
Mais um Dia Internacional das Mulheres, o 8 de março carrega, simbolicamente, em todas nós, do sexo dito frágil, a sensação de que a corrida do ouro está apenas começando.
Depois de mais de um século em que a massa feminina mundial tenta chegar menos atrasada, em busca de lugares decentes sob o céu do planeta azul, ainda que se esteja cansada de tantos retrocessos, é preciso que não se perca o fôlego, nessa maratona cuja reta de chegada terá sabor de conquista e de vitória.
Discursos vários de cunho feminista já se fizeram ouvir pelo século XX e pouco se conseguiu de concreto, em termos de evidências estatÃsticas.
Ainda percebemos menores salários quando desempenhamos as mesmas atividades que os homens.
VÃcios culturais, religiosos e socioeconômicos ainda nos
impelem a aceitar distorções que vão desde restrições a vestimentas até castrações fÃsicas do clitóris em vários paÃses, passando pela aceitação de jornada dupla de responsabilidade para aquelas que acumulam a função de chefes de suas famÃlias, quando os homens saem de casa, fenômeno crescente importante, detectado no último censo do Brasil.
Quando se observa os rostos das mulheres ao perderem seus filhos, maridos e companheiros nas guerras em curso no mundo, é possÃvel identificar o horror permanente que a miséria da condição humana que iguala todas num caldeirão de impotência quanto ao poder decisório para os conflitos entre os povos.
Está claro que esses embates atingem os homens tanto quanto afetam mulheres. Mas é justamente o advento das guerras que antes só convocavam grandes contingentes masculinos, que nos levou a engrossar, por necessidade, as alas industriais, e nos fizeram passar a ser importante mão de obra no mundo da revolução industrial.
Numa fábrica, companheiras nossas morreram queimadas num gesto autoritário, marcando o 8 de março, como um dia a ser relembrado em homenagem à condição feminina , não somente pela sua importância na escalada social, na conjuntura econômica dos povos, mas sobretudo, pela injustiça e pela atrocidade desfechada contra o gênero feminino naquele momento.
O Dia Internacional da Mulher serve para nos repensarmos todas. Importante se faz nos conscientizarmos de que é preciso ser fortes, estarmos preparadas para continuar correndo em direção ao podium.
Se, em alguns momentos, no entanto, sentimos que nos falta o ar, aparentemente cansadas das lutas constantes que empreendemos para trabalhar e sobreviver com dignidade, para apoiarmos nossos companheiros, filhos e amigos, num mundo extremamente competitivo e muitas vezes tão desonesto, respiremos fundo, e retomemos o fôlego.
Companheiras, não deixem que as eventuais dificuldades da vida as façam perder o ritmo da corrida. Sigam em frente, certas de que há luz no horizonte feminino, se umas passarem para as outras o grande exemplo das suas superações. Mulheres sÃndicas, policiais, pilotos de aviação, garis, enfermeiras, professoras, somos muitas, somos as dançarinas que enfeitam as noites, como somos as cantadeiras que embalam os filhos, somos as artistas que criam as rendas e os bordados, tecendo fios de afeição e amizade.
Senhoras, meninas e modelos, desfilamos na passarela dos sonhos, em busca dos lugares de construção.
Precisamos urgentemente, construir melhores dias para as novas gerações. Sabemos disso porque somos amigas, amantes e esposas, quase sempre nos dividindo em múltiplos papéis, aquecendo músculos que se desdobram em corridas permanentes, no nosso dia a dia.
Mulheres, não percam o fôlego, ainda que as decepções pareçam maiores que nossos limites. Há muito mais a fazer. Estejamos atentas para esta corrida insana, observando o exercÃcio constante do preparo fÃsico e mental que a nova ordem mundial requer. Permaneçam antenadas, “plugadas”, não se deixem dominar pelas ideologias ultrapassadas e pelos discursos velhos e repetidos.
Cada uma de nós deve empreender seu próprio texto, pois a vida de uma é base sensÃvel para a demarcação do território livre do universo feminino. Nesse, só pisa quem souber o sentido de uma corrida delicada com pés descalços que, feridos, se comprazem ao alcançar o degrau mais alto da história.
Mulheres, respirem fundo e sigam lutando lindamente,
com sorrisos de paz e harmonia!
O dia é seu, como deve ser o mundo!
Cida Torneros, jornalista e escritora, mora no Rio de Janeiro, onde edita o Blog da Mulher Necessária )
Cara Cida Torneros
Esse dia não precisa vestir armaduras, nem traduzir o empunhar de armas.
De há muito, as mulheres, de todos os tons e todas as lÃnguas, tornaram-se portadoras do sentir, do olhar, do criar e sobretudo da ternura e da magia.
Apenas sorriam, e não aceitem o desafio encabulado de quem está prestes a debandar.
A história é pródiga em relatos de enganos e contradições desse concurso de virilidade estéril. Vencer para apenas defender do próximo contentor, essa a sina dos ditos “bravos”.
Esse dia é lúdico, é fértil, e deve ser comemorado com a beleza do sorriso feminino que a todos desarma e ensina.
Abraços!
E parabéns, pelo dia, e pelo que representa o feminino!
