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Vasco campeão no Maracanã
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CRÕNICA/ CRUZ DE MALTA
VASCO, vASCO,VASCO!
Aparecida Torneros
São 23 horas e 50 minutos de uma noite de sexta feira, 13, dia de superstição, noite de bruxas, azar ou sorte, mas o fato é que há um barulho ensurdecedor de buzinas à minha volta, que moro nas imediações do Maracanã, estádio que acaba de testemunhar a vitória vascaÃna, time carioca recuperado à primeira divisão, e agora campeão da rodada.
Vem à minha cabeça a noite do “Apagão”, dias atrás, recente ainda na memória de todos nós, quando vários estados brasileiros sofreram o colapso do fornecimento de energia e praticamente a força-motriz brasileira representada pela região sudeste esteve à mercê de um contraditório e inexplicado ainda episódio que nos fez sentir quase nos tempos das cavernas, não fosse a prestimosa comunicação do veÃculo rádio, via satélite, e equipado com modernos retransmissores movidos a geradodes potentes, que exerceram o papel fundamental de nos informar o que estava acontecendo.
Nosso povo é ordeiro em sua maioria. Quando tudo parecia à beira do caos, o volume de acidentes, na verdade, foi menor do que o esperado, e a manhã do dia seguinte trouxe a retomada da vida nacional, embora com prejuÃzos que ainda estão sendo avaliados além de investigação em curso que se faz necessária para elucidar as causas pÃfias ou naturais de tamanho desconforto a que nos vimos submetidos.
Mas não é do “Apagão” que quero falar. Quero é saudar o “Clarão”, a luz no fim do túnel, a recuperação do prestÃgio do futebol carioca, este esporte que movimenta massas de torcedores, gente efusiva, um povo capaz de tanta comemoração e alegria, e , enquanto escrevo, o som dos fogos invade meus ouvidos, gritos de euforia, festa da torcida, a força de uma população ciosa de direitos, deveres e com direito à festas como esta.
Um movimento inusitado se faz por aqui, as camisas em preto e branco, as bandeiras, os abraços, os gritos de “Viva o Vascão”, gente rindo, gente chorando de emoção, o Rio de Janeiro em festa, até os times adversários, através de seus fiéis escudeiros, reconhecem o esforço e a merecida vitória do Clube de Regatas Vasco da Gama.
Imagino a felicidade da minha amiga Penha, agora, com quem só devo conseguir falar amanhã, já que ela deve estar saindo do Maracanã e se dirigindo para São Januário, onde haverá, com certeza, festa a noite inteira. Penha, advogada, com quem trabalhei por muitos anos, é chefe da torcida que leva o nome de “Tulipas VascaÃnas”. Senhora respeitada pela profissão e conduta, mãe de filho já homem feito, ela tem paixão pelo seu Vasco, o acompanha em jogos nacionais e internacionais, comanda seu grupo de torcedores, não falta à s partidas, levando no peito a medalhinha com a Cruz de Malta, e vibrando com cada conquista do seu clube do coração.
Como a Penha, milhares de vascaÃnos espalhados pelo Brasil e pelo mundo, a essa hora, exultam com o tÃtulo, e eu conheço um que se encontra agora no interior da França, Antonio Flores, que acompanha tudo a respeito do time que ele idolatra, mesmo morando naquele paÃs há mais de 30 anos. A torcida esportiva é mesmo assim, vai além das fronteiras, ultrapassa a razão, carrega de emoção e afeto, ilumina a alma de quem torce, é motivo de respeito por quem acompanha, une criaturas de raças e credos diversos, junta em torno de uma bandeira , um time, uma jogada, um lance, um gol, muitos corações, como neste instante, vejo e acompanho a torcida vascaÃna que deixa o estádio, com seu carnaval improvisado.
Futebol e vitória representam luz e energia para o povo brasileiro, esse mesmo povo que merece respeito, porque é formado de grande massa trabalhadora, e tem nas partidas de futebol um grande alento, uma intensa válvula de escape, fazendo com que nos orgulhemos do nosso esporte nacional, o mesmo que já nos deu tantas Copas do Mundo e agora, nos faz esquecer as mazelas do “Apagão”, porque nos faz cantar com os vascaÃnos o seu hino de Glória.
Parabéns ao Vasco da Gama, aos seus jogadores e à sua contagiante torcida! Viva o “Clarão” da alegria futebolÃsitica e abaixo o “Apagão” amadorÃstico”!
Cida Torneros, jornalista e escritora ( torcedora do América do Rio) mora no Rio de Janeiro, onde edita o Blog da Mulher Necessária. (http://blogdamulhernecessaria.blogspot.com)
Aparecida Torneros
Como vascaÃna fiquei muito feliz e agradecida por sua crônica. Sei que você não é vascaÃna mas sei que torce por um bom espetáculo, pela união e harmonia entre as torcidas.Que vença o melhor ,não é mesmo?Beijos e saudações vascaÃnas