OPINIÃO/ POLÍTICA
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Rosane Santana
É preocupante a desenvoltura com que se movimentam na política baiana, dois personagens da história recente deste País, de passado nada lisonjeiro. Impossível não lembrar da repetina epidemia de cegueira, a que alude o escritor português José Saramago, em um dos seus romances – no qual fala da mixórdia e desapreço aos valores mais básicos do ser humano-, que atinge, em nome da sobrevivência, o Brasil de hoje, especialmente, a classe dirigente, de onde deveriam partir os exemplos.
Os dois são personagens da histórica CPI dos Anões, de 1992, primeiro dos escândalos que marcam a crise do estilo toma-lá-da-cá na política brasileira, de raiz oitocentista. Ambos, com ligações pessoais e familiares com a antiga Arena, o partido da ditadura. Um deles, punido com a pena de banimento do cenário politico, por longo tempo, até ressurgir das sombas do esquecimento pela ignorância e pela cegueira. Outro, descendente de uma oligarquia, ganhou salvo conduto no episódio, com apoio de poderoso clã baiano.
É fato, que ninguém pode levar a sério essas personagens, velhas raposas de bastidores, principalmente quando se fala em mudança. Mas, nunca é demais abrir o olho, antes que seja tarde.
Rosaner Santana, jornalista, mestre em História pela UFBA, mora em Boston e estuda na universidade de Harvard.
Nome aos bois.
Concordo totalmente com Chico Bruno, a quem não tenho o prazer de conhecer. Quem acompanha os meandros da poítica brasileira desde então sabe que se trata de Genebaldo Corrêa e Geddel Vieira Lima – toda a imprensa da época divulgou à larga. Mas a prezada jornalista deveria tê-los citado, na minha opinião.
Caros, tenho em artigos anteriores dado nome as figuras. Mudei a tática. Achei que, caracterizando-os, sem dar nome, obrigaria os leitores a refrescarem a memória, obtendo, assim, o efeito desejado no artigo, que é alertar sobre a epidemia de cegueira.
De minha parte, explicação bem aceita porque inteligente e pertinente. De qualquer sorte, o objetivo foi alcançado. Valeu, parabéns.