Para comemorar este dia dedicado internacionalmente a mulher, trago para vocês, queridas irmãs – Olivia, Biga e Regina, minha dileta cunhada Margarida, amigas – as quais saúdo em nome daquela que é a mais especial de todas – minha comadre Márcia, companheiras de trabalho e jornada, equipe feminina do Bahia em Pauta, a quem saúdo nas pessoas da Laura e Rosane, minha saudosa e inesquecÃvel mãe, minhas sobrinhas Gaby, LetÃcia e Clarice, enfim, todas as mulheres deste nosso mundão de meu Deus, uma música de Joyce e Ana Terra, brilhantemente interpretada por Elis Regina – a melhor de todas as cantoras que o mundo já viu – “Essa Mulher”, que bem pode traduzir esse “dom” que todas nós carregamos com a gente, esse sentir que nasce coração, se esconde no útero e se banha nessa imensidão de hormônios que guia cada passo que damos, olhar que dirigimos, palavra que pronunciamos, silêncio que compartilhamos, amor que repartimos, tristezas e alegrias que vivenciamos, derrotas e vitórias alcançadas, mãos que estedemos, beleza que almejamos, enfim, que faz de cada uma de nós um ser único e maravilhoso.
“Essa Mulher
De manhã cedo essa senhora se conforma, bota mesa, tira o pó, lava a roupa, seca os olhos…
Ah, como essa santa não se esquece de pedir pelas mulheres, pelos filhos, pelo pão…
Depois sorri meio sem graça e abraça aquele homem, aquele mundo, que a faz assim feliz…
De tardezinha, essa menina se namora, se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal…
Ah, como essa coisa é tão bonita, ser cantora, ser artista, isso tudo é muito bom…
E chora tanto de prazer e de agonia, de algum dia, qualquer dia, entender de ser feliz…
De madrugada essa mulher faz tanto estrago, tira a roupa, faz a cama, vira a mesa, seca o bar…
Ah, como essa louca se esquece quanto homens enlouquece nessa boca, nesse chão…
Depois parece que acha graça e agradece ao destino aquilo tudo que a faz tão infeliz…
Essa menina, essa mulher, essa senhora, em que esbarro a toda hora no espelho casual é feita de sombra e tanta luz, de tanta lama e tanta cruz, que acha tudo natural.”
Felicidades a todas as mulheres e aos homens, também, nossos grandes e queridos companheiros de vida. Parabens! Vamos festejar, sim, nós já chegamos ao pódium!!!!!
Cara Mariana,
Obrigada pela mencao que muito me honra e parabens a voce, igualmente, e todas as mulheres por voce citadas.
QueredÃssima Mariana: Passei o dia ocupada, o que é uma quebra na rotina na minha vida de aposentada, e não liguei o computador durante todo dia, só agora me do conta dessa homenagem as mulheres de sua vida e me emocionei. Não é surpresa, pois conheço sua sensibilidade e capacidade para o amor. Todas as mulheres juntas não chegam perto da capacidade de triunfar no palco da vida que você tem. Você que faz parte da nova geração de mulheres fortes e independentes sem nunca afastar o olhar para as coisas boas da vida. Ellis foi uma representante máxima dessa mulher que enobrece o nosso sexo e vai além, muito além, dos limites, qualquer que eles sejam, pois se reproduz e veja os rebentos estraçalhando, além da existência, a luz que nunca se apagará…
Felicidades, hoje e sempre!!!!!!!
Regina Soares
Mariana,
Minha guarda baixou, a morte de Janio, entre outras, estou gripada e muito mole, só liguei o computador agora. Obrigada pelas palavras e feliz dia da Mulher sempre, para todas as queridas amigas.
Gosto muito daquela música do Geraldinho Azevedo que diz.’Eu sou Dadá, sou Simone de Beauvoir, sou a mãe da Praça de Maio, sou Elis…procurem a letra, é belÃssima.
OlÃvia, eis a letra, maravilhosa, obrigada pela lembrança
Cida
Mulher
Geraldo Azevedo
Composição: Geraldo Azevedo – Neila Tavares)
Eu sou a mãe da praça de maio
Sou alma dilacerada
Sou Zuzu Angel, sou Sharon Tate
O espectro da mulher assassinada
Em nome do amor
Sou a mulher abandonada
Pelo homem que inventou
Outra mais menina
Sou CecÃlia, Adélia, Cora Coralina
Sou Leila e Angela Diniz
Eu sou Elis
Eu sou assim
Sou o grito que reclama a paz
Eu sou a chama da transformação
Sorriso meu, meus ais
Grande emoção
Que privilégio poder trazer
No ventre a luz capaz de eternizar
Em nós sonho de criança
Tua herança
Eu sou a moça violentada
Sou Mônica, sou a Cláudia
Eu sou Marilyn, AÃda sou
A dona de casa enjaulada
Sem poder sair
Sou Janis Joplin drogada
Eu sou Rita Lee
Sou a mulher da rua
Sou a que posa na revista nua
Sou Simone de Beauvoir
Eu sou Dadá
Eu sou assim…
Ainda sou a operária
Doméstica, humilhada
Eu sou a fiel e safada
Aquela que vê a novela
A que disse não
Sou a que sonha com artista
De televisão
A que faz a feira
Sou o feitiço, sou a feiticeira
Sou a que cedeu ao patrão
Sou a solidão
Eu sou assim
Valeu Cida, obrigadÃssima. Esta é minha homenagema a todas vocês, mulheres retadas e fortes. Um beijo em você e outro na sua belÃssima Cidade Maravilhosa.
Para ilustrar a magnifica letra da musica de Geraldo Azevedo ai vai o video:
http://www.youtube.com/watch?v=0WwuTXf8Vls
Beleza pura!
Maravilha Regina, valeu!